sexta-feira, 28 de março de 2008

Sugestão de Homilia para o 2º Domingo da Páscoa

É com muita alegria que publicamos neste modesto espaço, a proposta de Homilia para este Domingo, gentilmente enviada pelo Pe Valeriano dos Santos Costa. Que nossos irmãos possam aproveitar o texto para subsidiar suas homilias.


HOMILIA DO II DOMINGO DA PÁSCOA
Pe. Valeriano dos Santos Costa – Igreja de Nossa Senhora do Brasil – 30 de março de 2008
At 2,42-47; Sl 117(118); 1Pd 1,3-9; Jo 20,19-31

No segundo Domingo da Páscoa, a comunidade apostólica tem a graça de duas aparições do Ressuscitado. Se quisermos dar um nome a este Domingo, poderíamos chamá-lo de Domingo da Paz. Por três vezes, Jesus lhes diz: a paz esteja convosco.
Um dos frutos mais saborosos da Páscoa de Cristo é paz. E o que é paz? A paz é um estado de harmonia interior que se reflete em comportamentos sem perturbações e tendentes à comunhão. Somente este estado possibilita que as pessoas vivam unidas e possam formar comunidades como os primeiros cristãos. A ausência desta paz se objetiva em conflitos que tendem à desunião e podem chegar à guerra.
A paz tem origem em Deus, pois nele não há nenhuma contradição, mas puro amor. Portanto, a paz faz parte da boa notícia da pregação de Jesus. Ela nos é dada como dom e não como mérito. Por isso, Jesus fala em outra passagem: Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração (Jo 14, 27). A paz do mundo é efêmera, porque faz parte de um jogo de interesses e não do amor. É resultado de situações aonde as partes se acomodam de acordo com as vantagens. Este tipo de paz não pode ser duradouro.
Então, a paz de Cristo é associada ao mistério pascal. Na verdade, ela é tão inseparável de Cristo, que podemos dizer que Ele é nossa paz. Nesta perspectiva, as catequeses patrísticas ressaltam que os ritos sagrados, como o batismo, constituem uma imitação (imitatio) dos sofrimentos de Cristo (mergulho na morte de Cristo), em que a Cristo compete o sofrimento, a nós os frutos: a Cristo a dor, a nós, a salvação. Esta visão nos leva aos pés da Cruz para agradecermos e não para chorar a morte de Cristo. Agradecer pelo descanso da alma, a sintonia do coração, esta alegria sem explicação que toma conta de nós como reflexos da paz, que devemos pedir sem nunca acharmo-nos merecedores.
Em vista desta paz, Jesus nos dá o perdão dos pecados, senão nossa chance seria nula. Os Apóstolos são enviados para propagar a paz por todo o mundo. Para tanto, receberam o dom do Espírito Santo, a fim de, em nome de Jesus, perdoarem os pecados. Então, o perdão dos pecados e a certeza do amor de Deus abrem caminho para a paz de Jesus Cristo como um grandioso dom do seu mistério pascal.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo!
pvaleriano@uol.com.br

Nenhum comentário: