Lançamento de Livro e Conferência
A Editora Vozes, o Mosteiro de São Bento e a Comunidade de Meditação Cristã deSP convidam você para o Lançamento da nova tradução de uma das obras mais importantes do misticismo ocidental:"A Nuvem do Não Saber"
Escrita por um Anônimo Inglês, provavelmente pouco depois de 1390, esta nova tradução feita diretamente do Inglês medieval conta com os dados mais recentes da investigação atual sobre a obra.
Venha participar da Conferência com o Tradutor:
Dom Lino Marques Moreira O.S.B.
Monge Beneditino do Mosteiro de Singeverga, Portugal.
Data: 30 de maio de 2007, às 20h00
Local: Auditório do Colégio de São Bento Mosteiro de São Bento de São Paulo
Largo de São Bento, s/n.Estação São Bento do Metrô
– Entrada Franca –
Ajudem na divulgação!!!
Obrigado!
terça-feira, 29 de maio de 2007
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Todo batizado tem o direito de ser evangelizado!

Em entrevista concedida nesta semana em Aparecida, o Cardeal Dom Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero a Vª CELAM terá como prioridade buscar as pessoas para demonstrar o amor da Igreja Católica por elas.
“As pessoas são procuradas porque são amadas” daí, o missionário partir em busca do ser humano para ouvi-lo e anunciar novamente Jesus Cristo. “O encontro envolve a pessoa toda, não é apenas um jogo de conhecimentos e de discussão racional”, continua Dom Cláudio, enfatizando que, para além do encontro com o próximo, deve existir o “encontro pessoal com Jesus Cristo”.
Dom Cláudio explicou que padres e diáconos permanentes serão “peças-chave” neste processo. “Serão agentes estratégicos”, já que grande parte desta missão será realizada “em âmbito paroquial”.
A experiência de vida familiar e profissional dos leigos e dos diáconos permanentes, conduzirão a um encontro com o batizados dentro de sua realidade de vida.
“O missionário tem de ter feito a experiência e a adesão pessoal de Jesus Cristo, para que a sua palavra não seja apenas uma doutrina, mas seja algo vivencial.” A Conferência de Aparecida incentivará também a que os próprios seminaristas já sejam “formados num espírito mais missionário”.
Há muito tempo alertamos que os seminários precisam formar homens que vivenciem a sociedade, que participem de movimentos sociais e que trabalhem junto aos excluídos.
“As pessoas são procuradas porque são amadas” daí, o missionário partir em busca do ser humano para ouvi-lo e anunciar novamente Jesus Cristo. “O encontro envolve a pessoa toda, não é apenas um jogo de conhecimentos e de discussão racional”, continua Dom Cláudio, enfatizando que, para além do encontro com o próximo, deve existir o “encontro pessoal com Jesus Cristo”.
Dom Cláudio explicou que padres e diáconos permanentes serão “peças-chave” neste processo. “Serão agentes estratégicos”, já que grande parte desta missão será realizada “em âmbito paroquial”.
A experiência de vida familiar e profissional dos leigos e dos diáconos permanentes, conduzirão a um encontro com o batizados dentro de sua realidade de vida.
“O missionário tem de ter feito a experiência e a adesão pessoal de Jesus Cristo, para que a sua palavra não seja apenas uma doutrina, mas seja algo vivencial.” A Conferência de Aparecida incentivará também a que os próprios seminaristas já sejam “formados num espírito mais missionário”.
Há muito tempo alertamos que os seminários precisam formar homens que vivenciem a sociedade, que participem de movimentos sociais e que trabalhem junto aos excluídos.
O cardeal Hummes afirmou que a missão não se circunscreverá apenas às visitas em âmbito paroquial. Segundo o prefeito da Congregação para o Clero, “os leigos deverão nos ensinar” a desenvolver a missão nos campos profissional, político, econômico, nos meios de comunicação e nos diversos outros âmbitos da sociedade.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Marcela, Menina que Evangeliza!
As teorias científicas, a medicina e a tecnologia precisam ser utilizadas para melhorar a vida do ser humano. O caso de Marcela, demonstra que o respeito à vida deve ser maior que o comodismo de "eliminar o que não é produtivo". O aborto é uma opção de vida ou morte! Acredito que a linha de evangelização deve partir do princípio (o ato sexual da concepção) e não da consequência (a fecundação do óvulo).
Marcela de Jesus Ferreira completou seis meses de vida neste domingo, 20. Diagnosticada como anencefálica (sem cérebro) desde o quarto mês de gestação, ela contrariou as expectativas médicas e está sobrevivendo, e bem, com a mãe Cacilda, numa casa do bairro Marumbé (desde 18 de abril), em Patrocínio Paulista, na região de Ribeirão Preto.
O pai da menina e as irmãs continuam morando num sítio, a 18 quilômetros da cidade. "Vou cuidar dela até quando Deus quiser", diz a mãe Cacilda, que não esconde a sua alegria diária.
A pediatra Márcia Beani Barcellos, que a visita uma a duas vezes por semana, continua se surpreendendo e documenta o que acompanha para posterior publicação científica sobre casos de anencefalia. Ela, porém, fica furiosa quando algum colega de profissão opina sobre o caso de Marcela sem ao menos tê-la visto ou buscado informações sobre a menina.
"Em teoria, uma criança anencefálica não teria dor, fome, sentimento, frio, mas a Marcela prova justamente o contrário, pois ela tem frio, dor, sente a presença da mãe, chora quando tem desconforto, emite sons e respira um bom tempo sem o auxílio do aparelho de oxigênio", relata Márcia.
A pediatra lembra que a bebê só tem o tronco cerebral, que a mantém viva. "A medicina é uma ciência exata, mas muitas vezes não tem explicação, e o caso da Marcela é um caso raro." E a pediatra acrescenta: "Infelizmente ela não tem um prognóstico de viver, não será normal, mas tem vida e traz alegria para a família e é interessante conhecer o caso dela."Marcela tem anencefalia, mas não uma vida vegetativa, ou seja, não está entrevada no berço. Ela se movimenta e, mesmo que por instinto, sente o mundo que a circunda. "Ela pede colo, gosta de tomar banho", diz a médica Márcia, que é a favor da discriminação do aborto em casos de anencefalia, mas desde que a mãe faça a escolha se vai ou não seguir com a gestação."Quanto mais informação para a mãe que passa por isso, melhor, aí ela escolhe de acordo com a sua filosofia, religião, ciência", explica a pediatra, afirmando que fica triste com as opiniões de profissionais sérios, mas que não conhecem o caso da Marcela de perto. "Falam que ela não tem vida, não tem percepção, e vejo na prática que isso não é verdade, e fico chateada quando usam o caso da Marcela para defender ou criticar o aborto", destaca Márcia.
Marcela pesa atualmente quase 6 kg e mede 59 centímetros, e é alimentada com leite (90 ml a cada três horas), sucos de frutas (20 ml por vez) e papinha de legumes (20 ml, duas vezes ao dia). "Ela está gorda e grande", diz a mãe Cacilda, que comemorou os seis meses de vida da filha com a família."É uma alegria contínua, só agradeço a Deus", afirma ela, que também fica indignada com comentários contrários à situação da filha. Parentes, amigos e religiosos a visitam periodicamente e até um padre de Anápolis (GO) telefona esporadicamente, perguntando sobre a menina e abençoando-a.
Cacilda é uma católica fervorosa, mas, como diz a pediatra Márcia, ela é simples, tem a família organizada e também não faz apologias e nem espera um milagre no caso da filha. "Ela (Cacilda) é esclarecida, sabe dos problemas da filha, não é alienada", informa a médica.
"A mãe não é amargurada, triste ou solitária; está muito segura e só ela sabe o que a filha sente", completa Márcia.
Marcela de Jesus Ferreira completou seis meses de vida neste domingo, 20. Diagnosticada como anencefálica (sem cérebro) desde o quarto mês de gestação, ela contrariou as expectativas médicas e está sobrevivendo, e bem, com a mãe Cacilda, numa casa do bairro Marumbé (desde 18 de abril), em Patrocínio Paulista, na região de Ribeirão Preto.
O pai da menina e as irmãs continuam morando num sítio, a 18 quilômetros da cidade. "Vou cuidar dela até quando Deus quiser", diz a mãe Cacilda, que não esconde a sua alegria diária.
A pediatra Márcia Beani Barcellos, que a visita uma a duas vezes por semana, continua se surpreendendo e documenta o que acompanha para posterior publicação científica sobre casos de anencefalia. Ela, porém, fica furiosa quando algum colega de profissão opina sobre o caso de Marcela sem ao menos tê-la visto ou buscado informações sobre a menina.
"Em teoria, uma criança anencefálica não teria dor, fome, sentimento, frio, mas a Marcela prova justamente o contrário, pois ela tem frio, dor, sente a presença da mãe, chora quando tem desconforto, emite sons e respira um bom tempo sem o auxílio do aparelho de oxigênio", relata Márcia.
A pediatra lembra que a bebê só tem o tronco cerebral, que a mantém viva. "A medicina é uma ciência exata, mas muitas vezes não tem explicação, e o caso da Marcela é um caso raro." E a pediatra acrescenta: "Infelizmente ela não tem um prognóstico de viver, não será normal, mas tem vida e traz alegria para a família e é interessante conhecer o caso dela."Marcela tem anencefalia, mas não uma vida vegetativa, ou seja, não está entrevada no berço. Ela se movimenta e, mesmo que por instinto, sente o mundo que a circunda. "Ela pede colo, gosta de tomar banho", diz a médica Márcia, que é a favor da discriminação do aborto em casos de anencefalia, mas desde que a mãe faça a escolha se vai ou não seguir com a gestação."Quanto mais informação para a mãe que passa por isso, melhor, aí ela escolhe de acordo com a sua filosofia, religião, ciência", explica a pediatra, afirmando que fica triste com as opiniões de profissionais sérios, mas que não conhecem o caso da Marcela de perto. "Falam que ela não tem vida, não tem percepção, e vejo na prática que isso não é verdade, e fico chateada quando usam o caso da Marcela para defender ou criticar o aborto", destaca Márcia.
Marcela pesa atualmente quase 6 kg e mede 59 centímetros, e é alimentada com leite (90 ml a cada três horas), sucos de frutas (20 ml por vez) e papinha de legumes (20 ml, duas vezes ao dia). "Ela está gorda e grande", diz a mãe Cacilda, que comemorou os seis meses de vida da filha com a família."É uma alegria contínua, só agradeço a Deus", afirma ela, que também fica indignada com comentários contrários à situação da filha. Parentes, amigos e religiosos a visitam periodicamente e até um padre de Anápolis (GO) telefona esporadicamente, perguntando sobre a menina e abençoando-a.
Cacilda é uma católica fervorosa, mas, como diz a pediatra Márcia, ela é simples, tem a família organizada e também não faz apologias e nem espera um milagre no caso da filha. "Ela (Cacilda) é esclarecida, sabe dos problemas da filha, não é alienada", informa a médica.
"A mãe não é amargurada, triste ou solitária; está muito segura e só ela sabe o que a filha sente", completa Márcia.
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Ascensão do Senhor!
Neste domingo dia 20, a liturgia nos apresenta um dos mais significativos e belos momentos da vida de Cristo: seu afastamento de nosso meio!
Parece incoerente, mas seu afastamento humano, permite-nos entender a mensagem de como devemos proceder para sermos verdadeiros discípulos e discípulas de Jesus. Para melhor refletirmos, sugiro a leitura da pregação do Pe Raniero Cantalamessa sobre a Ascensão de Jesus.
Se não queremos que a Ascensão pareça mais um melancólico «adeus» que uma verdadeira festa, é necessário compreender a diferença radical que existe entre um desaparecimento e uma partida. Com a Ascensão, Jesus não partiu, não se «ausentou», só desapareceu da vista. Quem parte já não está; quem desaparece pode estar ainda ali, a dois passos, só que algo impede de vê-lo. No momento da ascensão, Jesus desaparece, sim, da vista dos apóstolos, mas para estar presente de outra forma, mais íntima, não fora, mas dentro deles. Acontece como na Eucaristia: enquanto a hóstia está fora de nós, nós a vemos, nós a adoramos; quando a recebemos, já não a vemos, desapareceu, mas para estar dentro de nós. Inaugurou-se uma presença nova e mais forte.
Mas surge uma objeção. Se Jesus já não está visível, como os homens farão para saber de sua presença? A resposta é: Ele quer tornar-se visível através de seus discípulos! Tanto no Evangelho como nos Atos dos Apóstolos, o evangelista Lucas associa estreitamente a Ascensão ao tema do testemunho: «Vós sois testemunhas dessas coisas» (Lc 24, 48). Esse «vós» assinala em primeiro lugar os apóstolos que estiveram com Jesus. Depois dos apóstolos, este testemunho, por assim dizer «oficial», isto é, ligado ao ofício, passa a seus sucessores, os bispos e os sacerdotes. Mas aquele «vós» se refere também a todos os batizados e aos crentes em Cristo. «Cada leigo -- diz um documento do Concílio -- deve ser ante o mundo testemunha da ressurreição e da vida do Senhor Jesus, e sinal do Deus vivo» (Lumen gentium, 38).
Tornou-se célebre a afirmação de Paulo VI: «Hoje há uma maior necessidade de testemunhas do que de mestres». É relativamente fácil ser mestre, bastante menos ser testemunha. De fato, o mundo está cheio de mestres, verdadeiros ou falsos, mas escasso de testemunhas. Entre os dois papéis existe a mesma diferença que existe, segundo o provérbio, entre a palavra e a ação... os fatos, segundo um refrão inglês, falam com mais força que as palavras.
A testemunha é quem fala com a vida. Um pai e uma mãe crentes devem ser, para os filhos, «as primeiras testemunhas da fé» (isso é pedido a eles pela Igreja a Deus, na bênção que acompanha o rito do matrimônio). Usemos um exemplo concreto. Neste período do ano, muitas crianças [e jovens] se aproximam da primeira comunhão e da confirmação. Uma mãe e um pai crentes podem ajudar seu filho a repassar o catecismo, explicar-lhe o sentido das palavras, ajudar-lhe a memorizar as respostas. Fazem algo belíssimo e oxalá fossem muitos os que o fizessem! Mas o que pensará a criança se, depois de tudo o que os pais disseram e fizeram por sua primeira comunhão, descuidam depois sistematicamente da Missa dos domingos, e nunca fazem o sinal da cruz nem pronunciam uma oração? Foram mestres, não testemunhas.
O testemunho dos pais não deve, naturalmente, limitar-se ao momento da primeira comunhão ou da confirmação dos filhos. Com seu modo de corrigir e perdoar o filho e de perdoar-se entre si, de falar com respeito dos ausentes, de comportar-se ante um necessitado que pede esmola, com os comentários que fazem em presença dos filhos ao ouvir as notícias do dia, os pais têm diariamente a possibilidade de dar testemunho de sua fé. A alma das crianças é um filme fotográfico. Tudo o que vêem e ouvem nos anos da infância se marca nele e um dia «se revelará» e dará seus frutos, bons e maus.
Fonte: Zenit
Parece incoerente, mas seu afastamento humano, permite-nos entender a mensagem de como devemos proceder para sermos verdadeiros discípulos e discípulas de Jesus. Para melhor refletirmos, sugiro a leitura da pregação do Pe Raniero Cantalamessa sobre a Ascensão de Jesus.
Se não queremos que a Ascensão pareça mais um melancólico «adeus» que uma verdadeira festa, é necessário compreender a diferença radical que existe entre um desaparecimento e uma partida. Com a Ascensão, Jesus não partiu, não se «ausentou», só desapareceu da vista. Quem parte já não está; quem desaparece pode estar ainda ali, a dois passos, só que algo impede de vê-lo. No momento da ascensão, Jesus desaparece, sim, da vista dos apóstolos, mas para estar presente de outra forma, mais íntima, não fora, mas dentro deles. Acontece como na Eucaristia: enquanto a hóstia está fora de nós, nós a vemos, nós a adoramos; quando a recebemos, já não a vemos, desapareceu, mas para estar dentro de nós. Inaugurou-se uma presença nova e mais forte.
Mas surge uma objeção. Se Jesus já não está visível, como os homens farão para saber de sua presença? A resposta é: Ele quer tornar-se visível através de seus discípulos! Tanto no Evangelho como nos Atos dos Apóstolos, o evangelista Lucas associa estreitamente a Ascensão ao tema do testemunho: «Vós sois testemunhas dessas coisas» (Lc 24, 48). Esse «vós» assinala em primeiro lugar os apóstolos que estiveram com Jesus. Depois dos apóstolos, este testemunho, por assim dizer «oficial», isto é, ligado ao ofício, passa a seus sucessores, os bispos e os sacerdotes. Mas aquele «vós» se refere também a todos os batizados e aos crentes em Cristo. «Cada leigo -- diz um documento do Concílio -- deve ser ante o mundo testemunha da ressurreição e da vida do Senhor Jesus, e sinal do Deus vivo» (Lumen gentium, 38).
Tornou-se célebre a afirmação de Paulo VI: «Hoje há uma maior necessidade de testemunhas do que de mestres». É relativamente fácil ser mestre, bastante menos ser testemunha. De fato, o mundo está cheio de mestres, verdadeiros ou falsos, mas escasso de testemunhas. Entre os dois papéis existe a mesma diferença que existe, segundo o provérbio, entre a palavra e a ação... os fatos, segundo um refrão inglês, falam com mais força que as palavras.
A testemunha é quem fala com a vida. Um pai e uma mãe crentes devem ser, para os filhos, «as primeiras testemunhas da fé» (isso é pedido a eles pela Igreja a Deus, na bênção que acompanha o rito do matrimônio). Usemos um exemplo concreto. Neste período do ano, muitas crianças [e jovens] se aproximam da primeira comunhão e da confirmação. Uma mãe e um pai crentes podem ajudar seu filho a repassar o catecismo, explicar-lhe o sentido das palavras, ajudar-lhe a memorizar as respostas. Fazem algo belíssimo e oxalá fossem muitos os que o fizessem! Mas o que pensará a criança se, depois de tudo o que os pais disseram e fizeram por sua primeira comunhão, descuidam depois sistematicamente da Missa dos domingos, e nunca fazem o sinal da cruz nem pronunciam uma oração? Foram mestres, não testemunhas.
O testemunho dos pais não deve, naturalmente, limitar-se ao momento da primeira comunhão ou da confirmação dos filhos. Com seu modo de corrigir e perdoar o filho e de perdoar-se entre si, de falar com respeito dos ausentes, de comportar-se ante um necessitado que pede esmola, com os comentários que fazem em presença dos filhos ao ouvir as notícias do dia, os pais têm diariamente a possibilidade de dar testemunho de sua fé. A alma das crianças é um filme fotográfico. Tudo o que vêem e ouvem nos anos da infância se marca nele e um dia «se revelará» e dará seus frutos, bons e maus.
Fonte: Zenit
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Discurso do Papa aos Jovens no Pacaembú
Veja a íntegra do discurso do Papa aos jovens e como sempre, destacamosQueridos jovens! Queridos amigos e amigas!
"Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres [...] Depois, vem e segue-me" (Mt.19,21).
Desejei ardentemente encontrar-me convosco nesta minha primeira viagem à América Latina. Vim para abrir a V Conferência do Episcopado Latino-americano que, por meu desejo, vai realizar-se em Aparecida, aqui no Brasil, no Santuário de Nossa Senhora. Ela nos coloca aos pés de Jesus para aprendermos suas lições sobre o Reino e impulsionar-nos a ser seus missionários, para que os povos deste “Continente da Esperança” tenham, n’Ele, vida plena. Os vossos Bispos do Brasil, na sua Assembléia Geral do ano passado, refletiram sobre o tema da evangelização da juventude e colocaram em vossas mãos um documento. Pediram que fosse acolhido e aperfeiçoado por vós durante todo o ano. Nesta última Assembléia retomaram o assunto, enriquecido com vossa colaboração, e desejam que as reflexões feitas e as orientações propostas sirvam como incentivo e farol para vossa caminhada. As palavras do Arcebispo de São Paulo e do encarregado da Pastoral da Juventude, as quais agradeço, bem atestam o espírito que move a todos vocês. Ontem pela tarde, ao sobrevoar o território brasileiro, pensava já neste nosso encontro no Estádio do Pacaembu, com o desejo de dar um grande abraço bem brasileiro a todos vós, e manifestar os sentimentos que levo no íntimo do coração e que, bem a propósito, o Evangelho de hoje nos quis indicar. Sempre experimentei uma alegria muito especial nestes encontros. Lembro-me particularmente da Vigésima Jornada Mundial da Juventude, que tive a ocasião de presidir há dois anos atrás na Alemanha. Alguns dos que estão aqui também lá estiveram! É uma lembrança comovedora, pelos abundantes frutos da graça enviados pelo Senhor. E não resta a menor dúvida que o primeiro fruto, dentre muitos, que pude constatar foi o da fraternidade exemplar havida entre todos, como demonstração evidente da perene vitalidade da Igreja por todo o mundo. Pois bem, caros amigos, estou certo de que hoje se renovam as mesmas impressões daquele meu encontro na Alemanha. Em 1991, o Servo de Deus o Papa João Paulo II, de venerada memória, dizia, na sua passagem pelo Mato Grosso, que os “jovens são os primeiros protagonistas do terceiro milênio [...] são vocês que vão traçar os rumos desta nova etapa da humanidade” (Discurso 16/10/1991). Hoje, sinto-me movido a fazer-lhes idêntica observação. O Senhor aprecia, sem dúvida, vossa vivência cristã nas numerosas comunidades paroquiais e nas pequenas comunidades eclesiais, nas Universidades, Colégios e Escolas e, especialmente, nas ruas e nos ambientes de trabalho das cidades e dos campos. Trata-se, porém, de ir adiante. Nunca podemos dizer basta, pois a caridade de Deus é infinita e o Senhor nos pede, ou melhor, nos exige dilatar nossos corações para que neles caiba sempre mais amor, mais bondade, mais compreensão pelos nossos semelhantes e pelos problemas que envolvem não só a convivência humana, mas também a efetiva preservação e conservação da natureza, da qual todos fazem parte. “Nossos bosques têm mais vida”: não deixeis que se apague esta chama de esperança que o vosso Hino Nacional põe em vossos lábios. A devastação ambiental da Amazônia e as ameaças à dignidade humana de suas populações requerem um maior compromisso nos mais diversos espaços de ação que a sociedade vem solicitando.
Hoje quero convosco refletir sobre o texto de São Mateus (19, 16-22), que acabamos de ouvir. Fala de um jovem. Ele veio correndo ao encontro de Jesus. Merece destaque a sua ânsia. Neste jovem vejo a todos vós, jovens do Brasil e da América Latina. Viestes correndo de diversas regiões deste Continente para nosso encontro. Quereis ouvir, pela voz do Papa, as palavras do próprio Jesus. Tendes uma pergunta crucial, referida no Evangelho, a Lhe fazer. É a mesma do jovem que veio correndo ao encontro com Jesus: o que fazer para alcançar a vida eterna? Gostaria de aprofundar convosco esta pergunta. Trata-se da vida. A vida que, em vós, é exuberante e bela. O que fazer dela? Como vivê-la plenamente? Logo entendemos, na formulação da própria pergunta, que não basta o aqui e agora, ou seja, nós não conseguimos delimitar nossa vida ao espaço e ao tempo, por mais que pretendamos estender seus horizontes. A vida os transcende. Em outras palavras, queremos viver e não morrer. Sentimos que algo nos revela que a vida é eterna e que é necessário empenhar-se para que isto aconteça. Em outras palavras, ela está em nossas mãos e depende, de algum modo, da nossa decisão. A pergunta do Evangelho não contempla apenas o futuro. Não trata apenas de uma questão sobre o que acontecerá após a morte. Há, ao contrário, um compromisso com o presente, aqui e agora, que deve garantir autenticidade e conseqüentemente o futuro. Numa palavra, a pergunta questiona o sentido da vida. Pode por isso ser formulada assim: que devo fazer para que minha vida tenha sentido? Ou seja: como devo viver para colher plenamente os frutos da vida? Ou ainda: que devo fazer para que minha vida não transcorra inutilmente? Jesus é o único capaz de nos dar uma resposta, porque é o único que nos pode garantir vida eterna. Por isso também é o único que consegue mostrar o sentido da vida presente e dar-lhe um conteúdo de plenitude. Antes, porém, de dar sua resposta, Jesus questiona a pergunta do jovem num aspecto muito importante: por que me chamas de bom? Nesta pergunta se encontra a chave da resposta. Aquele jovem percebeu que Jesus é bom e que é mestre. Um mestre que não engana. Nós estamos aqui porque temos esta mesma convicção: Jesus é bom. Podemos não saber dar toda a razão desta percepção, mas é certo que ela nos aproxima dele e nos abre ao seu ensinamento: um mestre bom. Quem reconhece o bem é sinal que ama. E quem ama, na feliz expressão de São João, conhece Deus (cf.1Jo 4,7). O jovem do Evangelho teve uma percepção de Deus em Jesus Cristo. Jesus nos garante que só Deus é bom. Estar aberto à bondade significa acolher Deus. Assim Ele nos convida a ver Deus em todas as coisas e em todos os acontecimentos, mesmo lá onde a maioria só vê a ausência de Deus. Vendo a beleza das criaturas e constatando a bondade presente em todas elas, é impossível não crer em Deus e não fazer uma experiência de sua presença salvífica e consoladora. Se nós conseguíssemos ver todo o bem que existe no mundo e, ainda mais, experimentar o bem que provém do próprio Deus, não cessaríamos jamais de nos aproximar dele, de O louvar e Lhe agradecer. Ele continuamente nos enche de alegria e de bens. Sua alegria é nossa força. Mas nós não conhecemos senão de forma parcial. Para perceber o bem necessitamos de auxílios, que a Igreja nos proporciona em muitas oportunidades, principalmente pela catequese. Jesus mesmo explicita o que é bom para nós, dando-nos sua primeira catequese. «Se queres entrar na vida, observa os mandamentos» (Mt 19,17). Ele parte do conhecimento que o jovem já obteve certamente de sua família e da Sinagoga: de fato, ele conhece os mandamentos. Eles conduzem à vida, o que equivale a dizer que eles nos garantem autenticidade. São as grandes balizas a nos apontarem o caminho certo. Quem observa os mandamentos está no caminho de Deus. Não basta conhecê-los. O testemunho vale mais que a ciência, ou seja, é a própria ciência aplicada. Não são impostos de fora, nem diminuem nossa liberdade. Pelo contrário: constituem impulsos internos vigorosos, que nos levam a agir nesta direção. Na sua base está a graça e a natureza, que não nos deixam parados. Precisamos caminhar. Somos impelidos a fazer algo para nos realizarmos a nós mesmos. Realizar-se, através da ação, na verdade, é tornar-se real. Nós somos, em grande parte, a partir de nossa juventude, o que nós queremos ser. Somos, por assim dizer, obra de nossas mãos.
Nesta altura volto-me, de novo, para vós, jovens, querendo ouvir também de vós a resposta do jovem do Evangelho: tudo isto tenho observado desde a minha juventude. O jovem do Evangelho era bom. Observava os mandamentos. Estava pois no caminho de Deus. Por isso Jesus fitou-o com amor. Ao reconhecer que Jesus era bom, testemunhou que também ele era bom. Tinha uma experiência da bondade e por isso, de Deus.
E vós, jovens do Brasil e da América Latina? Já descobristes o que é bom? Seguis os mandamentos do Senhor? Descobristes que este é o verdadeiro e único caminho para a felicidade? Os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O “amanhã” depende muito de como estais vivendo o “hoje” da juventude. Diante dos olhos, meus queridos jovens, tendes uma vida que desejamos seja longa; mas é uma só, é única: não a deixeis passar em vão, não a desperdiceis. Vivei com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com senso de responsabilidade. Muitas vezes sentimos trepidar nossos corações de pastores, constatando a situação de nosso tempo. Ouvimos falar dos medos da juventude de hoje. Revelam-nos um enorme déficit de esperança: medo de morrer, num momento em que a vida está desabrochando e procura encontrar o próprio caminho da realização; medo de sobrar, por não descobrir o sentido da vida; e medo de ficar desconectado diante da estonteante rapidez dos acontecimentos e das comunicações. Registramos o alto índice de mortes entre os jovens, a ameaça da violência, a deplorável proliferação das drogas que sacode até a raiz mais profunda a juventude de hoje. Fala-se por isso, seguidamente, de uma juventude perdida. Mas olhando para vós, jovens aqui presentes, que irradiais alegria e entusiasmo, assumo o olhar de Jesus: um olhar de amor e confiança, na certeza de que vós encontrastes o verdadeiro caminho. Sois jovens da Igreja. Por isso Eu vos envio para a grande missão de evangelizar os jovens e as jovens, que andam por este mundo errantes, como ovelhas sem pastor. Sede os apóstolos dos jovens. Convidai-os para que venham convosco, façam a mesma experiência de fé, de esperança e de amor; encontrem-se com Jesus, para se sentirem realmente amados, acolhidos, com plena possibilidade de realizar-se. Que também eles e elas descubram os caminhos seguros dos Mandamentos e por eles cheguem até Deus. Podeis ser protagonistas de uma sociedade nova se procurais pôr em prática uma vivência real inspirada nos valores morais universais, mas também um empenho pessoal de formação humana e espiritual de vital importância. Um homem ou uma mulher despreparados para os desafios reais de uma correta interpretação da vida cristã do seu meio ambiente será presa fácil a todos os assaltos do materialismo e do laicismo, sempre mais atuantes em todos os níveis. Sede homens e mulheres livres e responsáveis; fazei da família um foco irradiador de paz e de alegria; sede promotores da vida, do início ao seu natural declínio; amparai os anciãos, pois eles merecem respeito e admiração pelo bem que vos fizeram. O Papa também espera que os jovens procurem santificar seu trabalho, fazendo-o com competência técnica e com laboriosidade, para contribuir ao progresso de todos os seus irmãos e para iluminar com a luz do Verbo todas as atividades humanas (cf. Lumen Gentium, n. 36). Mas, sobretudo, o Papa espera que saibam ser protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna, cumprindo as obrigações frente ao Estado: respeitando as suas leis; não se deixando levar pelo ódio e pela violência; sendo exemplo de conduta cristã no ambiente profissional e social, distinguindo-se pela honestidade nas relações sociais e profissionais. Tenham em conta que a ambição desmedida de riqueza e de poder leva à corrupção pessoal e alheia; não existem motivos para fazer prevalecer as próprias aspirações humanas, sejam elas econômicas ou políticas, com a fraude e o engano. Definitivamente, existe um imenso panorama de ação no qual as questões de ordem social, econômica e política ganham um particular relevo, sempre que haurirem sua fonte de inspiração no Evangelho e na Doutrina Social da Igreja. A construção de uma sociedade mais justa e solidária, reconciliada e pacífica; a contenção da violência e as iniciativas que promovam a vida plena, a ordem democrática e o bem comum e, especialmente, aquelas que visem eliminar certas discriminações existentes nas sociedades latino-americanas e não são motivo de exclusão, mas de recíproco enriquecimento. Tende, sobretudo, um grande respeito pela instituição do Sacramento do Matrimônio. Não poderá haver verdadeira felicidade nos lares se, ao mesmo tempo, não houver fidelidade entre os esposos. O matrimônio é uma instituição de direito natural, que foi elevado por Cristo à dignidade de Sacramento; é um grande dom que Deus fez à humanidade. Respeitai-o, venerai-o. Ao mesmo tempo, Deus vos chama a respeitar-vos também no namoro e no noivado, pois a vida conjugal que, por disposição divina, está destinada aos casados é somente fonte de felicidade e de paz na medida em que souberdes fazer da castidade, dentro e fora do matrimônio, um baluarte das vossas esperanças futuras. Repito aqui para todos vós que «o eros quer nos conduzir para além de nós próprios, para Deus, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos» (Carta encl. Deus caritas est, (25/12/2005), n. 5). Em poucas palavras, requer espírito de sacrifício e de renúncia por um bem maior, que é precisamente o amor de Deus sobre todas as coisas. Procurai resistir com fortaleza às insídias do mal existente em muitos ambientes, que vos leva a uma vida dissoluta, paradoxalmente vazia, ao fazer perder o bem precioso da vossa liberdade e da vossa verdadeira felicidade. O amor verdadeiro “procurará sempre mais a felicidade do outro, preocupar-se-á cada vez mais dele, doarse-á e desejará existir para o outro” (Ib. n. 7) e, por isso, será sempre mais fiel, indissolúvel e fecundo. Para isso, contais com a ajuda de Jesus Cristo que, com a sua graça, fará isto possível (cf. Mt 19,26). A vida de fé e de oração vos conduzirá pelos caminhos da intimidade com Deus, e de compreensão da grandeza dos planos que Ele tem para cada um. “Por amor do reino dos céus” (ib., 12), alguns são chamados a uma entrega total e definitiva, para consagrar-se a Deus na vida religiosa, “exímio dom da graça”, como foi definido pelo Concílio Vaticano II (Decr. Perfectae caritatis, n.12). Os consagrados que se entregam totalmente a Deus, sob a moção do Espírito Santo, participam na missão de Igreja, testemunhando a esperança no Reino celeste entre todos os homens.
Por isso, abençôo e invoco a proteção divina a todos os religiosos que dentro da seara do Senhor se dedicam a Cristo e aos irmãos. As pessoas consagradas merecem, verdadeiramente, a gratidão da comunidade eclesial: monges e monjas, contemplativos e contemplativas, religiosos e religiosas dedicados às obras de apostolado, membros de institutos seculares e das sociedades de vida apostólica, eremitas e virgens consagradas. “A sua existência dá testemunho do amor a Cristo quando eles se encaminham pelo seu seguimento, tal como este se propõe no Evangelho e, com íntima alegria, assumem o mesmo estilo de vida que Ele escolheu para Si” (Congr. para os Inst. de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica: Instr. Partir de Cristo, n. 5). Faço votos de que, neste momento de graça e de profunda comunhão em Cristo, o Espírito Santo desperte no coração de tantos jovens um amor apaixonado no seguimento e imitação de Jesus Cristo casto, pobre e obediente, voltado completamente à glória do Pai e ao amor dos irmãos e irmãs.
O Evangelho nos assegura que aquele jovem, que veio correndo ao encontro de Jesus, era muito rico. Entendemos esta riqueza não apenas no plano material. A própria juventude é uma riqueza singular. É preciso descobri-la e valorizá-la. Jesus lhe deu tal valor que convidou esse jovem para participar de sua missão de salvação. Tinha todas as condições para uma grande realização e uma grande obra. Mas o Evangelho nos refere que esse jovem se entristeceu com o convite. Foi embora abatido e triste. Este episódio nos faz refletir mais uma vez sobre a riqueza da juventude. Não se trata, em primeiro lugar, de bens materiais, mas da própria vida, com os valores inerentes à juventude. Provém de uma dupla herança: a vida, transmitida de geração em geração, em cuja origem primeira está Deus, cheio de sabedoria e de amor; e a educação que nos insere na cultura, a tal ponto que, em certo sentido, podemos dizer que somos mais filhos da cultura e por isso da fé, do que da natureza. Da vida brota a liberdade que, sobretudo nesta fase se manifesta como responsabilidade. E o grande momento da decisão, numa dupla opção: uma quanto ao estado de vida e outra quanto à profissão. Responde à questão: que fazer com a vida? Em outras palavras, a juventude se afigura como uma riqueza porque leva à descoberta da vida como um dom e como uma tarefa. O jovem do Evangelho percebeu a riqueza de sua juventude. Foi até Jesus, o Bom Mestre, para buscar uma orientação. Mas na hora da grande opção não teve coragem de apostar tudo em Jesus Cristo. Conseqüentemente saiu dali triste e abatido. É o que acontece todas as vezes que nossas decisões fraquejam e se tornam mesquinhas e interesseiras. Sentiu que faltou generosidade, o que não lhe permitiu uma realização plena. Fechou-se sobre sua riqueza, tornando-a egoísta. Jesus ressentiu-se com a tristeza e a mesquinhez do jovem que o viera procurar. Os Apóstolos, como todos e todas vós hoje, preenchem esta lacuna deixada por aquele jovem que se retirou triste e abatido. Eles e nós estamos alegres porque sabemos em quem acreditamos (2 Tim 1,12). Sabemos e testemunhamos com nossa própria vida que só Ele tem palavras de vida eterna (Jo 6,68). Por isso, com São Paulo, podemos exclamar: alegrai-vos sempre no Senhor (Fil 4,4). Meu apelo de hoje, a vós jovens, que viestes a este encontro, é que não desperdiceis vossa juventude. Não tenteis fugir dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana. Vós, jovens, não sois apenas o futuro da Igreja e da humanidade, como uma espécie de fuga do presente. Pelo contrário: vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade. Sois seu rosto jovem. A Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo, que se desenha na comunidade cristã. Sem o rosto jovem a Igreja se apresentaria desfigurada. Queridos jóvenes, dentro de poco inauguraré la Quinta Conferencia del Episcopado Latinoamericano. Os pido que sigáis con atención sus trabajos; que participéis en sus debates; que recéis por sus frutos. Como ocurrió con las Conferencias anteriores, también ésta marcará de modo significativo los próximos diez años de Evangelización en América Latina y en el Caribe. Nadie debe quedar al margen o permanecer indiferente ante este esfuerzo de la Iglesia, y mucho menos los jóvenes. Vosotros con todo derecho formáis parte de la Iglesia, la cual representa el rostro de Jesucristo para América Latina y el Caribe.
Je salue les francophones qui vivent sur le Continent latino-américain, les invitant à être des témoins de l’Évangile et des acteurs de la vie ecclésiale. Ma prière vous rejoint tout particulièrement, vous les jeunes, vous êtes appelés à construire votre vie sur le Christ et sur les valeurs humaines fondamentales. Que tous se sentent invités à collaborer pour édifier un monde de justice et de paix.
Dear young friends, like the young man in the Gospel, who asked Jesus “what must I do to have eternal life?”, all of you are searching for ways of responding generously to God’s call. I pray that you may hear his saving word and become his witnesses to the people of today. May God pour out upon all of you his blessings of peace and joy.
Queridos jovens, Cristo vos chama a serem santos. Ele mesmo vos convoca e quer andar convosco, para animar com Seu espírito os passos do Brasil neste início do terceiro milênio da era cristã. Peço à Senhora Aparecida que vos conduza, com seu auxílio materno e vos acompanhe ao longo da vida.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
O Papa Bento esclarece a que veio!

O servo dos servos espera que este encontro com o povo da da América Latina, reforce a identidade cristã de onde vive quase a metade dos católicos do planeta.
"...promover o respeito pela vida, desde sua concepção até sua declinação natural, como exigência própria da natureza humana; fará também da promoção da pessoa humana o eixo da solidariedade, especialmente com os pobres e desamparados".
Anunciou ainda que a Igreja "não deixará de insistir no empenho que deverá ser dado para assegurar o fortalecimento da família - como célula mãe da sociedade; da juventude - cuja formação constitui um fator decisivo para o futuro de uma Nação; e, finalmente, mas não por último, defendendo e promovendo os valores subjacentes em todos os segmentos da sociedade, especialmente dos povos indígenas".
Para os irmãos brasileiros, estas palavras são suficientes para fortalecer nossa caminhada rumo a uma evangelização consciente e objetiva.
"...promover o respeito pela vida, desde sua concepção até sua declinação natural, como exigência própria da natureza humana; fará também da promoção da pessoa humana o eixo da solidariedade, especialmente com os pobres e desamparados".
Anunciou ainda que a Igreja "não deixará de insistir no empenho que deverá ser dado para assegurar o fortalecimento da família - como célula mãe da sociedade; da juventude - cuja formação constitui um fator decisivo para o futuro de uma Nação; e, finalmente, mas não por último, defendendo e promovendo os valores subjacentes em todos os segmentos da sociedade, especialmente dos povos indígenas".
Para os irmãos brasileiros, estas palavras são suficientes para fortalecer nossa caminhada rumo a uma evangelização consciente e objetiva.
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Reportagem sobreo Diaconato Permanente na UOL
Eis uma reportagem bem elaborada sobre o Diaconato Permanente. Vale a pena ler e divulgar.
Poucas vezes as reportagens são feitas com coerência e retratando a realidade.
Para ler, clique no título desta notícia.
Poucas vezes as reportagens são feitas com coerência e retratando a realidade.
Para ler, clique no título desta notícia.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Contribuições da Igreja no Brasil para a CELAM em Aparecida
A CNBB encaminhou para a 5ª Conferência a ser realizada em Aparecida, um documento contendo as Contribuições ao Documento de Participação.
Comvém a nós diáconos, humildes servidores, conhecermos o pensamento da Igreja no Brasil sobre diversos aspectos da realidade deste mundo tão globalizado.
Fonte: CNBB
Para ler o documento, clique no título desta notícia.
Comvém a nós diáconos, humildes servidores, conhecermos o pensamento da Igreja no Brasil sobre diversos aspectos da realidade deste mundo tão globalizado.
Fonte: CNBB
Para ler o documento, clique no título desta notícia.
Os Tres Desafios do Mundo Globalizado

Nesta quinta feira dia 3 de maio de 2007, o Papa Bento XVI enviou uma mensagem à Professora Mary Ann Glendon, presidenta da Academia Pontifícia de Ciências Sociais, fazendo uma análise dos três maiores desafios do atual mundo globalizado.
O Papa apresenta três pontos: ambiente e desenvolvimento sustentável, respeito aos direitos (dignidade) das pessoas e o perigo de se perderem os valores espirituais.
No primeiro desafio, declara que “a comunidade internacional reconhece que os recursos do mundo são limitados e que cada povo tem o dever de aplicar políticas orientadas à proteção do meio ambiente. A destruição desse patrimônio natural cujos frutos são necessários para o bem da humanidade.” Como sabemos da experiência de participar do dia a dia da luta contra a destruição da natureza e da recente Campanha da Fraternidade sobre a Amazônia, o Papa esclarece que “deve-se prestar especial atenção ao fato de que os países mais pobres são aqueles que parecem destinados a pagar o preço mais alto pela deterioração ecológica”.
Por isso, adverte, “um desenvolvimento que se limitasse ao aspecto tecnológico e econômico, descuidando a dimensão moral e religiosa, não seria um desenvolvimento humano integral e, ao ser unilateral, terminará fomentando a capacidade destrutiva do homem”.
A solução proposta pelo Papa é a de se exigir uma relação responsável não só com a criação, mas também com nosso próximo, próximo e distante, no espaço e no tempo, e com o Criador.
O respeito pela pessoa humana é o segundo desafio apresentado pelo Servo dos Servos: “se os seres humanos não são vistos como pessoas, homem e mulher, criados à imagem de Deus, dotados de uma dignidade inviolável, será muito difícil alcançar uma plena justiça no mundo”.
Continua o Papa: “Apesar do reconhecimento dos direitos da pessoa em declarações internacionais e em documentos legais, é necessário avançar muito para assegurar que este reconhecimento tenha conseqüências sobre os problemas globais.”
O terceiro desafio é o desmoronamento dos valores do espírito, suscitado pela sociedade tecnológica e alavancado por preocupações econômicas, onde os bens materiais se sobrepõem aos espirituais. “Ao contrário dos bens que podem ver-se, os bens espirituais, como o conhecimento e a educação, são indivisíveis, e quanto mais se compartilham, mais se possuem”, continua o bispo de Roma.
“A globalização provocou um aumento da interdependência dos povos, com suas diferentes tradições, religiões e sistemas de educação. Isso significa que os povos do mundo, em virtude de suas diferenças, estão continuamente aprendendo um do outro e chegando a um contato muito maior.”
Bento XVI, um Papa de uma produção intelectual que surpreende a cada dia, destaca ainda que: “Para enfrentar positivamente estes desafios, é urgentemente necessária uma justa igualdade de oportunidades, especialmente no campo da educação e da transmissão do conhecimento”, lamentando que “a educação, especialmente a fundamental, continua sendo dramaticamente insuficiente em muitas partes do mundo”.
O Papa conclui que para se enfrentar esses três desafios, exige-se amor ao próximo (vida e dignidade humana), amor na família (fundada por homem e mulher) e a caridade (justiça social).
Caros irmãos de vocação diaconal, estes elementos pregamos diariamente em nossos serviços pastorais. O mundo globalizado apresenta desafios que juntos, bispos, padres, diáconos, religiosos e leigos que entenderam a mensagem evangélica de Cristo, precisam ser vencidos com nosso empenho e com muito amor.
Fonte: Zenit
O Papa apresenta três pontos: ambiente e desenvolvimento sustentável, respeito aos direitos (dignidade) das pessoas e o perigo de se perderem os valores espirituais.
No primeiro desafio, declara que “a comunidade internacional reconhece que os recursos do mundo são limitados e que cada povo tem o dever de aplicar políticas orientadas à proteção do meio ambiente. A destruição desse patrimônio natural cujos frutos são necessários para o bem da humanidade.” Como sabemos da experiência de participar do dia a dia da luta contra a destruição da natureza e da recente Campanha da Fraternidade sobre a Amazônia, o Papa esclarece que “deve-se prestar especial atenção ao fato de que os países mais pobres são aqueles que parecem destinados a pagar o preço mais alto pela deterioração ecológica”.
Por isso, adverte, “um desenvolvimento que se limitasse ao aspecto tecnológico e econômico, descuidando a dimensão moral e religiosa, não seria um desenvolvimento humano integral e, ao ser unilateral, terminará fomentando a capacidade destrutiva do homem”.
A solução proposta pelo Papa é a de se exigir uma relação responsável não só com a criação, mas também com nosso próximo, próximo e distante, no espaço e no tempo, e com o Criador.
O respeito pela pessoa humana é o segundo desafio apresentado pelo Servo dos Servos: “se os seres humanos não são vistos como pessoas, homem e mulher, criados à imagem de Deus, dotados de uma dignidade inviolável, será muito difícil alcançar uma plena justiça no mundo”.
Continua o Papa: “Apesar do reconhecimento dos direitos da pessoa em declarações internacionais e em documentos legais, é necessário avançar muito para assegurar que este reconhecimento tenha conseqüências sobre os problemas globais.”
O terceiro desafio é o desmoronamento dos valores do espírito, suscitado pela sociedade tecnológica e alavancado por preocupações econômicas, onde os bens materiais se sobrepõem aos espirituais. “Ao contrário dos bens que podem ver-se, os bens espirituais, como o conhecimento e a educação, são indivisíveis, e quanto mais se compartilham, mais se possuem”, continua o bispo de Roma.
“A globalização provocou um aumento da interdependência dos povos, com suas diferentes tradições, religiões e sistemas de educação. Isso significa que os povos do mundo, em virtude de suas diferenças, estão continuamente aprendendo um do outro e chegando a um contato muito maior.”
Bento XVI, um Papa de uma produção intelectual que surpreende a cada dia, destaca ainda que: “Para enfrentar positivamente estes desafios, é urgentemente necessária uma justa igualdade de oportunidades, especialmente no campo da educação e da transmissão do conhecimento”, lamentando que “a educação, especialmente a fundamental, continua sendo dramaticamente insuficiente em muitas partes do mundo”.
O Papa conclui que para se enfrentar esses três desafios, exige-se amor ao próximo (vida e dignidade humana), amor na família (fundada por homem e mulher) e a caridade (justiça social).
Caros irmãos de vocação diaconal, estes elementos pregamos diariamente em nossos serviços pastorais. O mundo globalizado apresenta desafios que juntos, bispos, padres, diáconos, religiosos e leigos que entenderam a mensagem evangélica de Cristo, precisam ser vencidos com nosso empenho e com muito amor.
Fonte: Zenit
quinta-feira, 3 de maio de 2007
11 de Maio será ponto facultativo!
CNBB tem novo presidente

Dom Geraldo Lyrio Rocha é o novo Presidente eleito durante a 45ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Arcebispo nomeado por Bento XVI para Mariana (MG) e vice presidente da CELAM, Dom Lyrio recebeu 92% dos votos dos bispos brasileiros que se reúnem desde 1° de maio no bairro de Itaici, em Indaiatuba, a 102 km de São Paulo.
Dom Lyrio tem como lema:"Opus Fac Evangelistae" (Faze a obra de um Evangelista).
terça-feira, 1 de maio de 2007
Reflexão Pós Dia do Trabalho!
Depois de ouvir muitos discursos nos mais diversos eventos "comemorativos" do dia do trabalhador, lembrei de uma histórinha que retrata um pouco do que vem acontecendo hoje com nossa "justiça social".
O diácono, além da família e da vocação diaconal, encontra no mundo do trabalho uma de suas dimensões de vida. Convém refletir com nossos grupos o que vem acontecendo em nossa sociedade.
O diácono, além da família e da vocação diaconal, encontra no mundo do trabalho uma de suas dimensões de vida. Convém refletir com nossos grupos o que vem acontecendo em nossa sociedade.
A galinha vermelha
Uma galinha vermelha achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos:
- Se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a plantá-lo?
- Eu não! Disse a vaca.
- Nem eu! Emendou o pato.
- Eu também não! Falou o porco.
- Então eu mesma planto! Disse a galinha vermelha. E assim o fez.
O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados.
O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados.
- Quem vai me ajudar a colher o trigo? Quis saber a galinha.
- Não faz parte de minhas funções! Disse o porco.
- Eu não me arriscaria a perder o seguro-desemprego! Exclamou o pato.
- Então eu mesma colho! Falou a galinha.
E colheu o trigo ela mesma.
E colheu o trigo ela mesma.
Finalmente, chegou a hora de preparar o pão.
- Quem vai me ajudar a preparar o pão? Indagou a galinha vermelha.
- Só se me pagarem hora extra! Falou a vaca.
- Eu não posso por em risco meu auxílio-doença! Emendou o pato.
- Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão! Disse o porco.
Ela então assou cinco pães e pôs todos numa cesta.
De repente, todo mundo queria pão e exigiu um pedaço. Mas a galinha simplesmente disse:
"Não, eu vou comer os cinco pães sozinha".
"Não, eu vou comer os cinco pães sozinha".
- Lucros excessivos! Gritou a vaca.
- Sanguessuga capitalista! Exclamou o pato.
- Eu exijo direitos iguais! Bradou o ganso.
O porco, esse só grunhiu.
Eles pintaram faixas e cartazes dizendo "Injustiça" e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades.
Quando um agente do governo chegou, disse à galinhazinha vermelha:
- Você não pode ser assim egoísta!
- Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor! Defendeu-se a galinha. Ninguém quis me ajudar!
- Exatamente! Disse o funcionário do governo - Essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser. Mas sob nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada!
E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha vermelha, que sorriu e cacarejou:
- Eu estou grata! Eu estou grata!
Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez um pão, por que após um ano todos morreram de fome, e por que a fazenda faliu...
"Quando não se valoriza quem trabalha, corre-se o risco de entrar em falência moral, intelectual, social, econômica e cultural!”
Homilia de Posse de Dom Odilo
Disponibilizamos para os colegas que normalmente visitam este blog, a íntegra da homilia de posse do novo arcebispo de São Paulo. Como sempre,destacamos alguns pontos que poderão servir de reflexão para nossa caminhada diaconal.Homilia de Posse de Dom Odilo Scherer
Queridos e muito amados Irmãos e Irmãs no Senhor!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!Agradeço ao Papa Bento XVI pela confiança em mim depositada ao me entregar a missão de pastorear a Arquidiocese de São Paulo.
Queridos e muito amados Irmãos e Irmãs no Senhor!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!Agradeço ao Papa Bento XVI pela confiança em mim depositada ao me entregar a missão de pastorear a Arquidiocese de São Paulo.
Agradeço a acolhida que tive por parte desta Igreja particular, as manifestações de apoio e apreço e as orações que fizeram por mim.
Agradeço as palavras de acolhida há pouco ouvidas; elas me confortam e encorajam para a missão que estou a assumir.
Neste IV Domingo da Páscoa, a Igreja celebra o Domingo do Bom Pastor, dia mundial de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas e nos convida a olharmos para Jesus Cristo, o Pastor bom, que entregou sua vida pelas ovelhas.
A Liturgia de hoje oferece-nos a chave de compreensão para aquilo que estamos realizando. O povo de Deus proclama com fé e alegria: “Sabei que o Senhor, só Ele é Deus. Nós somos seu povo e seu rebanho” (Sl 99/11). Nós queremos servir ao Senhor com alegria e realizar o que agrada a Deus e manifesta sua glória e seu amor para com a humanidade.
Portanto, a Deus, eterno Pai, seja toda glória, porque sua misericórdia para conosco não tem limites, seu amor é fiel eternamente! Adoramos sua santa vontade e queremos conhecer e realizar seu desígnio para conosco e para com todo o mundo. Adoramos o Filho eterno, nosso Salvador, que veio ao mundo e se fez próximo de nós, para ser nosso caminho, ensinar-nos a verdade de Deus e manifestar plenamente a vida de Deus para nós. Adoramos o Santo Espírito do Pai e do Filho, que age no mundo e nos corações, impulsionando-os para o que é bom e renovando constantemente a face da terra.“Nós somos o seu povo e seu rebanho”. A Igreja olha para Jesus Cristo e se reconhece inteiramente ligado a ele, seu divino Fundador e Senhor, que a adquiriu com seu sangue e a nutre constantemente com seu corpo; como ouvimos na 2ª leitura, é Jesus Cristo, o “Cordeiro imolado” sobre o altar da cruz, que se tornou o grande pastor de rebanho e o conduz com solicitude às fontes da água da vida. Ele é o Cordeiro-pastor, que abriga com ternura as ovelhas em sua tenda, de maneira que nunca mais tenham fome e sede, nem sejam molestadas por qualquer mal.
Também nós depositamos nossa confiança em Jesus Cristo e esperamos receber a salvação, para sermos contados naquele dia naquela grande multidão vestida de branco, que está de pé, com palmas de vitória na mão, diante do trono de Deus e do Cordeiro. Jesus Cristo, unido eternamente a Deus Pai, fonte de toda a vida, pode oferecer vida plena às ovelhas do rebanho, que ele reúne em torno de si e defende de todos os períodos; as ovelhas que são suas também são muito queridas do Pai eterno.Hoje esta Igreja de São Paulo acolhe seu novo bispo e pastor. Na verdade, porém, é Jesus Cristo o grande Pastor da Igreja, o verdadeiro “bispo de nossas almas”, no dizer de São Pedro (1ª. Pd 2,25). Ele chama e reúne seu povo do meio de todos os povos, raças e culturas; também aqui em São Paulo ele conduz as ovelhas para pastagens verdejantes, por caminhos bem seguros, e as defende nos perigos. Ele continua a entregar sua vida para que as ovelhas recebam vida em abundância.
E a Igreja o segue, como discípula, e se esforça por ouvir sua voz e aprender todos os dias a realizar sua vontade. Ela o segue, agradecida, pois sabe estar segura sob os seus cuidados e nos seus caminhos mesmo se devesse passar pelo vale escuro e atravessar as sombras da morte.
A tomada de posse do bispo, inevitavelmente, suscita indagações sobre como ele vai exercer sua missão, com quais propósitos ele chega, qual é seu programa de trabalho. É normal e bem compreensível que se pergunte por isso, pois a Igreja está inserida na sociedade e se encontra em meio a situações que se requerem orientação e decisões concretas.
O bispo deve responder sobre a celebração da liturgia, a catequese, e as vocações sacerdotais, sobre as pastorais e movimentos eclesiais, sobre as relações da Igreja católica com outras Igrejas e comunidades cristãs e outras religiões; é urgido a dizer sua palavra sobre a pobreza e a violência, a exclusão social e os rumos da política econômica, os direitos humanos e a vida em situação de risco, sobre questões morais de todo o tipo, sobre desafios que a ciência põe diante da fé. Muito se espera do bispo, quer na vida da Igreja quer na sociedade, e tenho bem consciência que aqui em São Paulo não é diferente de outros lugares.
Ao mesmo tempo que o bispo é membro da Igreja, povo de Deus e rebanho do Senhor, é um servidor de Jesus Cristo, Bom Pastor, por isso, no seu serviço pastoral, deve fazer aquilo que Jesus Cristo faria pela sua Igreja e animar toda a sua comunidade eclesial na realização da missão recebida, nas circunstâncias e situações concretas onde a Igreja vive.“Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a criatura” (Mc 16,15). O Evangelho da salvação precisa ser proclamado e anunciado pela Igreja missionária com perseverança, para que seja “boa nova” para os pobres e todos os aflitos; seja luz para o discernimento daquilo que é bom, seja força e vigor para mover os corações a acolher o desígnio de Deus sobre o mundo e sobre a vida pessoal e social. O Evangelho pertence a todos os filhos e filhas de Deus e lhes traz conforto, alegria e esperança; por isso, não pode ficar escondido, mas precisa ser anunciado com largueza, como pão cotidiano que se distribui com fartura, como a água restauradora que nunca pode faltar.“Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jô 13,15). Jesus Cristo quer continuar a servir a humanidade, através de sua Igreja; ao lavar os pés dos discípulos, na última ceia, ele lhe deu esta ordem: “fazei a mesma coisa vós também”. Por isso mesmo, a Igreja e suas organizações estão a serviço da comunidade humana e onde houver pés a lavar, fomes a saciar, lágrimas a enxugar, dores a aliviar, ali está empenhada a missão da Igreja; ali deverão estar servindo igualmente os discípulos de Jesus. Onde a vida, a dignidade da pessoa estiver sendo ameaçada ou desrespeitada, onde alguém estiver sofrendo injustiças, ali está uma ovelha do rebanho do Senhor, ali é chamada em causa a Igreja de Jesus Cristo.“Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19). Jesus Cristo entregou sua vida pela humanidade, sobre o altar da cruz; como grande sacerdote dos bens futuros, reconciliou-nos com Deus, para vivermos unidos com Ele. Jesus Cristo santifica seu povo e lhe concede a graça de viver, já neste mundo, a vida nova que brota de sua cruz e ressurreição, mediante o dom do Espírito Santo.
Por isso ordenou aos discípulos que continuassem a fazer o que ele fez, recordando sempre que Ele mesmo quer continuar a agir por meio deles e santificar o seu povo. Por meio da Igreja, ele continua a reunir em torno de si o seu povo e a santificá-lo mediante a celebração dos divinos mistérios, sobretudo através do Sacramento da Eucaristia. Jesus Cristo continua a oferecer a todas as pessoas o perdão e a misericórdia de Deus através do serviço da Igreja. Por isso, a celebração dos santos mistérios da fé nunca pode faltar nas nossas comunidades, porque as pessoas seriam privadas do encontro pessoal com Jesus Cristo, seu Senhor.
Por isso, querida Igreja de São Paulo, quero convidar todos a perseverarmos na realização da obra de Jesus Cristo, cada um em sua comunidade e na vocação que Deus lhe deu. Encorajo os presbíteros a servirem, em nome de Cristo, Pastor da Igreja, o povo das comunidades que lhe estão confiadas; os diáconos, a se colocarem a serviço dos mais necessitados; os leigos a levarem o sal, a luz, o fermento e a vida do Evangelho para todas as estruturas da vida social e das atividades humanas; os religiosos e religiosas e os membros das novas comunidades a viverem seus carismas próprios e a serem páginas eloqüentes do Evangelho, facilmente compreensíveis, no meio da comunidade eclesial e de toda a sociedade.
Convido todos a irradiarem a alegria da fé e da pertença à igreja, através do testemunho de uma vida santa.
Encorajo as famílias, que se encontram com freqüência em situações tão complexas, a traduzirem os calores do Evangelho na comunidade familiar; os jovens a olharem para o futuro com confiança em Deus, na certeza de que o mundo pode ser melhor se nós assim o construirmos; encorajo tantos jovens ansiosos por darem sentido e um rumo bom à vida, a que se abram, com coragem e generosidade, ao desígnio de Deus e à Providência de Deus. Estimulo e abençôo todos os irmãos e irmãs dedicados ao serviço dos pobres, doentes, excluídos, injustiçados e não reconhecidos em sua dignidade.
Abençôo e conforto os pobres de nossa cidade e todas as pessoas que sofrem; asseguro-lhes que Deus não os esquece. Por isso, podem contar também com a solidariedade da Igreja na afirmação de sua dignidade e do seu direito e na busca da superação de seus sofrimentos e da condição injusta que lhes muitas vezes é imposta.
Encorajo e agradeço a todos aqueles e aquelas que se encontram empenhados, com dedicação e grande fé, nos numerosos serviços de evangelização e da pastoral nas comunidades nossa Arquidiocese, ou nos serviços missionários, aqui mesmo e longe daqui. Animo a todos aqueles e aquelas que sentem no coração a vocação a uma especial consagração ao Reino de Deus, no serviço da Igreja!
Conclamo todos os filhos e filhas da Igreja em São Paulo a se empenharem, com firme fé e reto coração, em toda causa boa e justa, para colaborar na edificação da convivência e das atividades humanas, em conformidade com o desígnio de Deus, unindo para isso esforços com os irmãos de outras Igrejas cristãs, de outras religiões e com todas as pessoas de boa vontade.
Minha posse acontece com apenas dez dias antes da Viagem de Sua Santidade, o papa Bento XVI ao Brasil, para abrir os trabalhos da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida. Temos a graça e alegria de acolher o santo Padre Bento XVI em São Paulo e de acompanhar, aqui, alguns atos importantes de sua visita ao Brasil. Este é um momento de especial graça de Deus para o Brasil; nossa Arquidiocese, de maneira especial, será agraciada com a canonização do Beato Frei Antônio de Sant’Anna Galvão. Desejo convidar todo o povo de São Paulo a acolher o Papa com fé e grande alegria; convido toda nossa Igreja Particular de São Paulo a crescer na adesão sincera à pessoa e ao Magistério do Sucessor de São Pedro, pois ele tem a missão de confirmar-nos na fé e no caminho de Jesus Cristo.
Queridos irmãos e irmãs, “nós somos o seu povo e seu rebanho... as ovelhas que conduz com sua mão”. Sei que a missão de Deus hoje me confia nessa querida Igreja de São Paulo é muito grande e desafiadora. E que seria presunção demasiado grande querer abraçá-la sozinho, ou achar que o teria, por mim mesmo, forças suficientes para isso. Portanto, quero agradecer, de coração, aos Irmãos Bispos Auxiliares desta Arquidiocese, que compartilham comigo o serviço e a responsabilidade do pastoreio de tão numeroso “rebanho do Senhor”. Agradeço aos presbíteros, que servem de maneira abnegada ao povo nas comunidades locais e nas várias organizações da Igreja; peço a Deus que os assista, conforte e abençoe.“Paulo plantou, Apolo regou, mas é Deus quem dá o crescimento e faz aparecer o fruto no devido tempo”. Ao assumir a Arquidiocese de São Paulo, faço referência aos grandes e dedicados pastores que já governaram durante os 361 anos de sua existência, como diocese e Arquidiocese. Sou confortado pelo exemplo e sabedoria pastoral de Dom Cláudio Hummes, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Ângelo Rossi e Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, meus mais recentes predecessores nesta Sé. Eles deixaram uma grande herança espiritual nesta Igreja Particular e nesta cidade. Serão eles, para mim, ainda jovem no ministério episcopal, mestres e inspiradores no serviço a esta Igreja.
Confio meu ministério pastoral a toda esta querida Igreja de São Paulo ao patrocínio e à intercessão materna de Nossa Senhora da Assunção e da Senhora Sant’Ana, sua Mãe; rogo também a intercessão e a benção dos filhos santos dessa Igreja, os Beatos Padre José de Anchieta e Padre Mariano de la Mata, Santa Paulina e de Santo Antônio de Santa’Anna Galvão. Recomendo-me também à continua oração de todo o povo desta Arquidiocese.E agora, meus irmãos, meus filhos, povo querido de Deus: São Paulo sempre tem pressa, São Paulo é a cidade de muitos trabalhadores! A messe é grande! Convido todos a colocarem o melhor de suas energias ao serviço do Reino de Deus e de Jesus Cristo. O Bom Pastor conta com a nossa fé, nossa generosidade e nossa fiel operosidade.Ao encerrar estas palavras, desejo retornar novamente ao texto da Liturgia de hoje e dizer:” Sim, é bom o Senhor Nosso Deus, sua bondade perdura para sempre e seu amor é fiel eternamente”(Sl 99/100). Suplico, neste momento, ao Pai providente e misericordioso, ao Filho salvador, ao Espírito de toda a consolação: “Velai, ó bom pastor, sobre o rebanho que vos pertence, protegei-o e conduzi-o para que, apesar de sua fraqueza e da fragilidade daquele que colocais à sua frente como pastor, ele possa contar sempre com a Vossa fortaleza. Amém.”
São Paulo, Domingo do Bom Pastor, 29 de abril de 2007.
Dom Odilo Pedro Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo
Capela do Papa em Aparecida
Todos os ambientes em que o Papa Bento XVI estará em sua visita ao Brasil, têm como primeiro objetivo a simplicidade. Mesmo assim, alguns “designers” realizam produções para realçar certos pontos do ambiente.Exemplo disto, vemos nesta foto da Capela em Aparecida, onde o Papa poderá fazer suas orações pessoais. Na foto vemos o Padre Gilson Maia e Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida.
Foto: cortesia do G1 - globo.com
Posse de Dom Odilo 1
“A Igreja e suas organizações estão a serviço da comunidade humana e onde houver pés a lavar, fomes a saciar, lágrimas a enxugar e dores a aliviar, ali está empenhada a missão da Igreja; ali deverão estar servindo igualmente os discípulos de Jesus.”Este é um dos pontos colocados no último domingo dia 29 de abril, por ocasião da cerimônia de posse do 7º arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, 57anos.
Estiveram presentes os bispos auxiliares da Arquidiocese, bispos das mais diversas cidades do país, líderes de outras confissões religiosas, padres, diáconos, religiosos e religiosas, coordenadores de movimento, autoridades civis e um grande número de fiéis leigos, totalizando cerca de três mil e quinhentas pessoas.
Contemplamos um momento de elevada importância para a Igreja no Brasil, pois Dom Odilo, apesar de “jovem” para os padrões episcopais, demonstrou enorme capacidade administrativa e pastoral em todas as áreas em que atuou.
Dom Odilo convidou todos os fiéis a perseverarem “na realização da obra de Jesus Cristo, cada um em sua comunidade e na vocação que Deus lhe deu”. O convite ao trabalho foi feito a todos, independente de sua situação, leigo ou consagrado, o empenho deve ser integral.
Ele continua:”convido todos a irradiarem a alegria da fé e da pertença à igreja, através do testemunho de uma vida santa.”
Que a Paz do Cristo Ressuscitado esteja sempre na vida de todos nós.
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