terça-feira, 30 de outubro de 2007

Padre Júlio Lancelotti - Nota à Imprensa

NOTA À IMPRENSA A RESPEITO DE PE JÚLIO LANCELOTTI
A Arquidiocese de São Paulo manifesta sua satisfação pelo trabalho de investigação da Polícia, que resultou na prisão de várias pessoas acusadas de atos de chantagem e extorsão contra o Padre Júlio Lancelotti. Esse era um passo muito esperado e necessário para o prosseguimento das investigações e para que a verdade sobre as suspeitas levantadas contra o Padre possa aparecer.
Por outro lado, causam grande perplexidade as acusações levianas feitas contra o Padre Júlio, que é bem conhecido, há muito tempo, e sempre esteve em evidência na cidade de São Paulo; seu trabalho social foi sempre devidamente monitorado por quem de direito. Com seu valioso trabalho social em benefício de numerosas pessoas que vivem em condições de total exclusão social e, muitas vezes, em situações de marginalidade, e com seu trabalho religioso, ele sempre buscou ajudar essas pessoas a recuperarem sua dignidade, para uma adequada re-inserção social. Para isso, ele teve e tem o incentivo e o apoio da Igreja e também de grande parte da sociedade.
É bom recordar que foi o próprio Padre Júlio quem apresentou a denúncia à polícia de ele que estava sendo vítima de extorsão e, para isso, era chantageado, mediante a ameaça da acusação de pedofilia. Sobre isso foi recolhido farto material comprobatório. Lamentavelmente, de vítima, agora ele está sendo transformado em réu. Toda pessoa deve ser considerada inocente, até provas em contrário. Aos acusadores cabe a responsabilidade de apresentar provas convincentes para suas acusações. E ninguém pode ser condenado, mesmo na opinião pública, antes do processo formal e sem ter tido a possibilidade ampla de defesa.
Padre Júlio tem a solidariedade da Arquidiocese de São Paulo, que confia no trabalho da justiça e estará acompanhando as investigações.
São Paulo, 27 de outubro de 2007

D. Odilo Pedro SchererArcebispo de São Paulo

Caros Irmãos, este é um momento para conscientizarmos nossas comunidades de como a Igreja Católica é atacada por todo tipo de pessoas que só pensam em enriquecer às custas da exploração. Como servidores de Cristo, os diáconos permanentes aliam-se à comunidade cristã, apoiando o Padre Júlio nesta passageira tormenta em sua caminhada como homem de Deus.

Entrevista de Dom Odilo - Cardeal


Nova missão como cardeal


BRASÍLIA, segunda-feira, 29 de outubro de 2007 (ZENIT.org).

No próximo dia 24 de novembro, em Roma, acontece o Consistório no qual Bento XVI criará os 23 novos cardeais anunciados no dia 17 de outubro, entre os quais o arcebispo de São Paulo (Brasil), Dom Odilo Pedro Scherer.

Em entrevista à Assessoria de Imprensa da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o novo cardeal fala sobre sua nomeação e sobre as funções que lhe caberão como membro do colégio de conselheiros do Papa.

Quais são as funções do cardeal?

Dom Odilo: Os cardeais formam um colégio de auxiliares diretos do papa que o assistem em função de sua missão universal diante da Igreja. Podemos dizer que os cardeais são um colégio de consultores, de conselheiros. A função principal do colégio cardinalício é eleger o novo papa quando for o momento.

Quando o colégio cardinalício se reúne?

- Dom Odilo: Não há reuniões periódicas, mas sempre quando o papa convoca como no Consistório que é a reunião dos cardeais com o papa. O único ato do qual eles automaticamente participam é o conclave. Para os sínodos, por exemplo, precisam ser eleitos por suas respectivas Conferências Episcopais. Quando isso não acontece, a maioria é convocada para participar do sínodo.

Como é o Consistório durante o qual são criados os novos cardeais?

Dom Odilo: Em Roma existe todo um ritual e a cidade participa muito. Hoje o colégio cardinalício é universal, mas antes, quando ainda existia o Estado Pontifício, o colégio era quase só italiano e, sobretudo, romano. Por isso o povo romano considera os cardeais como parte do clero de Roma. Isso fica configurado na entrega simbólica de uma paróquia de Roma a cada cardeal ou de uma Igreja de Roma como igreja titular sobre a qual, teoricamente, o cardeal deve velar. Simbolicamente isso significa que cada cardeal é membro do clero de Roma e, na eleição do papa, o clero da diocese de Roma, na pessoa dos cardeais, escolhe o seu bispo.

Que critérios o papa usa para anunciar os cardeais? Existem sedes cardinalícias?

Dom Odilo: A nomeação dos cardeais é estrita decisão do papa. Mas existem algumas situações que tornam previsível esta nomeação. Não existem, propriamente, sedes cardinalícias. O título é da pessoa e não da sede, tanto assim que, quando o cardeal é transferido, ele leva consigo o título de cardeal. Porém, existem sedes e funções de serviços, por exemplo, a cúria romana, onde por tradição e pela história sempre houve um cardeal. Por exemplo, ficaria muito estranho, para a opinião pública ou para tradição, que de repente não houvesse mais cardeal no Rio de Janeiro ou em Milão ou em Paris. Portanto, embora não se possa falar em sedes cardinalícias, existem sedes que normalmente sempre terão cardeais.

Quais seriam as do Brasil?

Dom Odilo: No Brasil, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo são sedes que, desde há várias décadas, tiveram cardeais e, certamente, sempre terão.

O Brasil poderia ter mais cardeais?

Dom Odilo: O Brasil tem nove cardeais, mas cinco deles já são arcebispos eméritos, inclusive já tendo passado dos 80 anos e, por isso, de acordo com as normas atuais, não participam mais da eleição do papa. Então o Brasil tem quatro cardeais eleitores. Dizer que o Brasil poderia ter mais ou menos cardeais, isso é uma decisão que depende do Santo Padre. Há grandes arcebispos no Brasil que evidentemente poderiam ser cardeais, mas não se trata disso. Tradicionalmente existe um equilíbrio de número de cardeais. O número dos eleitores do colégio cardinalício não deve estar abaixo de 120 cardeais e não vai muito além desse número. O número é distribuído com muito cuidado para que haja representação dos vários países e dos continentes. Existem alguns países que têm de fato um maior número de cardeais, como os Estados Unidos e a Itália. Isso faria pensar: o Brasil, um grande país católico, poderia ter mais cardeais? Naturalmente são reflexões que podem ser feitas, mas isso não é o determinante. Na verdade, o tempo é que foi levando ao fato de na Itália, por ser também um país de antiga tradição católica, haver muitos cardeais e, no Brasil, menos. É difícil mudar a tradição. De repente, diminuir o número de cardeais da Itália para nomear mais cardeais para o Brasil poderia se tornar uma situação complicada. O tempo é que vai mudando e adequando o equilíbrio da representatividade dos cardeais.

Como o senhor recebe esta nomeação e outras funções que tem assumido na Igreja? Não foi rápido demais?

Dom Odilo: Isso tudo me coloca diante dos misteriosos planos de Deus. Posso dizer com toda tranqüilidade que essas nomeações não vêm da vontade da gente, mas por decisão superior do papa. Ponho-me diante dessa consideração: o que Deus quer de mim? Reconheço que tudo está indo muito rápido e, às vezes, me espanto com isso, mas procuro me colocar diante da interpelação de Deus e participar das responsabilidades da vida da Igreja.

A nomeação cardinalícia me colocou, além da responsabilidade pela arquidiocese, também diante da Igreja no mundo inteiro porque o papa é responsável pela igreja no sentido global e os cardeais o auxiliam. Passando de um plano pessoal, minha nomeação é uma forma como o Brasil é chamado a dar uma contribuição para a Igreja no mundo. De minha parte, recebi tudo com muita simplicidade e muita humildade. Isso não muda meu jeito de ser exceto o sentimento de uma maior responsabilidade e a consciência de maior empenho e seriedade em tudo o que faço e digo porque agora será sempre: o cardeal disse. Isso pesa.

O que significa para uma diocese e para a Conferência Episcopal de um país ter um cardeal?

Dom Odilo: O título cardinalício está ligado, certamente, a uma consideração particular na opinião pública e na Igreja. Por isso quando uma cidade tem um cardeal, isso honra a cidade, a diocese e o país, sobretudo os países de cristianismo mais recente. Existe, sim, uma consideração particular para o país, para sede, a diocese, a conferência episcopal e para a própria pessoa. Não há como negar isso. O papa ter escolhido um cardeal do Brasil entre os 23 anunciados é um fato que honra. A gente pode dizer: o papa se lembrou do Brasil, de São Paulo, da CNBB. O fato de eu ter trabalho na CNBB até esse ano e o papa, depois de poucos meses de minha nomeação para São Paulo, ter me nomeado como membro do colégio cardinalício é motivo de alegria particular.


Esta entrevista esclarecedora foi aqui reproduzida, para que cada Diácono possa divulgar estas informações às suas comunidades. A Igreja do Brasil está em festa e devemos todos participar com muita alegria deste momento!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Candidatos ao Diaconato recebem os Ministérios


No domingo dia 28 de outubro, tivemos a alegria de participarmos da Santa Missa presisida por Dom Odilo na Catedral da Sé, onde onze candidatos ao Diaconado receberam os ministérios do Acolitado e do Leitorado.

Pedimos que todos incluam em suas orações, o pedido para que, estes homens chamados ao serviço da Igreja, perseverem na caminhada.

Em março de 2008, esperamos a Ordenação de pelo menos 12 Diáconos Permanentes, que com certeza, vão encontrar muito trabalho nesta Arquidiocese.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Igreja faz a primeira Festa de São Frei Galvão



Novena preparatória do dia do santo brasileiro (25) teve participação de bispos






Diante da imagem de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, dom Odilo
e padre Armênio (dir.) durante novena do 1º santo brasileiro

Diácono Francisco Gonçalves/O SÃO PAULO

Na comemoração da primeira festa de frei Antonio de Sant´Ana Galvão - frei Galvão -, o primeiro brasileiro nato a merecer a grande honra dos altares, a ser realizada na quinta-feira, dia 25, o Mosteiro da Luz de São Paulo (avenida Tiradentes, 676, na Luz, centro de São Paulo) está promovendo novena em louvor ao santo, que era sacerdote da Ordem dos Frades Menores Descalços, e que foi beatificado pelo papa João Paulo 2º, no dia 25 de Outubro de 1998, em Roma, e canonizado pelo papa Bento 16, em São Paulo, dia 11 de Maio de 2007.
A novena se iniciou, dia 16, com pregação de dom Francisco Manuel Vieira, bispo emérito de Osasco (SP), sobre o tema “Frei Galvão, o homem movido pelo Espírito Santo”.
A programação, sempre às 20h, obedeceu ao seguinte calendário: dia 17, dom Pedro Luiz Stringhini, bispo na Região Belém, falou sobre “Frei Galvão, o homem que conheceu a colher de pedreiro”; dia 18, dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, abordou o tema “Frei Galvão, o homem da Palavra de Deus”; dia 19, diácono permanente Benedito Camargo, “Frei Galvão, o homem da fé”; dia 20, diácono permanente Pedro Alexandre Coscelli, “Frei Galvão, o homem da família”; dia 21, dom Antonio Celso Queiros, bispo de Catanduva (SP), “Frei Galvão, o homem enviado por Deus a São Paulo”; dia 22, dom Tomé Ferreira da Silva, bispo na Região Ipiranga, “Frei Galvão, o homem vocacionado do Pai”. Hoje, dia 23, dom Fernando Legal, bispo de São Miguel Paulista (SP) abordará o tema “Frei Galvão, o homem escravo perpétuo da Imaculada”; e amanhã, dia 24, a novena se encerra com pregação de dom Mathias Tolentino Braga, abade do Mosteiro São Bento, que falará sobre “Frei Galvão, o homem que ensina o caminho de Deus”.
Dia 25, dia de Santo Antonio de Sant´Ana Galvão, as missas serão presididas segundo a seguinte programação: 8h padre Antonio Alexandre de Oliveira; 10h – padre Sidnei Fernandes Lima; 12h – padre Jose Renato Ferreira; 14h – cônego Celso Pedro da Silva; 16h – dom Cláudio da Silva Correa, do Mosteiro São Bento; 18h – padre José Antonio Pires de Almeida, e, às 20h, dom José Benedito Simão, bispo na Região Brasilândia, encerra as festividades presidindo a celebração eucarística.
Dom Odilo, em sua pregação, dia 19, salientou que Frei Galvão procurou não só conhecer, mas praticar a Palavra de Deus, e ao acolhê-la, buscou difundi-la através da catequese, em missões junto ao povo, sempre mostrando o seu próprio testemunho. O arcebispo ressaltou que Frei Galvão era um amigo de Deus, título esse a que todos batizados são convidados a portar, e que por ter vivido em São Paulo, evidencia que essa cidade uma cidade de santos, começando por Anchieta, madre Paulina e Antonio de Sant´Ana Galvão. Dom Odilo sinalizou que os santos amigos de Deus proclamam a Palavra de Deus e contam as maravilhas que Deus faz.
Ao final da celebração, padre Armênio Rodrigues Nogueira, capelão do Mosteiro da Luz, agradeceu a presença do arcebispo, e explicou que colocou na programação da novena também os diáconos permanentes da Arquidiocese para destacar essa nova vocação que começa a ser conhecida na cidade.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Documento de Aparecida e Educação (2)

Os Centros Educativos Católicos

Itens 331 a 340.

Na primeira análise do tema da Educação enfocada no Documento de Aparecida, resultante dos trabalhos realizados na 5ª Conferência Episcopal Latino Americana (CELAM), constatamos a precária situação do ensino do conhecimento, que visa apenas o objetivo individual e, raramente, a coletividade. Destacamos a importância de se recuperar o componente religioso da formação, propiciando consciência aos educandos, no sentido da partilha dos frutos do trabalho e do conhecimento adquirido.

Para enriquecer este trabalho, transcrevemos um trecho do livro “Superando o Cárcere da Emoção” do psiquiatra, psicoterapeuta e escritor Augusto Cury: “Tenho dado conferências e cursos a centenas de educadores, por isso tenho sentido de perto o caos em que está a Educação. A Educação no mundo inteiro está passando por crise. Estamos formando homens cultos, mas não homens que pensam. Estamos formando homens que dão respostas ao mercado, mas não homens maduros, completos, que sabem se interiorizar, pensar antes de reagir, expor e não impor as suas idéias, trabalhar em equipe, homens que amam a solidariedade, que sabem se colocar no lugar do outro.”

O item 331 do documento de Aparecida confirma: “A missão primária da Igreja é anunciar o Evangelho de maneira tal que garanta a relação entre a fé e a vida tanto na pessoa individual como no contexto sócio-cultural em que as pessoas vivem e se relacionam entre si.”

Com estas considerações, reafirmamos a importância do componente religioso na formação da pessoa humana. As escolas católicas, por sua própria identidade, conduzem seus educandos a trilhar os caminhos do saber, amparados pelo projeto de um ser humano configurado ao Cristo servidor. O educador cristão procura transmitir, mediante a força da Palavra de Deus, critérios de juízo e de valores condizentes com o modelo apresentado e vivido pelo Cristo, filho de Deus, irmão e amigo vivo no meio de nós. Ora, os valores cristãos do Evangelho germinarão dentro da vida profissional, proporcionando soluções aos problemas da vida cotidiana, de tal forma que respeitem os critérios de respeito à vida e a dignidade humana.

“A Igreja é chamada a promover em suas escolas uma educação centrada na pessoa humana que é capaz de viver na comunidade oferecendo para esta o bem que a Igreja possui” (Aparecida 334). Será que esta não será a solução ao problema detectado pelo escritor Augusto Cury? Procura-se, a todo instante, novas formas de conhecimento para reconduzir o ser humano ao seu propósito maior. Temos observado que a cada dia surgem novas “teorias pedagógicas” tentando justificar e buscar as origens das mazelas cometidas pela humanidade contra toda a criação, destruindo até o meio em que vivemos! Está na hora de recuperarmos as bases da vida cristã através da Bíblia, a rica Tradição e no Magistério da Igreja.

“Contudo, também no nosso trabalho no campo da educação é necessário sermos realistas, para não ficarmos nas nuvens, para não nos iludirmos e, sobretudo, para não nos esforçarmos em vão. É preciso que haja realismo, evidentemente iluminado e sustentado pela fé”. (homilia do Cardeal Zenon Grocholewski, no Congresso Europeu sobre "Os Desafios da Educação” de 3 de Julho de 2004).

A evolução do conhecimento exige diariamente avanço na busca do conhecimento, para atender aos novos desafios da sobrevivência humana, porém até que ponto esses avanços produzem melhoria na qualidade de vida das pessoas? Será que todos se beneficiam das descobertas da medicina, da agricultura e da ciência de maneira geral? Se estivermos melhorando a vida de apenas alguns grupos sociais em detrimento de outros, com certeza perdemos a missão evangélica do verdadeiro fim último do homem.

“Na verdade, o modelo de sociedade, de desenvolvimento adotado, concentrador de renda, segregacionista, baseado no acúmulo de capital das elites, acabou por influenciar o modelo de ensino e de educação do país. E a Educação não tem conseguido influenciar a sociedade como um todo no sentido de transformá-la, pois está condicionada a manter o ‘status quo’. Nesse contexto, os planos de educação foram vários e diversas foram as iniciativas colocadas à prova como resultado de esforços de educadores como Francisco Campos, Anísio Teixeira e Darci Ribeiro. No entanto, as políticas implementadas por sucessivos governos, em diferentes esferas de poder, não conseguiram romper com o paradigma da sociedade que vem se reproduzindo ao longo das décadas.” (Estrutura do Ensino - Breve Histórico e Considerações Profª. Ms. Joana Maria R. Di Santo).

Meditando sobre essa situação voltamos ao documento de Aparecida, no item 336: “...a meta que a escola católica se propõe com relação às crianças e jovens, é a de conduzir ao encontro com Jesus Cristo vivo, Mestre e Pastor misericordioso, esperança, caminho, verdade e vida, e dessa forma colaborando na construção da personalidade dos alunos, tendo Cristo com referência no plano da mentalidade e da vida”. E como resposta à situação apresentada pela Profª. Joana prossegue o documento: “Como conseqüência (da referência cristã), amadurecem e parecem co-naturais as atitudes humanas que levam a se abrir sinceramente à verdade, a respeitar e amar as outras pessoas, a expressar sua própria liberdade na doação de si e no serviço aos demais para a transformação da sociedade.”

Daí, a missão da Escola Católica em resgatar a identidade cristã dos centros educativos, atuando pastoralmente nas atividades do Ensino, formando a pessoa integralmente. A qualidade do ensino, concatenada aos princípios básicos do cristianismo permitem a todos, educadores, educandos e suas famílias, viverem em solidariedade como verdadeira comunidade eclesial.

O documento destaca ainda, no item 339, a liberdade do ensino e o direito à educação, que todos os pais devem ter claros na criação de seus filhos. Os pais, como geradores da vida, tem a responsabilidade de encaminhar seus filhos para condições favoráveis ao crescimento físico e intelectual. Socialmente, são os primeiros e principais educadores.

O poder público, por delegação, precisa garantir a liberdade para que os pais escolham o melhor projeto educativo para seus filhos, independente da condição social em que vivem. “Portanto, a nenhum setor educacional, nem sequer ao próprio Estado, se pode outorgar a faculdade de se reservar o privilégio e a exclusividade da educação dos mais pobres, sem com isso infringir importantes direitos”. (Aparecida 340).

Neste breve estudo, procuramos enfatizar a importância de se divulgar e adotar as informações contidas no Documento de Aparecida, visto que sua elaboração partiu da experiência adquirida das populações do continente latino americano. O agir dependerá do empenho de cada cristão consciente de sua missão evangelizadora na área da Educação, pois isto resultará em profissionais dignos e solidários, que vivam pacificamente e partilhem os frutos do progresso com a sociedade.

Elaborado pelo Diácono Franco Abelardo da Arquidiocese de São Paulo e Assessor da Pastoral da Educação da Região Episcopal Brasilândia - Outubro de 2007.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Diaconia Universitária na Arquidiocese de São Paulo



A Igreja Católica está cada vez mais presente na formação integral da pessoa humana. Em muitas faculdades paulistas, funciona a Pastoral Universitária: um espaço onde os estudantes refletem sobre a importância do conhecimento e de sua finalidade para o bem estar da sociedade.
Em reunião no dia 10 de outubro de 2007, na Cúria Arquidiocesana de São Paulo, estiveram presentes os Diáconos Permanentes Francisco Carlos Pereira Kumagai, Franco Antonio Abelardo, Lácio Leonel e Luiz Carlos de Laet. Com a presença e orientação do Bispo Dom José Benedito Simão, Assessor da Pastoral da Educação e da Pastoral Universitária da Arquidiocese de São Paulo, tem início a Diaconia Universitária na Arquidiocese.
Tem esta, o objetivo principal de concatenar as atividades desenvolvidas pelas diversas Pastorais já existentes nas Escolas de Ensino Superior da Arquidiocese. Lembrou-se que existem experiências com excelentes resultados que precisam ser aproveitados para toda a Arquidiocese. Compete à Diaconia (comissão formada por diáconos), levantar todas as ações positivas desenvolvidas nessas escolas pelas pastorais, orientadas por seus coordenadores. A partir dessas informações, serão estabelecidos critérios para um projeto de trabalho em todas as escolas da Arquidiocese, inclusive as que ainda não tem a Pastoral implantada. Compete aos diáconos, elaborarem esses levantamentos e proporem um plano de trabalho condizente com as orientações apresentadas nos documentos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Esperamos assim conscientizar, cada vez mais, nossos futuros profissionais a se utilizarem do saber humano para levar vida e dignidade às pessoas, principalmente aos menos favorecidos por nosso atual sistema social. A Igreja procura assim configurar o universitário ao Cristo servidor.

Texto redigido pelo Diácono Permanente Franco Abelardo da Arquidiocese de São Paulo – outubro de 2007

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

A Biotecnologia não pode violar a Dignidade Humana

Ao receber o novo embaixador Ji-Young Francesco Kim, da Coréia do Sul no Vaticano, o papa Bento XVI no dia 11 de outubro de 2007, alertou sobre a tentação de que a pesquisa científica viole a dignidade fundamental do ser humano, como acontece com os experimentos com embriões humanos que depois são destruídos, ou com a clonagem.
Por outro lado, o pontífice apoiou a pesquisa e o uso de células-tronco adultas, pois neste caso a vida humana não fica em perigo.
Ao reconhecer os enormes passos tecnológicos dados pelo país asiático, o pontífice destacou em particular "os avanços em biotecnologia, que tem a possibilidade de tratar e curar doenças de forma que se melhore a qualidade da vida". "As descobertas neste campo convidam o homem a ter uma consciência cada vez mais profunda das sérias responsabilidades envolvidas em sua aplicação", explicou em seu discurso pronunciado em inglês. "Antes de tudo está a dignidade do ser humano, que não pode ser manipulada em nenhuma circunstância ou tratada como mero instrumento de experimentação."
"A destruição de embriões humanos para obter células estaminais ou com qualquer outro propósito contradiz o pretendido intento de pesquisadores, legisladores e funcionários da saúde pública de promover o bem-estar humano", denunciou o papa. "A Igreja não vacila em aprovar e estimular a pesquisa com as células-tronco adultas, não só pelos resultados favoráveis obtidos com estes métodos alternativos, mas porque – e é o mais importante – esta pesquisa se harmoniza com a tentativa já mencionada, respeitando a vida humana em cada etapa de sua existência", declarou.
O papa Bento XVI assegurou suas orações "para que a sensibilidade moral que é inerente ao povo coreano, como evidenciou em sua firme rejeição à clonagem humana e aos procedimentos relacionados, ajude a comunidade internacional a aderir às profundas implicações éticas e sociais da pesquisa científica e de sua utilização".

Fonte: Zenit.org

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Por que o Aborto não Choca Tanto?

Este artigo foi escrito pelo Padre Norberto Savieto da Paróquia N.S. Aparecida no bairro do Varjão em Jundiaí – SP. A matéria foi extraída do JORNAL DE JUNDIAI, edição Nº13474 do dia 06.10.2007. Recebemos este texto por gentileza do Diácono Benedito Pedro de Jundiaí.


Temos lido e ouvido diversas noticias que nos chocam e nos deixam estarrecidos. Repetem-se os casos de mães que têm abandonado os filhos no mato, no lago, em rio, latas de lixo, etc. Além desses fatos chocarem, trazem até uma revolta na maioria das pessoas. Muitas vezes costuma-se até julgar tais mulheres, desejando a elas a pena de morte.
Os pais nunca são lembrados nesses julgamentos. Se eles estivessem juntos, aceitando os filhos, muito provavelmente as mães não tomariam tal atitude. Em todo caso, não há dúvidas que são situações gravíssimas que não podem ficar sem punição com orientação , uma punição corretiva.
Agora, porque é que o crime de aborto não é tão condenado e por que muitas pessoas, inclusive estudadas e esclarecidas defendem e querem legalizar o aborto?
Tenho certeza de que todos os que são favoráveis ao aborto condenaram com veemência essas mulheres que abandonaram os filhos. E qual é a diferença? Ficaram chocados porque essas crianças choraram? E aqueles milhares e milhões que são mortas dentro do útero por acaso não choram? Elas não gritam quando são espetadas com aqueles instrumentos cortantes que vão dizimando-as e arrancando-as aos pedaços? Nós não as ouvimos, mas elas até são ouvidas depois de tiradas e amontoadas em latões. Já assisti reportagens assim. Vejam o tamanho da hipocrisia de grande numero de pessoas do nosso país. Pensam certamente: o que os olhos não vêm, o que os ouvidos não ouvem o coração não sente. O que é feito escondido não escandaliza quase ninguém.
Abandonar crianças, sem dúvida, é extremamente grave, mas no meu modo de entender abortar é mais grave ainda porque as abandonadas puderam gritar mais alto e muitas foram salvas, enquanto que aquelas que foram agredidas covardemente em salas fechadas e sufocadas para não serem ouvidas, nunca têm chance. Nenhuma pôde ser salva. São torturadas e mortas por facínoras inescrupulosos. Muitos deles até fizeram juramento que defenderiam até as últimas conseqüências a vida humana.
As barbáries aumentam cada vez mais: seqüestros, assassinatos aos milhares, violências sexuais a maiores e menores, corrupções incontáveis e muitas outras. Nem assim, nada pior que o aborto.
Se fosse filmada alguma pessoa quebrando os ovinhos nos ninhos dos passarinhos, certamente ficaríamos revoltados porque deles nasceriam lindas aves. Por que se permite, então, tirar com violência as lindas crianças que estão crescendo nos ninhos do amor de Deus, que são os úteros das mães? Se imaginássemos os milhões de rostinhos sorridentes que iriam chegar, não ficaríamos mais omissos diante da tentativa insistente de muitos e péssimos governantes nossos que são a favor do aborto ou que pelo menos não se posicionam contra os famosos urubus de cima do muro.
É preciso lembrar aqui o exemplo de uma médica italiana, a bem aventurada, a mulher forte, Giovana Bereta Mola, que adoecida na gravidez do 4º filho, não hesitou em nenhum momento e afirmou com segurança: "entre a minha vida e a de minha filha, que ela seja preservada". E de fato dias após ter dado a luz em 1962 ela partia para a eternidade, deixando quatro crianças órfãs. Todos pensariam: de que adiantou ter mais uma e deixou as 4 sem mãe? Não seria melhor sacrificar uma para cuidar das outras três? Ela não esteve presente, mas o seu espírito forte, seu gesto de amor e de doação sempre ficaram presentes na vida do pai e de toda a família que se tornou muito mais unida e solidária. Um exemplo como esse é sem dúvida, muito mais forte do que a presença. Bem aventurada Giovana, reze a Deus por nós para que jamais se aprove no Brasil a lei do aborto.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O Nascituro - Artigo de Dom Luciano Mendes

O direito de decidir sobre o nascituro -D. Luciano*

A quem cabe o direito de decidir? A Comissão Tripartite apresentou suas conclusões sobre a despenalização do aborto propondo o Projeto de Lei 1135/91 que estabelece no artigo 1º o 'direito' da mulher de recorrer ao aborto, com toda liberdade, durante os três primeiros meses de sua gravidez.

O debate sobre o aborto tem se estendido na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos deputados Federais em Brasília. A votação estava marcada para o 19 de outubro no Congresso Nacional e ainda não se realizou. Multiplicam-se, nestes últimos dias as mensagens aos deputados solicitando em nome da 'Campanha em defesa da vida' que votem contra o projeto da Lei que liberaliza o aborto.

São conhecidos os argumentos a favor da vida e contra a interrupção voluntária da gravidez Acaba também de circular pelo país uma série de considerações por parte da Organização não Governamental "Católicas pelo poder de decidir", que não correspondem, no entanto, à doutrina da Igreja Católica. Nesta publicação apresenta-se uma 'visão' teológica, católica e 'feminista'.

Com todo respeito, reconheço , o direito do grupo manifestar as próprias argumentações. Permito-me, no entanto, notar que todos conhecemos a posição católica que é clara e constante em favor da vida nascente, com firme rejeição do aborto provocado. Em discordância e numa outra perspectiva, a representante da ONG escreve suas reflexões, procurando que sejam compreendidas as mulheres que decidem interromper a gravidez.

Apresentam três argumentos:

- O primeiro refere-se à liberdade de decidir de acordo com a própria consciência. Quem assim julgasse deve ter presente que a pessoa humana não possui; autonomia absoluta em relação ao exercício da liberdade. A consciência deve ser reta e portanto, normada pelo bem objetivo. A autonomia plena levaria ao absurdo de decidir sem se orientar pelo bem objetivo, mas unicamente pela própria decisão que poderá ser arbitrária e totalitária.

- O segundo argumento alegado em favor da livre escolha da interrupção abortiva baseia-se no princípio do probabilismo, que em caso de dúvida sobre o que fazer aceita a liberdade de opção ('Ubi dubiun ibi libertas'). O princípio não se aplica pois se trata de uma dúvida superável e ninguém pode agir com risco de cometer um homicídio.

- Terceiro motivo aduzido é o direito das pessoas tomarem decisões com responsabilidade e elaborar seus projetos pessoais, mas há limites na aplicação deste direito; pois a decisão pessoal não pode ir contra a justiça, eliminando a vida do nascituro inocente e indefeso.

É importante que as futuras mães, diante de Deus, reconheçam os direitos e deveres que possuem, todo apreço que de nós merecem, e por outro lado saibam assumir com carinho, sacrifício e generosidade a vida que Deus lhes confia.

A sociedade que se fecha no individualismo fará leis egoístas e nunca compreenderá a beleza e a dignidade da vida.

Para acolher o nascituro, temos que aprender a amar.

*Dom Luciano Mendes de Almeida, sj

(Este artigo foi escrito por Dom Luciano dia 05 de novembro de 2005)

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O Documento de Aparecida e a Educação (1)


Uma primeira análise

Itens 328, 329 e 330.

O documento elaborado pela 5ª Conferência Episcopal Latino Americana e Caribe, realizou uma varredura da situação da Educação no Continente. A conclusão básica é que vivemos numa situação de emergência. Todas as indicações levam a uma forma educacional que, ao adaptarem-se às necessidades globais, priorizam a aquisição de habilidades e conhecimentos em detrimento de valores éticos e religiosos. A educação passa por mudanças onde o principal objetivo é atender às demandas do mercado de consumo, priorizando a produção e a competitividade no mercado de trabalho.

Os valores humanos como vida digna, família e uma sexualidade sadia são combatidos em nome de uma pretensa modernidade social. A violência tem dominado os mais diversos setores da sociedade que, estupefata, não visualiza sua motivação. A religião passa ser um item de menor importância na vida dos jovens, submetidos a uma mídia consumista que despreza as virtudes e enaltece os vícios. Constatamos que a política educacional vigente em diversos países, principalmente sul americanos, tende a seguir numa perigosa dicotomia com o ensino religioso.

No item 329 do documento, firma-se um objetivo concreto: ”pensando em uma educação de qualidade à que tem direito, sem distinção, todos os alunos e alunas de nossos povos, é necessário insistir no autêntico fim de toda escola.” Somos convidados, na qualidade de educadores e pais, a inserir em nossas formações valores perenes da doutrina de tal forma que complemente o conhecimento dos jovens estudantes. A aquisição do patrimônio cultural deverá inserir-se nos problemas do tempo no qual se desenvolve a vida do jovem. O educador ao ministrar o conteúdo programático das diferentes disciplinas, precisa “apresentar não só um saber por adquirir, mas valores por assimilar e verdades por descobrir.”

Constitui responsabilidade estrita da escola, enquanto instituição educativa, destacar a dimensão ética e religiosa da cultura, precisamente com o objetivo de ativar o dinamismo espiritual do sujeito e ajudá-lo a alcançar a liberdade ética que pressupõe e aperfeiçoa a psicológica (Aparecida 330). O educador católico inserido na instituição educativa tem a missão evangélica de destacar a dimensão ética e religiosa da cultura, independente do credo ou doutrina de seus alunos. Sem essa dimensão, todo o conhecimento adquirido resulta em mesquinho proveito do sujeito que, individualizando-se, deixa de praticar o verdadeiro modelo de relacionamento humano ensinado pos Cristo. O indivíduo perde o sentido e o valor da vida do ser humano, tornando-se escravo de sua própria visão materialista da existência humana.

Uma educação adequada possibilita que o ser desenvolva plenamente sua capacidade de trabalho, pensamento e liberdade. A sociedade transforma-se numa cultura onde todos tem as mesmas oportunidades segundo sua própria capacidade, socializando os resultados para proveito de todos.


Elaborado pelo Diácono Franco Abelardo, da Arquidiocese de São Paulo

Dia do Nascituro - 08/10

Dia do Dia do Nascituro reafirma direito à vida do ser humano em estágio intra-uterino, explica Dom Paulo Mendes Peixoto, bispo de São José do Rio Preto (Brasil)

SÃO PAULO, quinta-feira, 4 de outubro de 2007 (ZENIT.org).- Ao enfatizar que a vida deve ser defendida e preservada desde sua concepção até a morte natural, um bispo brasileiro explica que o Dia do Nascituro «nos desperta para a consciência de que há direitos do ser humano de conservar a sua vida mesmo em estágio intra-uterino».

No Brasil, celebra-se estes dias a Semana da Vida, promovida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), como oportunidade para refletir sobre o sentido e o valor da vida como dom de Deus. No dia 8 de outubro celebra-se o Dia do Nascituro.

«Com isto devemos criar uma mentalidade de respeito e de defesa da dignidade da pessoa humana», enfatiza Dom Paulo Mendes Peixoto, bispo de São José do Rio Preto (São Paulo), em mensagem aos fiéis difundida pela CNBB essa quarta-feira.

O bispo afirma que são muitos os ataques e ameaças que os nascituros têm sofrido nos últimos tempos.

«Por isto vemos razões sérias para a celebração de uma semana voltada para a beleza da vida.»

«Na realidade hodierna – prossegue o prelado –, a morte passou a ser um fato banal, sem importância. É muito mais grave quando ataca vidas indefesas, inocentes e frágeis.»

«Mas celebrar a Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro não é somente uma campanha contra o aborto, mas sim uma conscientização sobre o valor da dignidade humana em todos os sentidos. Na verdade é uma redescoberta da beleza da criação divina», explica.

Segundo Dom Paulo Mendes, o trabalho em prol da vida não pode ficar apenas na celebração de uma Semana Nacional.

«Temos que investir na vida e na sua qualidade. Para isto estão surgido comissões em defesa da vida, que agem realizando palestras e promovendo eventos de conscientização, combatendo a mentalidade antivida que impera no mundo de hoje. O projeto de Deus não é de morte. A vida tem que estar em primeiro plano.»

O bispo de São José do Rio Preto explica que está presente na cultura moderna a mentalidade antivida, antinatalina, tendo como argumento o direito de liberdade.

«Temos que nos dar conta de que a vida está acima do direito de liberdade do outro», escreve.

«A vida deve ser protegida conforme os enunciados pela Constituição Federal. Ali se diz na defesa da pessoa em todas as suas realidades. Então, celebrar o Dia do Nascituro é conscientizar-se contra a legalização do aborto, que afeta frontalmente o projeto da criação e o respeito à nova vida», afirma o bispo.