sábado, 17 de março de 2007

O divórcio é uma praga!

O Papa Bento XVI ativou uma polêmica por uma palavra que “ofendeu” algumas pessoas. Procurei o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa e a palavra praga significa também “grande desgraça”, “calamidade”, “alguma coisa que se espalha, contamina”. Bem, o Papa escreve esta palavra numa frase dentro de um contexto onde ele analisa a Eucaristia e a indissolubilidade do Matrimônio. Para quem conhece um pouco de nossa religião, sabe que o Matrimônio é uma união sacramental de duas pessoas batizadas. Ser batizado é assumir compromissos dentro de uma comunidade. Se eu tenho consciência desses compromissos, preciso viver dentro de certas normas de conduta. Se eu vivo num país, preciso respeitar e obedecer as leis vigentes nessa sociedade! Se eu pretendo dirigir um automóvel, preciso me submeter às leis de trânsito da região em que vivo! E assim por diante...
O cristão que vivencia sua fé, ao se unir a uma companheira (ou uma cristã a um companheiro), após um período de relacionamento (namoro, noivado), assume compromissos perante Deus e a comunidade cristã. Ao pedirem a benção de Deus para essa união, desejam as Graças de Deus em suas vidas, tomaram a decisão de respeitar e seguir as normas dessa comunidade e, entre elas, assumem o viver “como uma só carne, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando e respeitando até que a morte os separe”.
Por outro lado temos na “moderna sociedade”, uma situação onde cada pessoa acredita ser o centro do universo. A tecnologia e o conhecimento levam a humanidade a uma situação de tanta racionalidade que perde-se o sentido do amor necessário para a sobrevivência do ser humano. O escapismo num relacionamento tornou-se a maneira mais prática de se resolver um problema. Com as facilidades legais do divórcio, algumas pessoas frente à primeira dificuldade, desistem e apelam para esse recurso. O divórcio para os católicos é a renúncia da Graça de Deus na vida matrimonial, é a “des-Graça”.
Ora se você quer apenas manter uma relação só de prazer e divertimento, não assuma a Aliança com Deus. Faça um contrato em qualquer cartório para respeitar a lei civil e quando não existir mais prazer ou conveniência, rescinda o contrato: separe.
A Igreja Católica vai além do relacionamento físico entre o casal. Viver em comunhão no enlace matrimonial significa manter uma relação de amor entre duas pessoas que se amam. Amar é superar a cada momento as barreiras da vida de um lar, é enfrentar as situações com firmeza, com caráter e muito amor no coração. Manter unidas duas pessoas que tem identidades distintas é um grande desafio que somente será superado quando existir verdadeiro amor, não no sentido popular da palavra, mas o amor de doação: o amor ágape.
Geralmente as pessoas que mais polemizam, são exatamente os “não católicos” ou “católicos da ultima hora”. Ninguém é obrigado a respeitar regras se não participa da comunidade!
“Trata-se dum problema pastoral espinhoso e complexo, uma verdadeira praga do ambiente social contemporâneo que vai progressivamente corroendo os próprios ambientes católicos,”diz o Papa. Esta é uma situação que realmente se espalha de forma rápida, pois elimina o problema do relacionamento fracassado, sem resolvê-lo. Quando a violência e a falta de respeito à vida surgem nos noticiários da mídia, não “entendemos” porque são causados esses atos. Os jovens infratores de hoje, via de regra são as crianças abandonadas pelas famílias destruídas em nome da “felicidade” pessoal de muitos homens e mulheres. Quanto maior o número de divórcios, mais crianças sem carinho, sem a proteção e o amor que se desenvolve em um ambiente familiar.
A presença do masculino e o feminino numa união de amor constituem a base para a formação digna da pessoa.
O Papa encerra o item 29 da exortação apostólica “Sacramentum Caritatis”, afirmando: “Matrimônio e família são instituições cuja verdade deve ser promovida e defendida de qualquer equívoco, porque todo o dano a elas causado é realmente uma ferida que se inflige à convivência humana como tal.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom, simples e objetivo.