Exposição do Monsenhor Tarcísio Loro, secretário executivo do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral:
Contribuições que vieram de diversos setores da Arquidiocese enriqueceram o plano. O retorno à identidade missionária da Igreja de Jesus Cristo nos leva às fontes.
O Plano faz uma avaliação das ações eclesiais na cidade de SP. A Missão é dever de todos: todo batizado deveria ser discípulo e missionário de JC. O plano não pode engessar a ação missionária. Tudo pode e deve ser feito. Refletir sobre como responder aos apelos missionários da cidade, a partir de seu específico.
O Plano não é um livro de receitas, com fórmulas e soluções para os desafios da cidade. Ele deveria despertar nossa capacidade criadora junto ao povo. Despertar toda a Igreja a uma pastoral missionária que não deve ser apenas de manutenção.
Objetivo Geral do Plano de Pastoral: Ser Igreja discípula e missionária na cidade de São Paulo.
O método utilizado na elaboração do Plano é o do Ver, Julgar e Agir.
Monsenhor Tarcísio apresentou marcos da realidade pastoral: Conhecer a Jesus pela fé e Segui-lo é graça verdadeira. A Igreja em São Paulo tem sua raiz missionária, seu discipulado e sua missão. Nossa história é de fé, missão e solidariedade. A cidade testemunha o amor cristão, animada a seguir Jesus pelos seus Santos e beatos, como Santa Paulina, Santo Frei Galvão, Beato José de Anchieta e São Paulo, agora patrono de nossa Arquidiocese. Na comemoração do Centenário da Arquidiocese recorda-se a vivência de fé e missão dos católicos na cidade
O campo da missão e seus desafios:
1. A cidade de São Paulo, onde se encontra a Arquidiocese, possui uma população de onze milhões de habitantes e de até dezenove milhões, se considerarmos o conjunto da região metropolitana.
2. Estima-se que a Arquidiocese ocupe mais de um terço do território e atenda a mais do que a metade da população do Município. Em números absolutos, à Arquidiocese corresponde uma população de cerca de 5.277.241 habitantes, com densidade demográfica de oito mil e trezentos habitantes por quilômetro quadrado (8.300 hab/km²). Além disso, atende a uma multidão de transeuntes, provenientes de outras cidades e Estados, que necessitam de acolhimento e de orientação religiosa. As igrejas centrais têm que estar abertas para atender a essa população.
Apesar da pujança da cidade, os indicadores sociais revelam a coexistência da riqueza e da miséria. A realidade de miséria em que vive grande parcela da população fere os princípios do Evangelho. Pessoas oriundas de diversos Estados do Brasil são atraídas pelas promessas do mundo urbano e de sua riqueza. A cidade produz: riqueza e pobreza.
3. O medo da violência e o medo de denunciá-la favorecem o comércio de equipamentos de segurança, de muros, grades, portões eletrônicos, seguranças particulares e serviços bancários através da Internet, que aumentam o isolamento social. Em algumas regiões, o Estado é praticamente ausente, e isto permite a proliferação do crime organizado. Devido ao crescimento imobiliário e populacional desordenado, sem um sistema ético de planejamento urbano, São Paulo enfrenta grande dificuldade no escoamento do trânsito, que se torna cada dia mais lento, com prejuízos para a locomoção.
Com os esforços da sociedade civil e do Estado, nas últimas décadas, as agências de pesquisa têm constatado uma diminuição das mazelas sociais no Brasil e na cidade de São Paulo. Acredita-se que essa melhora se deva, também, à atuação das pastorais sociais e de movimentos e organizações, muitas delas ligadas à Igreja, que oferecem alternativas econômicas e de lazer à população, cursos profissionalizantes e centros de convivência para jovens, famílias, mulheres, crianças e idosos. As comunidades têm preocupação com os pobres e doentes, e lhes prestam serviços de caridade.
A cidade com sua dinâmica: conviver com esse caldo de cultura. As relações humanas e familiares da cidade grande conduz à perda de referências cristãs. A Igreja precisa adequar-se à cultura e suas expressões urbanas.
Dimensões política, econômica e social da cidade são contempladas pelo Plano, sendo importante uma participação política na condução dos rumos da cidade.
Diversidade de credos e de expressões de fé: Num contexto de inversão dos valores e do sentido religioso, algumas expressões religiosas de cunho psicologista e naturalista dão a entender que não há necessidade de uma vida comunitária. Muitas vezes, transformam as práticas religiosas em comunidades virtuais que fortalecem o individualismo e acabam por criar uma “religião do bem-estar social”. “Neste caso, a religião deixa de ser pensada e vivida como uma forma de reconhecimento, adoração e entrega ao Criador, obediência na fé, serviço a Deus e vivência comunitária. É vista numa ótica utilitarista, por oferecer bem-estar interior, terapia ou cura de males, sucesso na vida e nos negócios. Registra-se o “mercado das religiões”, decorrentes da diversidade cultural da população da cidade.
Marco teológico-pastoral: Jesus Cristo – sacerdote (redentor da humanidade); profeta (Palavra do Pai) e pastor (cuida da humanidade).
Missão permanente: discípulos em missão na cidade, procurando recuperar o tríplice múnus de Jesus Cristo.
O Plano indica algumas pistas na condução dos trabalhos pastorais, valorizando a participação das pessoas e aprofundando o conhecimento de Jesus. Seguem algumas ações práticas: Domingo Dia do Senhor; Celebração dominical da Palavra de Deus; Aprofundamento sobre a Eucaristia; Pastoral dominical; Homilias – Deus fala a comunidade e Habilidade Comunicativa.
De maneira geral, o Plano apresenta ações condizentes com o Documento de Aparecida e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora a Igreja no Brasil. Contudo, fica claro que o Plano não limita as ações existentes, mas incentiva a novos areópagos tão necessários aos anseios da sociedade.


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