sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Matrimônio: cuidado com as nulidades matrimoiais!

Papa pede maior atenção nas nulidades matrimoniais por imaturidade psíquica na audiência aos membros do Tribunal da Rota Romana.

Por Mirko Testa - Fonte Zenit
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Ao receber nesta quinta-feira em audiência os membros do Tribunal da Rota Romana, por ocasião da solene inauguração do Ano Judicial, Bento XVI advertiu sobre o perigoso aumento das declarações de nulidade matrimonial com o pretexto da imaturidade psíquica.

Em sua reflexão, o pontífice fez referência a dois discursos pronunciados por João Paulo II sobre esta questão (5 de fevereiro de 1987 e 25 de janeiro de 1988), constatando a «grande atualidade» deste problema e a necessidade de que o juiz recorra à ajuda de peritos na hora de comprovar a existência de uma incapacidade real.
É necessário, explicou, preservar a comunidade eclesial «do escândalo de ver destruído na prática o valor do matrimônio cristão pela multiplicação exagerada e quase automática das declarações de nulidade, em caso de fracasso do matrimônio, com o pretexto de certa imaturidade ou fraqueza psíquica do contraente».

A propósito disso, o Papa exortou os agentes do direito «a tratar as causas com a devida profundidade que requer o ministério de verdade e de caridade que é próprio da Rota Romana», recordando a diferença «entre uma maturidade psíquica, que seria o ponto de chegada do desenvolvimento humano, e a maturidade canônica, que é, ao contrário, o ponto mínimo de partida para a validez do matrimônio».

O pontífice pôs o acento na diferença entre «incapacidade» e «dificuldade» – enquanto que apenas a primeira torna nulo o matrimônio; «entre a dimensão canônica da normalidade, que inspirando-se na visão integral da pessoa humana, compreende também formas moderadas de dificuldade psicológica, e a dimensão clínica, que exclui do conceito de normalidade toda limitação da maturidade e toda forma de psicopatologia».
O Santo Padre convidou, portanto, a discernir «entre a capacidade mínima, suficiente para um válido consenso, e a capacidade idealizada de uma maturidade plena que visa a uma vida conjugal feliz».

O conceito de «incapacidade»

Entre as diversas causas de nulidade por imaturidade psíquica estão todas aquelas que podem ter comprometido em um dos dois cônjuges a capacidade consensual para assumir e cumprir as obrigações fundamentais do matrimônio.

Nestes casos entram: a falta de suficiente uso de razão, no qual o sujeito que apresenta uma grave alteração das faculdades psíquicas não é consciente de seu próprio estado e não pode autodeterminar-se livremente; ou também o chamado «defeito de discrição de juízo» no qual o sujeito é consciente de seu estado e não perde a racionalidade necessária, como as formas graves de neurose e de psicopatia.

A incapacidade de assumir e cumprir as obrigações essenciais do matrimônio pode ser também provocada por dependência química ou também ser produto de perversões ou afecções de caráter sexual.
As definições que os canonistas oferecem dos distúrbios da personalidade se aproximam às formuladas nas edições do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, elaborado pela Sociedade Americana de Psiquiatria (DSM).

O DSM as subdivide fundamentalmente em três grupos: estranho-ecêntrico (distúrbios paranóides, esquizóides e esquizotípicos da personalidade); amplificativo-emotivo (distúrbios anti-sociais, borderline, histriônico e narcisita); ansiedade-medo (distúrbios de personalidade evasiva, dependente e obsessivo-compulsivo). A estes três grupos se acrescenta uma categoria residual, denominada distúrbios da personalidade não especificados ou «mista».
Contudo, a questão da natureza psicopatológica dos distúrbios da personalidade é relevante do ponto de vista canônico somente se a presença de uma séria forma de anomalia clínica incidir sobre as faculdades naturais da pessoa, ou seja, sobre a inteligência e a vontade.

O homem é capaz de casar-se

Na audiência aos membros da Rota Romana, o Papa sublinhou em primeiro lugar a necessidade de «redescobrir em positivo a capacidade que em princípio toda pessoa humana tem de casar-se em virtude de sua própria natureza de homem ou de mulher».
Logo depois, alertou sobre o risco, na sociedade atual, de «cair em um pessimismo antropológico que, à luz da situação atual cultural, considera quase impossível casar-se».

«Além do fato de que esta situação não é uniforme nas diversas regiões do mundo – observou –, não se pode confundir a incapacidade consensual com as dificuldades que muitos atravessam, especialmente os jovens, chegando a considerar a união matrimonial como normalmente impensável e impraticável.»

«Ao contrário – precisou –, a reafirmação da inata capacidade humana ao matrimônio é precisamente o ponto de partida para ajudar os casais a descobrirem a realidade natural de matrimônio e a relevância que ele tem no plano da salvação.»

«A capacidade deve colocar-se em relação com o que é o matrimônio essencialmente, ou seja, a íntima comunhão de vida e amor conjugais, fundada pelo Criador e estruturada com leis próprias e, de modo particular, com as obrigações essenciais inerentes a ela.»
Dentro das obrigações essenciais do estado conjugal se inclui o consortium vitae ou também o ius ad vitae communionem, que se identifica com a ajuda mútua, não só prática ou do ponto de vista da intimidade sexual, mas também no sentido mais amplo e profundo, orientado ao bem dos cônjuges, exaltando sua dimensão oblativa.
A capacidade para o matrimônio, continuou o Papa, «não se mede em relação a um determinado grau de realização existencial ou efetiva da união conjugal mediante o cumprimento das obrigações essenciais, mas em relação com a vontade eficaz de cada contraente, que torna esta realização possível e operante já no momento do pacto nupcial».

Da mesma forma, recordou como algumas correntes antropológicas «humanistas», orientadas «à autorrealização e à autotranscendência egocêntrica», idealizam até tal ponto a pessoa humana e o matrimônio, que acabam por «negar a capacidade psíquica de muitas pessoas, fundado-a em elementos que não correspondem às exigências essenciais do vínculo conjugal».
Frente a estas concepções, os especialistas de direito eclesial devem levar em conta o «realismo saudável» ao qual se referia João Paulo II, «porque a capacidade faz referência ao mínimo necessário para que os noivos possam entregar seu ser de pessoa masculina e feminina para fundar esse vínculo ao qual está chamada a grande maioria dos seres humanos», concluiu o Papa.

História da Rota

As competências do Tribunal da Rota Romana, que teve sua origem na Chancelaria Apostólica, foram fixadas definitivamente por Bento XIV com a Constituição Iustitiae et pacis, em 1747. Desde Gregório XVI (1834), a Rota foi também tribunal de apelação para o Estado Pontifício, enquanto que as causas pertinentes ao fórum eclesiástico eram decididas preferentemente pelas Congregações.

As normas vigentes foram aprovadas e promulgadas por João Paulo II, em 7 de fevereiro de 1994.

A Rota Romana atua como tribunal de apelação e julga; em segunda instância, as causas definidas pelos tribunais ordinários de primeiro grau e remetidas à Santa Sé por legítima apelação; e também em terceira e ulterior instância, as causas tratadas já em apelação pela própria Rota ou por outro tribunal eclesiástico de apelação. Também é tribunal de apelação para o Tribunal Eclesiástico da Cidade do Vaticano.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Dom Gil Moreira é nomeado bispo de Juiz de Fora (MG)

RINUNCIA DELL’ARCIVESCOVO METROPOLITA DI JUIZ DE FORA (BRASILE) E NOMINA DEL SUCCESSORE

Il Santo Padre ha accettato la rinuncia al governo pastorale dell’arcidiocesi di Juiz de Fora (Brasile), presentata da S.E. Mons. Eurico dos Santos Veloso, in conformità al can. 401 § 1 del Codice di Diritto Canonico.

Il Papa ha nominato Arcivescovo Metropolita di Juiz de Fora (Brasile) S.E. Mons. Gil Antônio Moreira, finora Vescovo di Jundiaí,

S.E. Mons. Gil Antônio Moreira

S.E. Mons. Gil Antônio Moreira è nato a Itapecerica, nella diocesi di Divinópolis, nello Stato di Minas Gerais, il 9 ottobre 1950. Dopo gli studi iniziali nel "Colégio São Geraldo" di Divinópolis, ha seguito i corsi della Facoltà di scienze e lettere a Divinópolis ottenendone il baccalaureato. Dal 1970 al 1973 ha seguito i corsi di filosofia nel Seminario Maggiore diocesano e, dal 1974 al 1976, quelli di teologia presso la Pontificia Università Cattolica di Belo Horizonte. Dopo l’ordinazione sacerdotale ha conseguito la licenza in Storia della Chiesa presso la Pontificia Università Gregoriana ed ha partecipato al corso per formatori dei seminari a Viamão e a Toluca (Messico).

Il 18 dicembre 1976 ha ricevuto l'ordinazione sacerdotale. Quindi è stato Vicario Parrocchiale a "São Benedito", a Itapecerica (1976-1979); Parroco di "São Joaquim de Bicas", a Igarapé (1979-1986); Parroco di "Santo Antônio", a Mateus Leme (1986-1989). Dal 1977 al 1989 è stato anche Coordinatore diocesano della pastorale vocazionale e, dal 1980 al 1989, Rettore del Seminario Maggiore di Divinópolis. Dal 1994 al 1997 è stato Rettore del Seminario Maggiore provinciale di Campo Grande (MS) e Professore di Storia della Chiesa, Liturgia e Pastorale presso l’Istituto Teologico di tale Arcidiocesi. Nel Regionale Leste 2 della Conferenza Episcopale è stato Rappresentante del Clero e Presidente Regionale dell'Organizzazione dei Seminari e degli Istituti di Filosofia e Teologia del Brasile (O.S.I.B.). Dal 1997 al 1999 ha svolto, presso la sede della Conferenza Episcopale a Brasília, l'incarico di Sotto-Segretario.

Il 14 luglio 1999 è stato nominato Vescovo titolare di Torre di Mauritania e Ausiliare di São Paulo, ed ha ricevuto l’ordinazione episcopale il 16 ottobre successivo. Come Vescovo Ausiliare ha svolto le seguenti attività: Responsabile per i Seminari e Coordinatore della Pastorale Vocazionale; Coordinatore dell’équipe di formazione dei diaconi permanenti; Responsabile per la Pastorale giovanile e universitaria; Presidente della Commissione Regionale per i Beni Culturali della Chiesa; Membro della Commissione Episcopale Nazionale per i Ministeri Ordinati e la Vita Consacrata.

Dal 7 gennaio 2004 è Vescovo di Jundiaí e dall’aprile 2007 è Membro della Congregazione per l’Educazione Cattolica.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

São Vicente: Diácono e Mártir

S. Vicente - diácono e mártir

"Disse Jesus: Hoje a salvação entrou nesta casa, porque este também é um filho de Abraão" Lc 19,9

Neste dia 22, celebramos a festa de um santo muito antigo: São Vicente, Mártir, Diácono da Igreja de Zaragoza (Espanha). Ele foi celebrado pelos maiores genios da antiguidade, como Santo Agostinho, São Leão Magno, Santo Ambrósio e São Prudêncio.
Qual a causa de tanta celebridade? A resposta é simples: naquele tempo, queriam acabar com os cristãos, e a resposta corajosa de São Vicente tornou-se histórica. Disse ele: "Não cremos nos vossos deuses. Só existe Cristo e o Pai, que são o único Deus. E nós somos servos e testemunhas dessa verdade."

A reação dos carrascos foi terrível! Depois de torturá-lo barbaramente, amarraram-no sobre uma grelha incandescente. Isto deu-se por volta do ano de 304.

O poeta cristão, Prudêncio, termina os seus versos a respeito de São Vicente, dizendo: "Levanta-te, ínclito mártir, e une-te como companheiro nosso, aos coros celestiais!".

Convém lembrar que há momentos na vida, em que é preciso decidir-se: ou por Cristo, ou contra Ele. Mesmo que isso chegue a custar-nos o maior sofrimento, podemos sempre dar a vida plena, na certeza de caminhar assim para a santidade, ou seja, para a realização plena do que somos como pessoa em Deus.

sábado, 10 de janeiro de 2009

A Formação e os Diáconos Permanentes

Neste artigo, o diácono Pascoal resgata a necessidade de formação permanente aos clérigos, em especial ao diácono que encontra a cada dia novos desafios pastorais.

Ainda a questão da formação

Talvez o maior desafio do Diaconado nos tempos atuais seja o de convencer o diácono da necessidade de Formação Permanente. Muitos são os motivos alegados: falta de tempo (excesso de trabalho nas paróquias e comunidades); condição acadêmica (muitos tem formação acadêmica e essa condição lhes basta); idade (a situação de sexagenário ou mais tira o ânimo de estudar, ler, aprender as novidades).

Essa situação só será mudada a partir de novas exigências na formação, isto é, que as Escolas Diaconais despertem nos candidatos o desejo de aprender, de não se acomodar com o currículo oferecido que, via de regra, não compreende tudo que é necessário para o exercício ministerial e pastoral.

O esforço da Diretoria da CND e da ENAP - Equipe Nacional de Assessoria Pedagógica é no sentido de oferecer cada vez mais os meios necessários de formação. Daí, a necessidade de participarmos dos Encontros Nacionais, Regionais, Provinciais e Diocesanos de Formação. Muito mais do que "lugar de sentar e ouvir palestras", o Encontro Nacional de Formação Permanente de Diáconos e Esposas oferece amplo leque de subsídios, inclusive a troca de experiências, do "encontrar-se para formar família diaconal", de co-nhecer as realidades de cada região do país.

Como acontece em outros setores da Igreja, seja com o Clero, seja com os leigos, a reclamação é a de que falta formação. Mas, quando é oferecida a formação, alegam-se vários motivos para não participar, desde o TEMPO até a QUESTÃO FINANCEIRA. O calendário de atividades é divulgado com antecedência para que o Diácono possa se programar com relação à família, atividade profissional e atividade eclesiástica. Mas parece que a formação não recebe a devida carga de prioridade.

Felizmente tenho ouvido de diáconos e esposas a seguinte expressão: "que bom que temos estes momentos para nos encontramos, nos conhecermos e aprendermos juntos." Isso alegra o coração de quem se empenha em fornecer oportunidades não só de formação, mas de "estar em família".

Outro grande desafio é conscientizar o Diácono Permanente sobre a real importância da Dimensão da Caridade na vida do Diácono. Às vezes parecemos "coroinhas" do Pároco, preocupados somente com a Liturgia. Às vezes não recebemos o devido valor do nosso Ministério porque não queremos deixar "a frente", o "lugar visível da Igreja". Sabemos que as questões sociais são prementes, urgentes, mas ainda não descobrimos o "carisma" de servir os pobres nos lugares onde estão.

Felizmente, surgem novas propostas curriculares por parte da ENAP para as Escolas Diaconais. É necessária a melhor formação teológica e litúrgica possível, é necessário o pleno conhecimento da Palavra de Deus, é muito importante conhecer as novas me-todologias de pregação e homilética mas, é muito mais necessário, no cumprimento da vocação diaconal, o serviço da CARIDADE. Por mais bem estruturada que seja a Comunidade Paroquial, sempre há na Paróquia uma necessidade social ou necessitados de atenção social. Se os governos municipal, estadual ou federal não cumprem com suas obrigações, cabe à Igreja, na sua missão evangélica, tentar suprir ou minorar os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs excluídos.

Que nas Escolas Diaconais sejam oferecidos os meios de se descobrir os carismas necessários para a missão integral do diácono. Que as famílias dos Diáconos sejam Casas e Lugares de Comunhão. Que o esforço da Diretoria da CND e da ENAP produzam frutos em abundância para o Diaconado Nacional. Que sejamos reconhecidos por ser responsáveis em nosso ministério e não criticados por falta de ação.

Diácono José Carlos Pascoal
Assessor de Comunicação da CND (ENAC) e Presidente do Regional Sul 1

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

As Religiões diante da crise financeira

08/01/2009

As religiões não estão alheias à crise, e mais, podem contribuir com o fundamento ético necessário para recordar o valor da justiça social e o escândalo da pobreza. É o que afirma Katherine Marshall, pesquisadora do Centro para a Religião, Paz e Assuntos Internacionais na Universidade de Georgetown, onde também é professora convidada. Parte de sua carreira dedicou ao Banco Mundial, especialmente em temas africanos e no impacto da religião na economia mundial.

“As religiões têm um papel muito importante na crise econômica, a primeira coisa é manter a clareza sobre os temas, sobre as questões fundamentais éticas e as opções que se enfrentam. Também têm um papel mais prático relevante. Muitas religiões têm um papel importante econômico e no desenvolvimento. E, finalmente, diria que a coisa essencial é concentrar-se nas questões da justiça social e da pobreza. Porque é muito fácil esquecer as pessoas que sofrem, ainda mais em tempos de crise econômica, e esta é a questão pela qual nós mais nos preocupamos”.

Fonte: H2O News