Este artigo foi escrito pelo Padre Norberto Savieto da Paróquia N.S. Aparecida no bairro do Varjão em Jundiaí – SP. A matéria foi extraída do JORNAL DE JUNDIAI, edição Nº13474 do dia 06.10.2007. Recebemos este texto por gentileza do Diácono Benedito Pedro de Jundiaí.
Temos lido e ouvido diversas noticias que nos chocam e nos deixam estarrecidos. Repetem-se os casos de mães que têm abandonado os filhos no mato, no lago, em rio, latas de lixo, etc. Além desses fatos chocarem, trazem até uma revolta na maioria das pessoas. Muitas vezes costuma-se até julgar tais mulheres, desejando a elas a pena de morte.
Os pais nunca são lembrados nesses julgamentos. Se eles estivessem juntos, aceitando os filhos, muito provavelmente as mães não tomariam tal atitude. Em todo caso, não há dúvidas que são situações gravíssimas que não podem ficar sem punição com orientação , uma punição corretiva.
Agora, porque é que o crime de aborto não é tão condenado e por que muitas pessoas, inclusive estudadas e esclarecidas defendem e querem legalizar o aborto?
Tenho certeza de que todos os que são favoráveis ao aborto condenaram com veemência essas mulheres que abandonaram os filhos. E qual é a diferença? Ficaram chocados porque essas crianças choraram? E aqueles milhares e milhões que são mortas dentro do útero por acaso não choram? Elas não gritam quando são espetadas com aqueles instrumentos cortantes que vão dizimando-as e arrancando-as aos pedaços? Nós não as ouvimos, mas elas até são ouvidas depois de tiradas e amontoadas em latões. Já assisti reportagens assim. Vejam o tamanho da hipocrisia de grande numero de pessoas do nosso país. Pensam certamente: o que os olhos não vêm, o que os ouvidos não ouvem o coração não sente. O que é feito escondido não escandaliza quase ninguém.
Abandonar crianças, sem dúvida, é extremamente grave, mas no meu modo de entender abortar é mais grave ainda porque as abandonadas puderam gritar mais alto e muitas foram salvas, enquanto que aquelas que foram agredidas covardemente em salas fechadas e sufocadas para não serem ouvidas, nunca têm chance. Nenhuma pôde ser salva. São torturadas e mortas por facínoras inescrupulosos. Muitos deles até fizeram juramento que defenderiam até as últimas conseqüências a vida humana.
As barbáries aumentam cada vez mais: seqüestros, assassinatos aos milhares, violências sexuais a maiores e menores, corrupções incontáveis e muitas outras. Nem assim, nada pior que o aborto.
Se fosse filmada alguma pessoa quebrando os ovinhos nos ninhos dos passarinhos, certamente ficaríamos revoltados porque deles nasceriam lindas aves. Por que se permite, então, tirar com violência as lindas crianças que estão crescendo nos ninhos do amor de Deus, que são os úteros das mães? Se imaginássemos os milhões de rostinhos sorridentes que iriam chegar, não ficaríamos mais omissos diante da tentativa insistente de muitos e péssimos governantes nossos que são a favor do aborto ou que pelo menos não se posicionam contra os famosos urubus de cima do muro.
É preciso lembrar aqui o exemplo de uma médica italiana, a bem aventurada, a mulher forte, Giovana Bereta Mola, que adoecida na gravidez do 4º filho, não hesitou em nenhum momento e afirmou com segurança: "entre a minha vida e a de minha filha, que ela seja preservada". E de fato dias após ter dado a luz em 1962 ela partia para a eternidade, deixando quatro crianças órfãs. Todos pensariam: de que adiantou ter mais uma e deixou as 4 sem mãe? Não seria melhor sacrificar uma para cuidar das outras três? Ela não esteve presente, mas o seu espírito forte, seu gesto de amor e de doação sempre ficaram presentes na vida do pai e de toda a família que se tornou muito mais unida e solidária. Um exemplo como esse é sem dúvida, muito mais forte do que a presença. Bem aventurada Giovana, reze a Deus por nós para que jamais se aprove no Brasil a lei do aborto.
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