quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Palavra e Serviço na Igreja

Comentário ao Evangelho do dia feito por João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Marcos 1,40-45 :
Um leproso aproximou-se de Jesus e suplicou-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me". Jesus estendeu a mão, tocou-o e lhe disse:"Eu quero, sê curado". E, imediatemente, desapareceu dele a lepra e foi purificado. Jesus o despediu, dizendo-lhe:"Vê que não o digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testeminho". Esse homem, porém, divulgou o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade.

Homilia aos jovens

“Jesus estendeu a mão e tocou-lhe”
O gesto afetuoso de Jesus, que Se aproxima dos leprosos, reconfortando-os e curando-os, tem a sua expressão mais plena e misteriosa na Paixão. Supliciado e desfigurado pelo suor de sangue, pela flagelação, pela coroação de espinhos, pela crucifixão, abandonado pela população, que esquecera os benefícios Dele recebidos, na Sua Paixão Jesus identifica-Se com os leprosos, tornando-Se imagem e símbolo deles, como havia intuído o profeta Isaías, ao contemplar o mistério do Servo do Senhor: “Vimo-lo sem aspecto atraente, desprezado e evitado pelos homens, como homem […] diante do qual se tapa o rosto. […] Nós o repudiávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado” (Is 53, 2-4).
Mas é precisamente das chagas do corpo supliciado de Deus e do poder da Sua ressurreição que brotam a vida e a esperança para todos os homens atingidos pelo mal e pela enfermidade.
A Igreja sempre foi fiel à missão de anunciar a palavra de Cristo, unida ao gesto concreto de misericórdia solidária pelos mais humildes, pelos últimos. No decurso dos séculos, houve um crescendo de dedicação, comovente e extraordinária, por quantos eram atingidos pelas doenças humanamente mais repugnantes. A história põe claramente em evidência que os cristãos foram os primeiros a preocupar-se com o problema dos leprosos. O exemplo de Cristo tinha feito escola, e foi fecundo em gestos de solidariedade, de dedicação, de generosidade e de caridade desinteressada.

Na caminhada como consagrados ao serviço de Cristo-Servidor, os diáconos realizam esta passagem da Escritura, pois na atual sociedade existe grande número de pessoas necessitadas. Como aqueles leprosos, muitos são desprezados e esquecidos pelo atual sistema, onde a mídia controlada por uma pequena parcela dominante, divulga apenas o que interessa ao sistema. Cabe a nós, discípulos e missionários, atender a estas pessoas carentes, conforme diz João Paulo II.


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