quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Chega de Papai Noel consumista!

Uma pequena cidade no sul da Alemanha decidiu banir o Papai Noel da paisagem natalina. A câmara municipal de Fluorn-Winzeln, lugarejo com pouco mais de 3 mil habitantes localizado às margens da Floresta Negra, declarou a região uma "zona livre de Papai Noel".

    De acordo com o prefeito local, Bernhard Tjaden, o objetivo é preservar as tradições do Natal, segundo ele freqüentemente esquecidas nessa época do ano em favor do consumismo.
    A idéia é incentivar os cidadãos a substituir o "bom velhinho" pela figura histórica de São Nicolau.
    "O Papai Noel é um personagem artificial" argumenta Tjaden. "Ele não lembra em nada São Nicolau, que ajudava pessoas carentes e era um amigo das crianças", explica.

    Campanha
    As escolas e os comerciantes da região aderiram ao apelo, retirando as decorações com Papai Noel das vitrines e colando adesivos com um sinal de "proibido" em seus estabelecimentos.
    Cartazes com o rosto do personagem atravessado por uma faixa vermelha adornam não só o interior de lojas e repartições públicas, mas os avisos, que se parecem com uma placa de trânsito, foram pendurados também na fachada do prédio da prefeitura e até junto à sinalização que marca as entradas do município.
    Nas salas de aulas, professores ensinam às crianças o significado do Natal e contam histórias de São Nicolau, bispo de Mira no século IV, que serviu de inspiração para o ícone natalino.
    Os alunos são orientados a diferenciar o "original" da "cópia" e desenhos no quadro negro mostram as diferenças entre os trajes de ambos, destacando a mitra episcopal no lugar do gorro vermelho e o cajado substituindo o saco de presentes.
    A campanha "Zona livre de Papai Noel" foi criada por uma entidade assistencial ligada Confederação dos Bispos da Alemanha para resgatar São Nicolau como símbolo original das festas natalinas e combater o "consumismo" nas festas de fim de ano.
    A renda obtida na venda de cartazes, adesivos e outros produtos será destinada à entidades que prestam ajuda a crianças com doenças terminais. Esta é a primeira vez que a idéia é apoiada oficialmente pela administração de um município.

    Fonte: BBC Brasil.com

    sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

    O ateísmo de José Saramago

    Artigo de Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, arcebispo de Sorocaba, extraído do site da Revista Família Cristã.

    Foi triste ler as declarações do escritor português, José Saramago, sobre a condição humana e sobre Deus. Ele afirmou que a humanidade não merece o dom da vida. Os animais, guiados pelo instinto, são melhores que o ser humano dotado de razão. Suas afirmações, como ele mesmo confessa, exprimem uma raiva incontida. Deus não passa de uma criação da mente humana para enganar-se sobre sua triste condição.

    A resposta de Saramago a questões tão pungentes foi desde moço a adesão ao comunismo. Embora o comunismo tenha-se revelado incapaz de solucionar o drama humano, Saramago continua carregando consigo essa fé, uma fé com as marcas de seu pessimismo.

    O Concílio Vaticano II, na Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo de hoje, Gaudium et Spes, ao analisar as várias formas de ateísmo – um fenômeno complexo – afirma: “o ateísmo se origina não raramente ou de um protesto violento contra o mal no mundo, ou do caráter do próprio absoluto que se atribui indevidamente a alguns bens humanos de tal modo que sejam considerados como Deus”(n. 19). Saramago tem raiva do mundo com suas mazelas e injustiças, por isso não pode crer em Deus. Essa raiva, ele a projeta, especialmente na Igreja.

    É verdade que o ateísmo é possível. Deus não é uma evidência. É sempre um Deus escondido. É de Pascal a afirmação: “Deus suficientemente revelado nas Escrituras para aqueles que o buscam de todo o coração e Deus suficientemente oculto nas Escrituras para aqueles que não o buscam de todo o coração”. Lembro-me da pergunta dirigida a Deus pelo Papa Bento XVI quando de sua visita ao campo de concentração nazista em Auschwitz: “onde estavas, Senhor?” Os místicos como, por ex., Madre Tereza de Calcutá, experimentaram esta ausência de Deus.

    O Deus amado se esconde, uma dolorosa noite envolve o espírito do místico. Mas a certeza da fé e a profundidade do amor não morrem. Tereza de Calcutá, vivendo por longos anos a experiência dessa noite escura, aceita-a e quer vivê-la em comunhão com os ateus de nosso tempo que sofrem, sem esperança e sem fé, essa ausência de Deus. Tereza chega a afirmar que houve momentos em que ela esteve à beira do abismo. A fé sustenta os místicos e estes se tornam sempre mais solidários da humanidade que sofre. Vivendo a dor da ausência de Deus, Tereza afirmou algo mais ou menos assim: “estou disposta a esperar por uma eternidade” a manifestação daquele que tanto amo. Enquanto Ele não vem, Tereza se dedica aos mais infelizes dos seres humanos. Recolhe moribundos nas ruas e diz aos que a questionam sobre a ineficácia desse procedimento que não ataca as causas da miséria: “eles morrerão sabendo que foram amados”.

    O tempo do Advento é tempo oportuno para buscar Deus. Ele veio. Ele vem. Ele virá. Ofereço ao leitor trechos da reflexão de Santo Anselmo sobre a procura de Deus. Assim: “Vamos, coragem, pobre homem, foge um pouco de tuas ocupações. Esconde-te um instante do tumulto de teus pensamentos. Põe de parte os cuidados que te absorvem e livra-te das preocupações que te afligem. Dá um pouco de tempo a Deus e repousa n’Ele. Entra no íntimo de tua alma, afasta tudo de ti, exceto Deus ou o que possa ajudar-te a procurá-lo. Agora fala, meu coração, abre-te e diz a Deus: busco a vossa face; é vossa face que eu procuro”.

    Consciente de que o ser humano não pode por si mesmo encontrar Deus, mesmo sabendo de sua existência, Santo Anselmo continua: “E vós, Senhor até quando? Até quando, Senhor, nos esquecereis, até quando nos ocultareis vossa face? Quando nos olhareis e nos ouvireis? Quando iluminareis nosso olhos e nos mostrareis vossa face? Quando voltareis a nós? Olhai-nos, Senhor, ouvi-nos, mostrai-vos a nós. Dai-nos novamente a vossa presença para sermos felizes, pois sem vós somos tão infelizes! Tende piedade dos rudes esforços que fazemos para alcançar-vos, nós que nada podemos sem vós. Ensinai-me a vos procurar e mostrai-vos quando vos procuro; pois não posso procurar-vos se não me ensinais e nem encontrar-vos se não vos mostrais.

    Que desejando, eu vos procure; procurando, vos deseje; amando-vos, vos encontre e encontrando, vos ame”. Se procurares a Deus de todo o coração, uma estrela aparecerá no firmamento de tua alma, e te conduzirá a uma criança onde Deus está suficientemente revelado para aqueles que o procuram de todo o coração. Advento é tempo de buscar.

    quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

    Catequese sobre o Batismo, Eucaristia e Matrimônio - Bento XVI

    10/12/2008

    A fé vem da escuta, e é um dom de Deus.

    O Espírito de Deus bate à porta do coração de cada um de nós. Foi o que explicou Bento XVI na catequese da audiência geral, dedicada à doutrina do batismo, da Eucaristia e do matrimônio segundo São Paulo.

    A fé vem da escuta, nós podemos recebê-la como dom de Deus. O Batismo nos torna novas criaturas, a Eucaristia nos faz entrar em relação profunda com Cristo, o Matrimônio é um dom e uma união concedida por graça indissolúvel.

    “Tornar-se cristão é muito mais do que uma operação cosmética que acrescentaria algo de bonito a uma existência já mais ou menos completa. É um novo início e renascimento, morte e ressurreição. Obviamente na ressurreição, ressurge o que existia de bom na existência precedente. O cristianismo não é algo de puramente espiritual; implica o corpo, implica o cosmo, se estende em direção de uma nova terra e de novos céus. E retornamos à última palavra do texto de São Paulo: assim podemos caminhar em uma nova vida, é um elemento de exame de consciência para todos nós. Caminhar em uma nova vida”.

    Fonte: site H2O News

    terça-feira, 9 de dezembro de 2008

    Lei Natural é valor irrenunciável - Bento XVI

    No dia 5 de dezembro, o Papa Bento XVI no discurso para a Comissão Teológica Internacional, na cidade do Vaticano afirmou: "É necessário criar na cultura e na sociedade civil e política as condições indispensáveis para uma plena consciência do valor irrenunciável da lei moral natural".

    O fim do mandato qüinqüenal da Comissão permitiu ao Papa avaliar os temas tratados neste período. Em especial, sobre o papel da teologia, o pontífice notou que deve, sim, responder à necessidade humana de transcendência e de orientação. Porém, a teologia deve colocar a questão concernente à verdade da fé, e não simplesmente interrogar-se acerca da sua eficácia prática e social. A virtude fundamental do teólogo é buscar a obediência à fé, que o torna colaborador da verdade.

    Temos sempre defendido a proposta de que a Teologia deve sempre caminhar junto com a fé. Há que se cuidar para que nossas reflexões tenham a clareza subsidiada pela Teologia, porém, aliada ao mistério da vinda salvífica de nosso Senhor Jesus Cristo.

    Fonte: H2O News

    segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

    Papa manda telegrama ao Arcebispo de Florianópolis

    Bento XVI enviou um telegrama no dia 29 de novembro, ao arcebispo de Florianópolis, Dom Murilo Krieger, expressando seu pesar pela tragédia ambiental no Estado de Santa Catarina, onde as fortes chuvas e enchentes afetaram 1,5 milhão de pessoas e deixaram cerca de 100 mortos.

    No telegrama, enviado pelo cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, o Papa afirma que, “com profundo pesar, tomou conhecimento das trágicas e lutuosas conseqüências das chuvas torrenciais destes últimos dias, que atingiram o Estado de Santa Catarina”.

    O pontífice confirma “sua participação espiritual, nesta hora de dor, às famílias das vítimas e aos milhares de desalojados e desabrigados desta enorme tragédia ambiental”.

    Nesta ocasião, ao elevar suas orações de sufrágio pelos falecidos, o pontífice implora de Deus misericordioso a assistência e a consolação para todos os sinistrados e os que sofrem física e moralmente.

    Por fim, o Papa envia a todos a sua “propiciadora Bênção Apostólica, extensiva ao povo catarinense e aos que se mobilizaram com campanhas de solidariedade”.

    Por sua vez, o arcebispo de Florianópolis, Dom Murilo Krieger, agradeceu ao Papa por seu gesto de solidariedade: “Para todos nós é confortador saber que o Bento XVI está unido espiritualmente aos que perderam seus entes queridos e aos que sofrem”. (MT)

    Fonte: Site Rádio Vaticano

    Arcebispo Dom Odilo enviado em missão Internacional

    Cardeal Scherer, delegado Papal no aniversário da paz Chile-Argentina, nos 30 anos do início da mediação promovida por João Paulo II

    No domingo dia 30 de novembro, Bento XVI nomeou o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, seu enviado extraordinário em missão especial para o ato comemorativo do trigésimo aniversário do início da mediação pontifícia entre a Argentina e o Chile que evitou uma guerra pelo conflito no Canal Beagle. A celebração acontecerá no Monte Aymond, na sexta-feira, 5 de dezembro.

    A missão pontifícia, que estará presidida pelo cardeal Scherer, estará integrada pelo arcebispo Adriano Bernardini, núncio apostólico na Argentina; Dom Giuseppe Pinto, núncio apostólico na Argentina; Dom Giuseppe Pinto, núncio apostólico no Chile; Dom Juan Carlos Romanín SDB, bispo de Rio Gallegos e representante do episcopado chileno.

    O cardeal Scherer chegará a Buenos Aires às 23 horas da próxima quarta-feira, 3 de dezembro, e regressará ao Brasil no sábado, 6.
    O programa prevê que a delegação partirá na quinta-feira, às 15h, do Aeroporto da cidade de Buenos Aires para Punta Arenas (Chile) onde às 21h se encontrará com as senhoras presidentas de ambos países e às 22h haverá um jantar oficial.

    Na sexta-feira, às 7h30, o legado pontifício presidirá uma celebração eucarística na catedral de Punta Arenas. Logo as presidentas da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, e do Chile, Michelle Bachelet, descerrarão uma placa de homenagem ao falecido Papa João Paulo II.

    Posteriormente, no avião presidencial, partirão para Rio Gallegos, desde onde se dirigirão, pela rota nacional 3, ao Monte Aymond, de 279 metros de altura, situado na fronteira que divide a ambos países, a 63 quilômetros de Rio Gallegos.

    Ali, o delegado de Bento XVI abençoará a pedra fundamental de um monumento comemorativo que se iniciará no lugar e também dará a conhecer uma mensagem do Santo Padre.

    Conhece-se como Conflito de Beagle o desacordo sobre a soberania das ilhas localizadas ao sul do Canal Beagle e seus espaços marítimos adjacentes, protagonizado pela República Argentina e a República do Chile. O conflito poderia ter acabado em guerra se não tivesse sido pela intervenção de João Paulo II, que, assistido pelo cardeal Antonio Samoré, mediou para conseguir um acordo entre os dois países.

    Fonte: Vaticano / Zenit

    sexta-feira, 21 de novembro de 2008

    Evangelho 34º Domingo Tempo Comum: Cristo Rei

    Evangelho do domingo, 23 de novembro de 2008

    21/11/2008

    «Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita, e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar’. Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram.’

    Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastem-se de mim, malditos. Vão para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque eu estava com fome, e vocês não me deram de comer; eu estava com sede, e não me deram de beber; eu era estrangeiro, e vocês não me receberam em casa; eu estava sem roupa, e não me vestiram; eu estava doente e na prisão, e vocês não me foram visitar’. Também estes responderão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou sem roupa, doente ou preso, e não te servimos?’ Então o Rei responderá a esses: ‘Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês não fizeram isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizeram’. Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna.»

    Durante o Ano Litúrgico, celebrado nesse 2008, o tema da VIDA, em especial da vida humana, visitou várias vezes as assembléias litúrgicas. Nesse último Domingo, fazendo ponte com o Domingo anterior (33DTC), nossa reflexão considera a centralidade da vida humana na pessoa do outro, especialmente a vida dos mais necessitados. No dia do julgamento final, o critério decisivo será o modo como tratamos a vida do outro.


    quarta-feira, 19 de novembro de 2008

    Curso de Formação Integral

    Curso on-line: formação integral do sacerdote
    Oferta gratuita de Catholic.net

    ROMA, terça-feira, 18 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- Ainda se encontram abertas as inscrições para o curso on-line sobre «A formação integral do sacerdote católico» que o site www.catholic.net oferece gratuitamente.
    O curso, que acontece de 19 de novembro de 2008 a 27 de maio de 2009, e pelo qual se pode receber um certificado, surge da consciência cada vez maior «de contar com sacerdotes santos e profundamente preparados, que possam verdadeiramente servir todo o povo de Deus em sua busca da santidade e em seu empenho apostólico por anunciar o Evangelho».
    «Para isso, o sacerdote requer de uma qualificada formação integral», explicam os organizadores em um comunicado enviado à Zenit. «A formação permanente, precisamente porque é permanente, deve acompanhar os sacerdotes sempre, isto é, em qualquer período e situação de sua vida, assim como nos diversos cargos de responsabilidade eclesial que se lhes confiem, tudo isso tendo em conta, naturalmente, as possibilidades e características próprias da idade, condições de vida e tarefas confiadas a eles.»
    Entre os temas a tratar, destacam-se «O sacerdote, identidade e missão», «Princípios fundamentais da formação sacerdotal», «A formação espiritual, humana, intelectual, apostólica e pastoral», assim como «O ambiente formativo».
    Mais informação em: http://www.es.catholic.net/sacerdotes/841/3078/articulo.php?id=38822

    Fonte: Zenit

    sexta-feira, 14 de novembro de 2008

    Leia a Íntegra do Acordo Brasil x Santa Sé

    Logomarca do Itamaraty

    Ministério das Relações Exteriores
    Assessoria de Imprensa do Gabinete

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    Nota nº 637 - 13/11/2008
    Distribuição 22

    Ato assinado por ocasião da Audiência Privada do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Sua Santidade o Papa Bento XVI - Vaticano, 13 de novembro de 2008

    ACORDO ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E A SANTA SÉ RELATIVO AO ESTATUTO JURÍDICO DA IGREJA CATÓLICA NO BRASIL
    A República Federativa do Brasil
    e
    A Santa Sé
    (doravante denominadas Altas Partes Contratantes),
    Considerando que a Santa Sé é a suprema autoridade da Igreja Católica, regida pelo Direito Canônico;
    Considerando as relações históricas entre a Igreja Católica e o Brasil e suas respectivas responsabilidades a serviço da sociedade e do bem integral da pessoa humana;
    Afirmando que as Altas Partes Contratantes são, cada uma na própria ordem, autônomas, independentes e soberanas e cooperam para a construção de uma sociedade mais justa, pacífica e fraterna;
    Baseando-se, a Santa Sé, nos documentos do Concílio Vaticano II e no Código de Direito Canônico, e a República Federativa do Brasil, no seu ordenamento jurídico;
    Reafirmando a adesão ao princípio, internacionalmente reconhecido, de liberdade religiosa;
    Reconhecendo que a Constituição brasileira garante o livre exercício dos cultos religiosos;
    Animados da intenção de fortalecer e incentivar as mútuas relações já existentes;
    Convieram no seguinte:
    Artigo 1º
    As Altas Partes Contratantes continuarão a ser representadas, em suas relações diplomáticas, por um Núncio Apostólico acreditado junto à República Federativa do Brasil e por um Embaixador(a) do Brasil acreditado(a) junto à Santa Sé, com as imunidades e garantias asseguradas pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 18 de abril de 1961, e demais regras internacionais.
    Artigo 2º
    A República Federativa do Brasil, com fundamento no direito de liberdade religiosa, reconhece à Igreja Católica o direito de desempenhar a sua missão apostólica, garantindo o exercício público de suas atividades, observado o ordenamento jurídico brasileiro.
    Artigo 3º
    A República Federativa do Brasil reafirma a personalidade jurídica da Igreja Católica e de todas as Instituições Eclesiásticas que possuem tal personalidade em conformidade com o direito canônico, desde que não contrarie o sistema constitucional e as leis brasileiras, tais como Conferência Episcopal, Províncias Eclesiásticas, Arquidioceses, Dioceses, Prelazias Territoriais ou Pessoais, Vicariatos e Prefeituras Apostólicas, Administrações Apostólicas, Administrações Apostólicas Pessoais, Missões Sui Iuris, Ordinariado Militar e Ordinariados para os Fiéis de Outros Ritos, Paróquias, Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
    § 1º. A Igreja Católica pode livremente criar, modificar ou extinguir todas as Instituições Eclesiásticas mencionadas no caput deste artigo.
    § 2º. A personalidade jurídica das Instituições Eclesiásticas será reconhecida pela República Federativa do Brasil mediante a inscrição no respectivo registro do ato de criação, nos termos da legislação brasileira, vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro do ato de criação, devendo também ser averbadas todas as alterações por que passar o ato.
    Artigo 4º
    A Santa Sé declara que nenhuma circunscrição eclesiástica do Brasil dependerá de Bispo cuja sede esteja fixada em território estrangeiro.
    Artigo 5º
    As pessoas jurídicas eclesiásticas, reconhecidas nos termos do Artigo 3º, que, além de fins religiosos, persigam fins de assistência e solidariedade social, desenvolverão a própria atividade e gozarão de todos os direitos, imunidades, isenções e benefícios atribuídos às entidades com fins de natureza semelhante previstos no ordenamento jurídico brasileiro, desde que observados os requisitos e obrigações exigidos pela legislação brasileira.
    Artigo 6º
    As Altas Partes reconhecem que o patrimônio histórico, artístico e cultural da Igreja Católica, assim como os documentos custodiados nos seus arquivos e bibliotecas, constituem parte relevante do patrimônio cultural brasileiro, e continuarão a cooperar para salvaguardar, valorizar e promover a fruição dos bens, móveis e imóveis, de propriedade da Igreja Católica ou de outras pessoas jurídicas eclesiásticas, que sejam considerados pelo Brasil como parte de seu patrimônio cultural e artístico.
    § 1º. A República Federativa do Brasil, em atenção ao princípio da cooperação, reconhece que a finalidade própria dos bens eclesiásticos mencionados no caput deste artigo deve ser salvaguardada pelo ordenamento jurídico brasileiro, sem prejuízo de outras finalidades que possam surgir da sua natureza cultural.
    § 2º. A Igreja Católica, ciente do valor do seu patrimônio cultural, compromete-se a facilitar o acesso a ele para todos os que o queiram conhecer e estudar, salvaguardadas as suas finalidades religiosas e as exigências de sua proteção e da tutela dos arquivos.
    Artigo 7º
    A República Federativa do Brasil assegura, nos termos do seu ordenamento jurídico, as medidas necessárias para garantir a proteção dos lugares de culto da Igreja Católica e de suas liturgias, símbolos, imagens e objetos cultuais, contra toda forma de violação, desrespeito e uso ilegítimo.
    § 1º. Nenhum edifício, dependência ou objeto afeto ao culto católico, observada a função social da propriedade e a legislação, pode ser demolido, ocupado, transportado, sujeito a obras ou destinado pelo Estado e entidades públicas a outro fim, salvo por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, nos termos da Constituição brasileira.
    Artigo 8º
    A Igreja Católica, em vista do bem comum da sociedade brasileira, especialmente dos cidadãos mais necessitados, compromete-se, observadas as exigências da lei, a dar assistência espiritual aos fiéis internados em estabelecimentos de saúde, de assistência social, de educação ou similar, ou detidos em estabelecimento prisional ou similar, observadas as normas de cada estabelecimento, e que, por essa razão, estejam impedidos de exercer em condições normais a prática religiosa e a requeiram. A República Federativa do Brasil garante à Igreja Católica o direito de exercer este serviço, inerente à sua própria missão.
    Artigo 9º
    O reconhecimento recíproco de títulos e qualificações em nível de Graduação e Pós-Graduação estará sujeito, respectivamente, às exigências dos ordenamentos jurídicos brasileiro e da Santa Sé.
    Artigo 10
    A Igreja Católica, em atenção ao princípio de cooperação com o Estado, continuará a colocar suas instituições de ensino, em todos os níveis, a serviço da sociedade, em conformidade com seus fins e com as exigências do ordenamento jurídico brasileiro.
    § 1º. A República Federativa do Brasil reconhece à Igreja Católica o direito de constituir e administrar Seminários e outros Institutos eclesiásticos de formação e cultura.
    § 2º. O reconhecimento dos efeitos civis dos estudos, graus e títulos obtidos nos Seminários e Institutos antes mencionados é regulado pelo ordenamento jurídico brasileiro, em condição de paridade com estudos de idêntica natureza.
    Artigo 11
    A República Federativa do Brasil, em observância ao direito de liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade confessional do País, respeita a importância do ensino religioso em vista da formação integral da pessoa.
    §1º. O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação.
    Artigo 12
    O casamento celebrado em conformidade com as leis canônicas, que atender também às exigências estabelecidas pelo direito brasileiro para contrair o casamento, produz os efeitos civis, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
    § 1º. A homologação das sentenças eclesiásticas em matéria matrimonial, confirmadas pelo órgão de controle superior da Santa Sé, será efetuada nos termos da legislação brasileira sobre homologação de sentenças estrangeiras.
    Artigo 13
    É garantido o segredo do ofício sacerdotal, especialmente o da confissão sacramental.
    Artigo 14
    A República Federativa do Brasil declara o seu empenho na destinação de espaços a fins religiosos, que deverão ser previstos nos instrumentos de planejamento urbano a serem estabelecidos no respectivo Plano Diretor.
    Artigo 15
    Às pessoas jurídicas eclesiásticas, assim como ao patrimônio, renda e serviços relacionados com as suas finalidades essenciais, é reconhecida a garantia de imunidade tributária referente aos impostos, em conformidade com a Constituição brasileira.
    § 1º. Para fins tributários, as pessoas jurídicas da Igreja Católica que exerçam atividade social e educacional sem finalidade lucrativa receberão o mesmo tratamento e benefícios outorgados às entidades filantrópicas reconhecidas pelo ordenamento jurídico brasileiro, inclusive, em termos de requisitos e obrigações exigidos para fins de imunidade e isenção.
    Artigo 16
    Dado o caráter peculiar religioso e beneficente da Igreja Católica e de suas instituições:
    I - O vínculo entre os ministros ordenados ou fiéis consagrados mediante votos e as Dioceses ou Institutos Religiosos e equiparados é de caráter religioso e portanto, observado o disposto na legislação trabalhista brasileira, não gera, por si mesmo, vínculo empregatício, a não ser que seja provado o desvirtuamento da instituição eclesiástica.
    II - As tarefas de índole apostólica, pastoral, litúrgica, catequética, assistencial, de promoção humana e semelhantes poderão ser realizadas a título voluntário, observado o disposto na legislação trabalhista brasileira.
    Artigo 17
    Os Bispos, no exercício de seu ministério pastoral, poderão convidar sacerdotes, membros de institutos religiosos e leigos, que não tenham nacionalidade brasileira, para servir no território de suas dioceses, e pedir às autoridades brasileiras, em nome deles, a concessão do visto para exercer atividade pastoral no Brasil.
    § 1º. Em conseqüência do pedido formal do Bispo, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, poderá ser concedido o visto permanente ou temporário, conforme o caso, pelos motivos acima expostos.
    Artigo 18
    O presente acordo poderá ser complementado por ajustes concluídos entre as Altas Partes Contratantes.
    § 1º. Órgãos do Governo brasileiro, no âmbito de suas respectivas competências e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, devidamente autorizada pela Santa Sé, poderão celebrar convênio sobre matérias específicas, para implementação do presente Acordo.
    Artigo 19
    Quaisquer divergências na aplicação ou interpretação do presente acordo serão resolvidas por negociações diplomáticas diretas.
    Artigo 20
    O presente acordo entrará em vigor na data da troca dos instrumentos de ratificação, ressalvadas as situações jurídicas existentes e constituídas ao abrigo do Decreto nº 119-A, de 7 de janeiro de 1890 e do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé sobre Assistência Religiosa às Forças Armadas, de 23 de outubro de 1989.


    Feito na Cidade do Vaticano, aos 13 dias do mês de novembro do ano de 2008, em dois originais, nos idiomas português e italiano, sendo ambos os textos igualmente autênticos.

    Dom Odilo comenta Acordo entre Igreja e Estado

    'Acordo facilita relação entre Igreja e Estado'

    Para arcebispo de São Paulo, reconhecimento jurídico é grande avanço

    Artigo de José Maria Mayrink - O Estado de São Paulo

    O cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, afirmou, em entrevista coletiva, que a grande novidade do acordo assinado ontem pelo Brasil com a Santa Sé, em Roma, é o reconhecimento jurídico da Igreja Católica, uma questão pendente desde a proclamação da República.

    “Embora estivesse em vigor um decreto provisório assinado em 1890, que estabelecia a laicidade do Estado, a Igreja queria ter mais clareza sobre questões como a liberdade religiosa e a não discriminação de religiões”, disse o cardeal, ao fazer uma análise do documento.

    Os 20 artigos do acordo, segundo d. Odilo, vão facilitar a convivência da Igreja com o Estado brasileiro, porque põem no papel, com carimbo oficial, uma série de práticas até agora não reconhecidas formalmente. O acordo assinado no Vaticano entrará em vigor quando for ratificado pelo Congresso.

    D. Odilo citou como uma das conquistas do documento o espaço garantido ao ensino religioso, “católico e de outras confissões religiosas”, nas escolas públicas de ensino fundamental. “O artigo 11, que trata dessa questão, é um avanço, porque favorece todas as religiões”, disse o cardeal.

    “O acordo foi assinado pela Igreja Católica, mas outras confissões religiosas poderão seguir o mesmo caminho, se quiserem negociar com o Estado”, acrescentou. Segundo o arcebispo, outras igrejas não participaram das negociações que levaram ao acordo assinado no Vaticano.

    O ensino religioso é garantido pelo texto do documento, que o reconhece como um direito confessional plural, mas a aplicação do que foi acertado vai depender de regulamentação estadual. D. Odilo informou que tem havido dificuldades nesse ponto em alguns Estados, incluindo São Paulo, “onde falta ainda dar alguns passos para definir como o ensino religioso pode ser ministrado”.

    Os governos estaduais deverão decidir, por exemplo, quem vai ensinar matéria religiosa, credenciando para isso professores apresentados por cada religião - seja cristã, judaica, muçulmana ou de outros credos. Quem não deseja ter ensino religioso tem o direito de não freqüentar as aulas de religião, de matrícula facultativa.

    D. Odilo apontou como outra conquista as duas linhas do artigo 13, pelo qual “é garantido o segredo do ofício sacerdotal, especialmente o da confissão sacramental”. Isso significa que, na hipótese de ser interrogado por um tribunal, o padre pode se recusar a fazer revelações sobre questões das quais tomou conhecimento no sigilo do confessionário.

    Caros irmãos, em paralelo e em consonância a este importante Acordo entre Igreja Católica e Estado, uma equipe composta por padres, diáconos, religiosos e professores, finalizam o documento "Diretrizes e Planejamento para a Pastoral da Educação e Ensino Religioso", que orienta e define as ações da Região Episcopal Sé e com fundamentos para eventual aplicação em toda a Arquidiocese. Os trabalhos desta equipe tem o acompanhamento direto de Dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar da Região Episcopal Sé.

    "A colheita é grande e são poucos os operários".

    Se você quiser participar e colaborar neste tema, fale conosco. Paz e Bem!

    quinta-feira, 13 de novembro de 2008

    Acordo Brasil x Santa Sé

    13/11/2008
    Por ocasião da visita do presidente Lula, foi assinado o Acordo entre a Santa Sé e o Brasil sobre o status jurídico da Igreja Católica no país.
    O acordo atribui personalidade jurídica à Igreja e garante a plena realização de sua missão apostólica e pastoral. Sacerdotes e todos os agentes pastorais poderão ter a liberdade de entrar nas estruturas de saúde, nas estruturas penitenciárias, escolares e em todos os locais onde a Igreja pode levar a sua mensagem espiritual.
    O acordo contempla todos os temas que se referem à evangelização, à missão da Igreja, em relação à sociedade e em relação ao Estado.
    No Acordo há uma referência aos missionários: prevê-se que o bispo possa garantir a entrada deles.
    Além disso, fica regulamentado o ensino da religião católica nas escolas.
    Fonte: H2O News

    Acordo Estado Brasileiro x Santa Sé

    Acordo assinado hoje no Vaticano reconhece personalidade jurídica da Igreja Católica no Brasil

    O presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, falou hoje, 13, sobre o acordo firmado entre a Santa Sé e Governo brasileiro, a respeito da regulamentação jurídica da Igreja Católica no Brasil.

    O acordo, constituído de 20 artigos, foi assinado hoje pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim e pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcísio Bertone. A cerimônia aconteceu logo após o encontro do papa Bento XVI com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no escritório particular do pontífice.

    “O grande elemento do acordo é o reconhecimento da personalidade jurídica da Igreja Católica no Brasil”, ressalta dom Geraldo. O presidente da CNBB enfatiza ainda que o acordo não traz privilégios para a Igreja Católica e nem discrimina outras confissões, que perante as leis brasileiras têm os mesmos direitos. “Aliás, as outras confissões podem até pleitear seus convênios com o governo”, acrescenta.

    Dom Geraldo explica ainda que não há nenhum indício de a Igreja querer ocupar espaços que são do Estado, muito menos se colocar numa atitude como se pretendesse atrelar o Estado a ela. “O reconhecimento do Estado laico é um valor. A Igreja reafirma a importância do Estado laico, porque luta pela liberdade religiosa de todos. É um direito da pessoa humana que precisa ser respeitado. Então, esse aspecto da laicidade do Estado não é de forma alguma ferido pelo acordo, pelo contrário é reafirmado”, diz.

    Entre outros aspectos contemplados no acordo, dom Geraldo destaca o reconhecimento da filantropia e de benefícios tributários, respeitando as leis e as condições de paridade com outras entidades civis da mesma natureza; a colaboração com o Estado no campo cultural; a assistência religiosa aos cidadãos internados em estabelecimentos de saúde ou detidos nos presídios, a paridade de tratamento às escolas e demais institutos católicos de ensino; o ensino católico, assim como de outras confissões religiosas, nas escolas públicas de ensino fundamental; o reconhecimento dos efeitos civis, não só do casamento religioso, mas também das sentenças eclesiásticas em matéria matrimonial.

    Histórico
    O acordo assinado hoje na Santa Sé foi uma idéia, segundo dom Geraldo, do ex-presidente da CNBB dom Ivo Lorscheider, falecido no ano passado. A iniciativa esteve em discussão desde os anos 90, quando dom Ivo propôs aos bispos do Brasil reunidos em Assembléia que a CNBB encaminhasse à Santa Sé, por meio da Nunciatura Apostólica, o pedido de se formalizar um acordo entre a Igreja e o Estado brasileiro. “O documento que tínhamos até então era extremamente precário e criava muitas dificuldades e embaraços para registros em cartórios, bancos, repartições”, explica dom Geraldo. “A Igreja  Católica no Brasil tinha um conhecimento jurídico que vinha de um decreto promulgado logo após a Proclamação da República. Portanto,  há algum tempo se levantava a questão de ter a necessidade jurídica  mais perfeita e mais completa” , acrescenta.

    Acordo entre a Santa Sé e o Estado Brasileiro

    Nota da CNBB em 13/11/2008

    O Acordo firmado nesta quinta-feira, 13 de novembro, em Roma, entre a Santa Sé e a República Federativa do Brasil, responde a uma exigência de natureza jurídica da Igreja e recolhe, num único texto, o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil.

    Sempre presente na história do povo brasileiro, a Igreja Católica é reconhecida em sua personalidade jurídica pela doutrina e jurisprudência brasileiras desde a Proclamação da República. O Acordo, solicitado há alguns anos pela CNBB, vem, portanto, consolidar e formalizar esta situação já existente, dirimindo dúvidas de interpretação que ocorrem com certa freqüência em casos como os de personalidade jurídica de dioceses, paróquias e outras instituições eclesiásticas.

    A identidade específica da Igreja consiste no anúncio do evangelho. No cumprimento desta sua missão, a Igreja quer atingir a pessoa humana em sua integridade, consciente de que ela vive numa sociedade que é regida por normas e leis.  Para sua atuação na sociedade, a Igreja necessita de um arcabouço jurídico.  É este o objetivo do Acordo.

    Este Acordo não concede privilégios à Igreja Católica nem faz nenhuma discriminação com relação às outras confissões religiosas. Cada um de seus artigos respeita o ordenamento jurídico estabelecido pela Constituição Federal e demais leis brasileiras, bem como a paridade de tratamento a outras entidades de idêntica natureza, quer sejam de caráter religioso, filantrópico, de assistência social, de ensino e outras, excluindo-se, portanto, qualquer possibilidade de discriminação entre elas.

    Consciente desta necessidade, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB acolhe com satisfação este ato de respeito mútuo entre a Igreja Católica e o Estado Brasileiro. Por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, imploramos ao Espírito de Deus que ilumine as mentes e os corações de todos na busca de uma sociedade justa e fraterna.

                                     Brasília-DF, 13 de novembro de 2008

    Dom Geraldo Lyrio Rocha                Dom Luiz Soares Vieira
      Arcebispo de Mariana                          Arcebispo de Manaus 
       Presidente da CNBB                      Vice-presidente da CNBB
                                 Dom Dimas Lara Barbosa
                             Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
                                 Secretário Geral da CNBB

    segunda-feira, 10 de novembro de 2008

    Assembléia Arquidiocesana 2008 - 3a. Parte

    Grupos de Trabalho: os participantes formaram grupos de trabalho, onde foram apresentadas propostas para a implementação, na Arquidiocese, do 10º Plano de Pastoral.

    Algumas propostas para divulgação do plano:

    Exposição nos setores, paróquias, comunidades.

    Aplicar o plano de acordo com as necessidades de cada grupo.

    Estudo do plano, com reflexão, orações e ações definidas.

    Grupo de padres e leigos que possam inserir em seu contexto as ações do plano, atendo para as prioridades locais.

    Viabilizar o acesso ao plano com a edição de pequenos trabalhos, facilitando a divulgação e aplicação do plano.

    Diferentes meios para distribuir e divulgar informações sobre o 10º plano.

    Promover cursos de formação para multiplicadores.

    Estruturas de comunicação mais eficientes, a partir do secretariado de comunicação.

    Estudar o plano nos CPPs de cada paróquia.

    Criatividade de cada grupo para implantação do plano. Favorecer a criatividade local, com instrumentos disponíveis e adaptar às suas realidades pastorais.

    Assembléia Arquidiocesana 2008 - 2a. Parte

    Exposição do Monsenhor Tarcísio Loro, secretário executivo do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral:

    Contribuições que vieram de diversos setores da Arquidiocese enriqueceram o plano. O retorno à identidade missionária da Igreja de Jesus Cristo nos leva às fontes.

    O Plano faz uma avaliação das ações eclesiais na cidade de SP. A Missão é dever de todos: todo batizado deveria ser discípulo e missionário de JC. O plano não pode engessar a ação missionária. Tudo pode e deve ser feito. Refletir sobre como responder aos apelos missionários da cidade, a partir de seu específico.

    O Plano não é um livro de receitas, com fórmulas e soluções para os desafios da cidade. Ele deveria despertar nossa capacidade criadora junto ao povo. Despertar toda a Igreja a uma pastoral missionária que não deve ser apenas de manutenção.

    Objetivo Geral do Plano de Pastoral: Ser Igreja discípula e missionária na cidade de São Paulo.

    O método utilizado na elaboração do Plano é o do Ver, Julgar e Agir.

    Monsenhor Tarcísio apresentou marcos da realidade pastoral: Conhecer a Jesus pela fé e Segui-lo é graça verdadeira. A Igreja em São Paulo tem sua raiz missionária, seu discipulado e sua missão. Nossa história é de fé, missão e solidariedade. A cidade testemunha o amor cristão, animada a seguir Jesus pelos seus Santos e beatos, como Santa Paulina, Santo Frei Galvão, Beato José de Anchieta e São Paulo, agora patrono de nossa Arquidiocese. Na comemoração do Centenário da Arquidiocese recorda-se a vivência de fé e missão dos católicos na cidade

    O campo da missão e seus desafios:

    1. A cidade de São Paulo, onde se encontra a Arquidiocese, possui uma população de onze milhões de habitantes e de até dezenove milhões, se considerarmos o conjunto da região metropolitana.

    2. Estima-se que a Arquidiocese ocupe mais de um terço do território e atenda a mais do que a metade da população do Município. Em números absolutos, à Arquidiocese corresponde uma população de cerca de 5.277.241 habitantes, com densidade demográfica de oito mil e trezentos habitantes por quilômetro quadrado (8.300 hab/km²). Além disso, atende a uma multidão de transeuntes, provenientes de outras cidades e Estados, que necessitam de acolhimento e de orientação religiosa. As igrejas centrais têm que estar abertas para atender a essa população.

    Apesar da pujança da cidade, os indicadores sociais revelam a coexistência da riqueza e da miséria. A realidade de miséria em que vive grande parcela da população fere os princípios do Evangelho. Pessoas oriundas de diversos Estados do Brasil são atraídas pelas promessas do mundo urbano e de sua riqueza. A cidade produz: riqueza e pobreza.

    3. O medo da violência e o medo de denunciá-la favorecem o comércio de equipamentos de segurança, de muros, grades, portões eletrônicos, seguranças particulares e serviços bancários através da Internet, que aumentam o isolamento social. Em algumas regiões, o Estado é praticamente ausente, e isto permite a proliferação do crime organizado. Devido ao crescimento imobiliário e populacional desordenado, sem um sistema ético de planejamento urbano, São Paulo enfrenta grande dificuldade no escoamento do trânsito, que se torna cada dia mais lento, com prejuízos para a locomoção.

    Com os esforços da sociedade civil e do Estado, nas últimas décadas, as agências de pesquisa têm constatado uma diminuição das mazelas sociais no Brasil e na cidade de São Paulo. Acredita-se que essa melhora se deva, também, à atuação das pastorais sociais e de movimentos e organizações, muitas delas ligadas à Igreja, que oferecem alternativas econômicas e de lazer à população, cursos profissionalizantes e centros de convivência para jovens, famílias, mulheres, crianças e idosos. As comunidades têm preocupação com os pobres e doentes, e lhes prestam serviços de caridade.

    A cidade com sua dinâmica: conviver com esse caldo de cultura. As relações humanas e familiares da cidade grande conduz à perda de referências cristãs. A Igreja precisa adequar-se à cultura e suas expressões urbanas.

    Dimensões política, econômica e social da cidade são contempladas pelo Plano, sendo importante uma participação política na condução dos rumos da cidade.

    Diversidade de credos e de expressões de fé: Num contexto de inversão dos valores e do sentido religioso, algumas expressões religiosas de cunho psicologista e naturalista dão a entender que não há necessidade de uma vida comunitária. Muitas vezes, transformam as práticas religiosas em comunidades virtuais que fortalecem o individualismo e acabam por criar uma “religião do bem-estar social”. “Neste caso, a religião deixa de ser pensada e vivida como uma forma de reconhecimento, adoração e entrega ao Criador, obediência na fé, serviço a Deus e vivência comunitária. É vista numa ótica utilitarista, por oferecer bem-estar interior, terapia ou cura de males, sucesso na vida e nos negócios. Registra-se o “mercado das religiões”, decorrentes da diversidade cultural da população da cidade.

    Marco teológico-pastoral: Jesus Cristo – sacerdote (redentor da humanidade); profeta (Palavra do Pai) e pastor (cuida da humanidade).

    Missão permanente: discípulos em missão na cidade, procurando recuperar o tríplice múnus de Jesus Cristo.

    O Plano indica algumas pistas na condução dos trabalhos pastorais, valorizando a participação das pessoas e aprofundando o conhecimento de Jesus. Seguem algumas ações práticas: Domingo Dia do Senhor; Celebração dominical da Palavra de Deus; Aprofundamento sobre a Eucaristia; Pastoral dominical; Homilias – Deus fala a comunidade e Habilidade Comunicativa.

    De maneira geral, o Plano apresenta ações condizentes com o Documento de Aparecida e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora a Igreja no Brasil. Contudo, fica claro que o Plano não limita as ações existentes, mas incentiva a novos areópagos tão necessários aos anseios da sociedade.

    Assembléia Arquidiocesana 2008 - 1a. Parte

    Apresentamos um breve relato do evento que aconteceu no dia 8 de novembro, contando com a participação do Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, seu Bispos Auxiliares, o Secretariado, lideranças dos movimentos, coordenadores de pastorais e representates dos CRP's, religiosos, religiosas, padres e diáconos.

    Oração e Acolhida: Equipe de Liturgia da ASP.

    Palavra Inicial sobre a Assembléia Arquidiocesana do Arcebispo Dom Odilo Cardeal Scherer.

    1. Breve exposição do sínodo dos bispos:

    Inicialmente um grande ouvir; momento para falar e ao final, produzir. Apresentadas ao Papa Bento XVI, 55 proposições, que formarão a base do documento sinodal. A Igreja vive da Palavra de Deus, que se fez carne e habitou no meio de nós. Palavra escrita e a não escrita. Não somos a religião do livro, mas a da Palavra que vem da Escritura, Tradição e Magistério: vivida e testemunhada na história.

    Igreja volta-se à Palavra de Deus: Fizemos um grande exercício do que a Igreja deve fazer sempre, ou seja, viver, ouvir e testemunhar a Palavra de Deus.

    Bíblia na edição poliglota: grego, hebraico, latim, espanhol e inglês.

    A grande novidade do Sínodo foi a presença de outras religiões nas reuniões.

    1. Plano de Pastoral:

    Reelaboração colocando motivações básicas. O Plano de Pastoral não dispensa nenhum outro documento da Igreja. Situa nossa ação eclesial no contexto da ação da Igreja toda. Assimilar as grandes metas e proposições da Igreja, concreta ao contexto da Arquidiocese de São Paulo. Destaca prioridades que mudam de acordo com a época e indica referência comum a toda a cidade.

    Atenção especial dos apelos da Igreja, conforme manifestado em Aparecida, na V Conferência do CELAM, propiciando o ponto de partida de nossa ação evangelizadora.

    Plano voltado ao conjunto da Igreja no Brasil, em acordo com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE). Ser Igreja em permanente estado de missão.

    Plano Pastoral está dentro das realidades da cidade de São Paulo, abrangendo suas realidades urbanas. Contempla ainda a realidade de nossas organizações religiosas frente aos grandes desafios pastorais do momento

    O Plano evidencia prioridades, tais como a fidelidade da Igreja à globalidade da missão de JC. Indica uma verdadeira conversão pastoral, levando a Igreja a ser missionária em todas as suas organizações.

    As características da cidade levam a uma Igreja que seja comunidade de comunidades, abrangendo as regiões, setores, paróquias e comunidades, envolvendo assim todas as formas de expressões comunitárias de nossa Igreja.

    O Plano nos convida a comunicar à sociedade a alegria do Evangelho – a boa notícia do amor de Deus a todos que habitam esta cidade.

    quarta-feira, 5 de novembro de 2008

    Cristianismo não é comodismo!

    PAPA NA AUDIÊNCIA GERAL: "CRISTIANISMO NÃO É O CAMINHO DA COMODIDADE"

    Cidade do Vaticano, 05 nov (RV) - Nesta quarta-feira, o Santo Padre manteve seu habitual encontro com os fiéis na Praça São Pedro. Milhares de pessoas ouviram a catequese do papa, que mais uma vez falou do apóstolo Paulo, neste ano em que se celebram os dois mil anos de seu nascimento.
    Bento XVI explicou que em sua primeira carta aos Coríntios, São Paulo assinala a importância da ressurreição de Cristo para a fé cristã. Sozinha, a Cruz não poderia explicar a fé cristã, ou melhor, seria uma tragédia, indicaria a absurdidade do ser. A ressurreição é o centro gravitacional do cristianismo, nela se encontra a solução ao problema da Cruz.
    Todo o ensinamento de Paulo parte do e sempre chega ao mistério d'Aquele que o Pai ressuscitou da morte. A ressurreição é um dado fundamental com base no qual Paulo pôde formular o seu anúncio, kerygma.
    Esta teologia desenvolvida por Paulo, que o papa define como "não doutrinal, mas vivida", ilustra o nexo entre receber e transmitir o anúncio da ressurreição de Cristo – o que faz de Paulo um modelo para todos os tempos sobre como fazer teologia e como pregar: "O teólogo, o pregador não cria novas visões do mundo e da vida, mas está a serviço da verdade transmitida, a serviço do fato real de Cristo, da Cruz, da ressurreição. A tarefa do teólogo é ajudar-nos a compreender hoje a realidade do 'Deus conosco'. Portanto, a realidade da verdadeira vida".
    Ao anunciar a ressurreição, S. Paulo enfrenta o tema respondendo a dúvidas e perguntas concretas feitas pelos fiéis. Um discurso no qual emergem três questões essenciais. Primeiramente, o fato da ressurreição, sem o qual a vida cristã seria simplesmente absurda. Em seguida, sua relação com o testemunho de quem fez uma experiência direta do Ressuscitado e, conseqüentemente, o tema das aparições, que são condição fundamental para a fé em Cristo, que deixou o túmulo vazio.
    Mas o que este evento nos diz passados dois mil anos? A afirmação "Cristo ressuscitou" é atual também para nós? O papa responde: "A novidade da ressurreição consiste no fato de que Jesus, elevado da humildade da sua existência terrena, é constituído Filho de Deus 'com potência'. (...) Com a ressurreição, tem início o anúncio do Evangelho de Cristo a todos os povos. A ressurreição revela definitivamente qual é a autêntica identidade e a extraordinária grandeza do Crucificado. Uma dignidade incomparável e altíssima: Jesus é Deus!".
    Todavia, adverte Bento XVI, a teologia da Cruz não é uma teoria. É a realidade da vida cristã. Viver na fé em Jesus Cristo, viver a verdade e o amor implica renúncias todos os dias, implica sofrimentos: "O cristianismo não é o caminho da comodidade, pelo contrário, é uma escalada exigente, iluminada, porém, pela luz de Cristo e pela grande esperança que nasce d'Ele. Somente assim, experimentando o sofrimento, conhecemos a vida na sua profundidade, na sua beleza, na grande esperança suscitada por Cristo crucificado e ressuscitado. (...) Não basta levar a fé no coração, mas devemos testemunhá-la com palavras, com a nossa vida, tornando presente, assim, a verdade da Cruz e da ressurreição na nossa história".
     

    NR: Caros irmãos, infelizmente encontramos em nossas comunidades pessoas que ainda pensam que a Igreja é o "porto seguro para a realização de projetos pessoais". Quanto mais nos envolvemos no conhecimento da Palavra de Deus, maior nosso compromisso no serviço aos irmãos necessitados. Sem o sofrimento não há possibilidade de se compreender o verdadeiro sentido do amor cristão. O diaconato encontra no testemunho de vida a razão de sua existência, pois, sem o envolvimento direto nos trabalhos pastorais não há verdadeira vocação. Que os irmãos que encontraram a "comodidade" na Igreja, atentem a estas palavras de nosso pontífice. 

    Fonte: Radio Vaticano

    terça-feira, 4 de novembro de 2008

    Reflexões: São Carlos Borromeu

    São Carlos Borromeu Celebramos a Memória do Santo Bispo que tornou-se para a Igreja um modelo de pastor e caridade, já que se consumiu por inteiro pela guarda e salvação das almas. São Carlos nasceu em Arona, perto de Milão, na Itália em 1538 e entrou no Céu em 1584, num tempo em que a Igreja abria-se para sua renovação interna.
    Cuidado com muito carinho pela piedosa mãe, irmã do Papa Pio IV, Carlos recebeu ótima formação humana e cristã, de forma que estudou na Universidade de Pávia e destacou-se pela facilidade de administrar e tratar as pessoas. Chamado a Roma pelo tio Papa, São Carlos mesmo antes de receber os Sacramentos da Ordem, aceitou a nomeação e responsabilidades de Cardeal e Arcebispo de Milão.
    Logo após ter auxiliado o Papa e tê-lo motivado para colocar em prática todo o inspirado conteúdo do Concílio de Trento (1545 - 1563), São Carlos Borromeu assumiu com todo o ardor a missão de obedecer as decisões do Concílio, o qual respondia as necessidades da Igreja daquela época, e também levar a todos os fiéis da diocese de Milão para o Cristo. Determinado e ungido foi o primeiro bispo a fundar seminários para a formação dos futuros padres; promoveu sínodos diocesanos; abundou os escritos catequéticos e conhecimento da Sã Doutrina Católica; impulsionou a boa empresa e assistiu com seu zelo e apostolado santo toda a sua região além de ajudar na Evangelização de outras áreas da Europa, desta maneira deu sua vida a Deus gastando-se totalmente pelo bem dos outros e da Igreja.

    são carlos borromeu“Não sejas como quem diz uma coisa e faz outra”

    Do sermão proferido por São Carlos Borromeu no último sínodo, conforme Acta Ecclesiae Mediolanensis, 1599.

    Somos todos fracos confesso, mas o Senhor Deus nos entregou meios com que, se quisermos, poderemos ser fortalecidos com facilidade. Tal sacerdote desejaria possuir uma vida íntegra, que dele é exigida, ser continente e ter um comportamento angélico, como convém, mas não se resolve a empregar estes meios: jejuar, orar, fugir das más conversas e de nocivas e perigosas familiaridades.

    Queixa-se de que, ao entrar no coro para a salmodia, ao dirigir-se para celebrar a missa, logo mil pensamentos lhe assaltam a mente e o distraem de Deus. Mas, antes de ir ao coro ou a missa, que fez na sacristia, como se preparou, que meios escolheu e empregou para fixar a atenção?

    Queres que te ensine a caminhar de virtude em virtude e como seres mais atento ao ofício, ficando assim teu louvor mais aceito de Deus? Escuta o que te digo. Se ao menos uma fagulha do amor divino já se acendeu em ti, não a mostres logo, não a exponhas ao vento! Mantém encoberta a lâmpada, para não se esfriar e perder o calor; isto é, foge, tanto quanto possível, das distrações; fica recolhido junto de Deus, evita as conversas vãs.

    Tua missão é pregar e ensinar? Estuda e entrega-te ao necessário para bem exerceres este encargo. Faze, primeiro, por pregar com a vida e o comportamento. Não aconteça que, vendo-te dizer uma coisa e fazer outra, zombem de tuas palavras, abanando a cabeça.

    Exerces cura de almas? Não negligencies por isso o cuidado de ti mesmo, nem dês com tanta liberalidade aos outros que nada sobre para ti. Com efeito, é preciso te lembrares das almas que diriges, sem que isto te faça esquecer da tua.

    Entendei, irmãos, nada mais necessário aos eclesiásticos do que a oração mental que a precede, acompanha e segue todos os nossos atos: Salmodiarei, diz o profeta , e entenderei (cf. Sl 100,1 Vulg.). Se administras os sacramentos, ó irmão, medita no que fazes; se celebras a missa, medita no que ofereces; se salmodias no coro, medita a quem e no que falas; se diriges as almas, medita no sangue que as lavou e assim, tudo o que é vosso se faça na caridade (1Cor 16,14).

    Deste modo, as dificuldades que encontramos todos os dias, inúmeras e necessárias (para isto estamos aqui), serão vencidas com facilidade. Teremos, assim, a força de gerar Cristo em nós e nos outros.

    São Carlos Borromeu, rogai por nós!

    quinta-feira, 30 de outubro de 2008

    Bíblia e Caridade

    29/10/2008

    Há 40 anos um grupo de leigos se reúne diariamente para meditar a palavra de Deus e buscar vivê-la especialmente com os mais necessitados. Formam a Comunidade de Santo Egídio que atualmente se encontra presente em mais de 70 países do mundo e seu fundador, Andrea Riccardi, participou no Sínodo dos Bispos e comenta a importância de comunicar a Palavra de Deus.

    Oração, comunicação do Evangelho, amizade com os pobres e serviço à paz são alguns dos pilares dessa associação de leigos da Igreja Católica que escuta atentamente a Palavra de Deus.


    “A Igreja fala, nasce e comunica a Palavra de Deus, desejo que este Sínodo seja o início de uma nova estação na qual todos nos tornemos discípulos da palavra de Deus e a comuniquemos de boca em boca”.

    A Bíblia ilumina o rosto dos pobres e nos recorda que estar próximo a eles é estar próximo de Jesus”.

    terça-feira, 28 de outubro de 2008

    Evangelho do Dia de São Judas e São Simão!

    Evangelho segundo S. Lucas 6,12-16São Judas Tadeu

    Comentário ao Evangelho do dia feito pelo Papa Bento XVI, na
    Audiência geral de 3/5/2006.

    "Convocou os discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos"

    A Tradição Apostólica não é uma coleção de objetos, de palavras como uma caixa que contém coisas mortas; a Tradição é o rio da vida nova que vem das origens, de Cristo até nós, e envolve-nos na história de Deus com a humanidade. Este tema da Tradição é de grande importância para a vida da Igreja.

    O Concílio Vaticano II realçou, a este propósito, que a Tradição é apostólica antes de tudo nas suas origens: "Dispôs Deus, em toda a sua benignidade, que tudo quanto revelara para a salvação de todos os povos permanecesse íntegro para sempre e fosse transmitido a todas as gerações. Por isso, Cristo Senhor, em quem se consuma toda a revelação de Deus Sumo (cf. 2 Cor 1, 30; 3, 16; 4, 6), mandou aos Apóstolos que pregassem a todos os homens o Evangelho... como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, comunicando-lhes os dons divinos" (Const. dogm. Dei Verbum, 7).

    O Concílio prossegue, anotando como tal empenho foi fielmente seguido "pelos Apóstolos que, pela sua pregação oral, exemplos e instituições, comunicaram aquilo que tinham recebido pela palavra, convivência e obras de Cristo, ou apreendido por inspiração do Espírito Santo" (ibid.). Com os Apóstolos, acrescenta o Concílio, colaboraram também "varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a Mensagem da salvação" (ibid.).

    Como chefes do Israel escatológico, também eles doze como doze eram as tribos do povo eleito, os Apóstolos continuam a "recolha" iniciada pelo Senhor, e fazem-no antes de tudo transmitindo fielmente o dom recebido, a boa nova do Reino que veio até aos homens em Jesus Cristo. O seu número expressa não só a continuidade com a santa raiz, o Israel das doze tribos, mas também o destino universal do seu ministério, que leva a salvação até aos  confins da terra. Pode-se captar isto do valor simbólico que têm os números no mundo semítico: doze resulta da multiplicação de três, número perfeito, e quatro, número que remete para os quatro pontos cardeais, e portanto para todo o mundo.

    segunda-feira, 27 de outubro de 2008

    Sínodo dos Bispos 2008: 55 proposições

    Sínodo apresenta 55 proposições a Bento XVI
    Entre as novidades, pede-se abertura do leitorado às mulheres

    CIDADE DO VATICANO, domingo, 26 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- As sessões de trabalho do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus terminaram ao meio-dia deste sábado, com a aprovação das 55 proposições que a assembléia sinodal apresentou a Bento XVI.
    As proposições foram votadas eletronicamente nesta manhã pelos 244 padres sinodais presentes na sala. Para serem aprovadas, cada uma delas deveria receber pelo menos dois terços dos votos. O voto era placet (sim) ou non placet (não).

    Todas as proposições apresentadas foram aprovadas, confirmando os comentários que os padres sinodais haviam feito durante a assembléia, segundo os quais este foi talvez o sínodo de maior consenso desde que se reintroduziu a instituição após o Concílio Vaticano II.

    As duas primeiras proposições constituem a «Introdução». Nelas se pede que o Papa leve em consideração estas propostas, assim como os documentos surgidos do Sínodo e sua preparação, para redigir o documento que recolherá os resultados da XII Assembléia sinodal dos bispos do mundo inteiro.

    Primeira parte: A Palavra de Deus na fé da Igreja - As proposições 3 a 13, recomendam que as comunidades católicas compreendam e vivam melhor sua relação profunda com a Palavra, Jesus Cristo, a quem é possível encontrar na leitura e na meditação das Escrituras.
    Sublinham o papel do Espírito Santo, da Igreja e da Tradição, assim como sua íntima relação com a Eucaristia.
    Três proposições apresentam a Palavra de Deus como Palavra de reconciliação, Palavra de compromisso a favor dos pobres e fundamento da lei natural. Estas proposições analisam também a relação inseparável entre o Antigo e o Novo Testamentos.

    Segunda Parte: A Palavra de Deus na vida da Igreja - As proposições 14 a 37 tratam, entre outras coisas, de idéias concretas para melhorar as homilias, pede-se uma revisão do Lecionário – a seleção de leituras bíblicas utilizadas na liturgia –, promove-se a Lectio Divina (leitura orante da Escritura) e se pede a abertura do ministério do leitorado às mulheres.
    Nesta parte se solicita também a superação do dualismo entre exegetas e teólogos, assim como entre exegetas e pastores, reconhecendo a cada um sua tarefa insubstituível.
    A proposição número 37 contém um elemento histórico, pois acolhe a contribuição do patriarca Bartolomeu I de Constantinopla, quem, pela primeira vez, interveio em um sínodo mundial católico. Desta forma, pela primeira vez, o magistério de um patriarca ortodoxo poderia começar a fazer parte do magistério ordinário do Papa.

    Terceira parte: A Palavra de Deus na missão da Igreja - Nesta parte, com as proposições 38 a 54, fala-se da Palavra e da arte, da Palavra e da cultura, assim como da tradução e da difusão da Bíblia.
    Outros temas tratados são o da transmissão da Palavra através dos meios de comunicação social, assim como a questão da leitura fundamentalista da Bíblia e o fenômeno das seitas.
    Outros temas do capítulo são o diálogo inter-religioso, a promoção de peregrinações e estudos na Terra Santa, «quinto evangelho», o diálogo com os judeus e com os muçulmanos e a relação entre Palavra e custódia da criação.


    A última proposição, escrita como conclusão (número 55), é dedicada a Nossa Senhora, modelo de fé do crente, e nela convidam a promover a oração do Ângelus e do terço, contemplação da Palavra com os olhos da Mãe de Cristo.

    Trabalho esgotante: As proposições foram redigidas, com a ajuda dos relatores dos grupos de trabalho lingüísticos do Sínodo (círculos menores), pelo redator geral deste Sínodo, cardeal Marc Ouellet, P.S.S., arcebispo de Québec (Canadá), e pelo secretário especial, Dom Laurent Monsengwo Pasinya, arcebispo de Kinshasa, presidente da Conferência Episcopal da República Democrática do Congo.
    Esta equipe de trabalho chegou a passar toda uma noite sem dormir para poder apresentar ao Sínodo uma versão definitiva das proposições, capaz de receber um consenso tão compartilhado.
    Normalmente, as proposições têm um caráter secreto, mas Bento XVI pediu à secretaria do Sínodo que sejam publicadas em uma tradução em italiano, «provisória» e «não-oficial».

    Fonte: Zenit

    sábado, 25 de outubro de 2008

    Sínodo dos Bispos: Mensagem Resumo

    Queridos Irmãos e Irmãs,

    «A todos os que, em qualquer lugar que estejam, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso, a vós, a graça e a paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo!» (1 Cor 1, 2-3) Com a saudação do Apóstolo Paulo – neste ano dedicado a ele – nós, os Padres Sinodais reunidos em Roma para a XII Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos com o Santo Padre Bento XVI, vos dirigimos uma mensagem de ampla reflexão e proposta sobre a Palavra de Deus que está no centro dos trabalhos de nossa assembléia.

    É uma mensagem que encomendamos, antes de tudo, aos vossos pastores, aos tantos e tão generosos catequistas e a todos aqueles que vos guiam na escuta e na leitura amorosa da Bíblia. A vós neste momento desejamos delinear a alma e a substância desse texto para que cresça e se aprofunde o conhecimento e o amor pela Palavra de Deus. Quatro são os pontos cardeais do horizonte que desejamos convidar-vos a conhecer e que expressaremos através de outras imagens.

    Temos antes de tudo a voz divina. Ela ressoa nas origens da criação, quebrando o silêncio do nada e dando origem às maravilhas do universo. É uma Voz que penetra logo na história, ferida pelo pecado humano e atormentada pela dor e pela morte. Ela vê também o Senhor que caminha junto com a humanidade para oferecer sua graça, sua aliança, sua salvação. É uma voz que desce logo nas páginas das Sagradas Escrituras que agora nós lemos na Igreja sob a guia do Espírito Santo que foi doado como luz de verdade a ela e a seus pastores.

    Também, como escreve São João, «a Palavra se fez carne» (1, 14). E aqui então aparece o Rosto. É Jesus Cristo, que é Filho do Deus eterno e infinito, mas também homem mortal, ligado a uma época histórica, a um povo e a uma terra. Ele vive a existência fatigosa da humanidade até a morte, mas ressurge e vive para sempre. Ele é quem faz que seja perfeito nosso encontro com a Palavra de Deus. Ele é quem nos revela o «sentido pleno» e unitário das Sagradas Escrituras, pelas quais o cristianismo é uma religião que tem no centro uma pessoa, Jesus Cristo, revelador do Pai. Ele nos faz entender que também as Escrituras são «carne», ou seja, palavras humanas que se devem compreender e estudar em seu modo de expressar-se, mas que custodiam em seu interior a luz da verdade divina que só com o Espírito Santo podemos viver e contemplar.

    É o próprio Espírito de Deus que nos conduz ao terceiro ponto cardeal de nosso itinerário, a Casa da palavra divina, ou seja, a Igreja que, como nos sugere São Lucas (Atos 2, 42) está sustentada por quatro colunas ideais. Temos «o ensinamento», ou seja, ler e compreender a Bíblia no anúncio feito a todos, na catequese, na homilia, através da proclamação que implica a mente e o coração. Temos depois «a fração do pão», ou seja, a Eucaristia, fonte e cume da vida e da missão da Igreja. Como aconteceu aquele dia em Emaús, os fiéis são convidados a nutrir-se na liturgia na mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo. Uma terceira coluna está constituída pelas «orações» com «hinos e cânticos inspirados» (Col 3, 16). É a Liturgia das Horas, oração da Igreja destinada a ritmar os dias e os tempos do ano cristão. Temos também a Lectio Divina, a leitura orante das Sagradas Escrituras, capaz de conduzir, na meditação, na oração, na contemplação, ao encontro com o Cristo, palavra de Deus vivo. E, por último, a «comunhão fraterna», porque, para ser verdadeiros cristãos, não basta ser «aqueles que ouvem a Palavra de Deus» (Lc 8, 21). Na casa da Palavra de Deus encontramos também os irmãos e irmãs das outras Igrejas e comunidades cristãs que, ainda nas separações, vivem uma unidade real, ainda que não plena, através da veneração e do amor pela Palavra divina.

    Chegamos assim à última imagem do mapa espiritual. É o caminho sobre o qual se baseia a palavra de Deus: «Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, ensinando-os a guardar tudo o que eu vos mandei»; «o que ouvis, proclamai-o desde os telhados» (Mt 28, 19-20; 10,27). A Palavra de Deus deve percorrer os caminhos do mundo, que hoje são também os da comunicação informática, televisiva e virtual. A Bíblia deve entrar nas famílias para que pais e filhos a leiam, com ela rezem e para que ela seja para eles uma tocha para seus passos no caminho da existência (cf. Sl 119, 105). As Sagradas Escrituras devem entrar também nas escolas e nos âmbitos culturais porque, durante séculos, foi o ponto de referência capital da arte, da literatura, da música, do pensamento e da própria ética comum. Sua riqueza simbólica, poética e narrativa faz delas um estandarte de beleza, para a fé e para a própria cultura, em um mundo com freqüência marcado pela fealdade e pela indignidade.

    A Bíblia, contudo, nos apresenta também o sopro de dor que sai da terra, sai ao encontro do grito dos oprimidos e do lamento dos infelizes. Ela tem a cruz no vértice, onde Cristo, sozinho e abandonado, vive a tragédia do sofrimento mais atroz e da morte. Precisamente por esta presença do Filho de Deus, a escuridão do mal e da morte está irradiada pela luz pascal e pela esperança da glória. Mas sobre os caminhos do mundo marcham conosco também os irmãos e irmãs das outras Igrejas e comunidades cristãs que, ainda nas separações, vivem uma unidade real, ainda que não seja plena, através da veneração e do amor pela Palavra de Deus. Ao longo dos caminhos do mundo encontramos com freqüência homens e mulheres de outras religiões que escutam e praticam fielmente os ditados de seus livros sagrados e que conosco podem edificar um mundo de paz e de luz porque Deus quer que «todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento pleno da verdade» (1 Tm 2, 4).

    Queridos irmãos e irmãs, custodiai a Bíblia em vossas casas, lede-a, aprofundai e compreendei plenamente suas páginas, transformai-a em oração e testemunho de vida, escutai-a com amor e fé na liturgia. Criai o silêncio para escutar com eficácia a Palavra do Senhor e conservai o silêncio depois da escuta, porque ela continuará habitando, vivendo e falando-vos. Fazei que ela ressoe no começo do vosso dia, para que Deus tenha sempre a primeira palavra e deixai-a ressoar em vós à noite, para que a última palavra seja de Deus.

    «Confio-vos a Deus e à Palavra da sua graça» (atos 20, 32). Com a mesma expressão que São Paulo utilizou em seu discurso de adeus aos chefes da Igreja de Éfeso, também nós, os Padres Sinodais, confiamos os fiéis das comunidades espalhadas sobre a face da terra à palavra divina que é também juízo e sobretudo graça, que é cortante como uma espada, mas que doce como o mel. Ela é potente e gloriosa e nos guia pelos caminhos da história com a mão de Jesus que vós, como nós, «amais nosso Senhor Jesus Cristo na vida incorruptível» (Ef 6, 24).

    Fonte: site Zenit em 24/10/2008

    quinta-feira, 23 de outubro de 2008

    Santo Antonio de Santana Galvão - Novena


    SPE SALVI: É na Esperança que fomos salvos

    (Bento XVI)

    IV NOVENA E II FESTA EM LOUVOR A
    SANTO ANTONIO DE SANTANA GALVÃO
    16 A 25 DE OUTUBRO DE 2008.


    Nesta novena que antecede ao dia 25 de outubro, dedicado a Santo Antonio de Santana Galvão, os fiéis tiveram a oportunidade de meditar sobre o tema da Carta Encíclica “Spe Salvi”, apresentada pelo Papa Bento XVI.

    O Capelão do Mosteiro da Luz, Padre Armênio Rodrigues Nogueira, teve a iniciativa de convidar nove diáconos permanentes para pregarem nas missas da Novena celebradas do dia 16 a 24 de outubro. Com um roteiro cuidadosamente preparado, cada diácono teve a oportunidade de participar da Santa Missa nas noites da Novena, com sua pregação propiciando uma reflexão da situação do homem frente aos desafios da sociedade.

    A cada noite foi desenvolvido um tema na linha da Encíclica Papal conforme segue:

    FREI GALVÃO: HOMEM DE FÉ E ESPERANÇA
    FREI GALVÃO AMA A BÍBLIA E A IGREJA
    FREI GALVÃO É ESPERANÇA NA VIDA ETERNA.
    FREI GALVÃO É HOMEM DA COMUNIDADE EM COMUNHÃO COM A IGREJA
    FREI GALVÃO É UM HOMEM DO SEU TEMPO.
    FREI GALVÃO E A ESPERANÇA CRISTÃ.
    FREI GALVÃO É UM HOMEM DE ORAÇÃO.
    FREI GALVÃO E O SOFRIMENTO CRISTÃO.
    FREI GALVÃO NOS ENSINA A NÃO TEMER O JUÍZO DE DEUS.
    FREI GALVÃO E MARIA, ESTRELAS DA ESPERANÇA (tema do dia de Santo)

    Os diáconos da Arquidiocese de São Paulo manifestam sua alegria em participar e agradecem ao Padre Armênio por esta iniciativa. Além da acolhida fraternal da equipe de liturgia do Mosteiro, do Coral, dos músicos e dos fiéis, a especial presença das irmãs Concepcionistas completaram o clima de muita fé e esperança cristã na celebração da Santa Missa. Conforme explicado pelo Padre Armênio, é a primeira vez que as irmãs enclausuradas recebem a Eucaristia de Diáconos Permanentes.

    Ressaltamos ainda a especial participação do cantor Cláudio Fontana, este católico maranhense que torna-se paulistano por amor à cidade e ao seu povo. Editando folhetos, livros e CDs sobre a vida e a obra do Santo Frei Galvão, este artista vivencia sua fé colocando seus dons a serviço do Reino de Deus.

    Que as Bênçãos desse Deus que nos ama e nos acompanha em todos os momentos de nossa vida, desçam sobre vocês e suas famílias.

    quarta-feira, 22 de outubro de 2008

    Sínodo dos Bispos XI: Comentários sobre as propostas

    21/10/2008
    Com muitos elogios e críticas leves, os participantes no Sínodo começaram a dar resposta à Relatio post disceptationem, o informe do relator cardeal Marc Oullet, arcebispo de Quebec e Primaz do Canadá.
    Nos momentos de discussão aberta e divididos em grupos lingüísticos, os bispos analisaram as 19 perguntas em discussão. Como relator geral, o cardeal Oullet fez um bom trabalho. Reuniu todas as contribuições dos padres sinodais com o tema "A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja".

    O prelado da cidade de Quebec foi o encarregado de fazer uma síntese de 290 discursos e apresentá-los aos padres sinodais, delegados fraternos e ouvintes, com alguns detalhes que ficaram fora. O Secretário Geral do Sínodo disse que o Papa Bento XVI teve influência no informe, particularmente quando terça-feira 14 de outubro improvisou diante da Assembléia. O Santo Padre fez um discurso público, a homilia durante a cerimônia de abertura, porém também falou durante as discussões abertas. Explicou como se deve ler integralmente as Sagradas Escrituras.

    “Foi um informe muito iluminador e claro. Estou contente de que tenhamos a oportunidade de discutir sobre o tema nos pequenos grupos de debate”. “Uma das áreas que falta e creio que seria o coração do Evangelho é a misericórdia de Deus e o perdão dos pecados. E em segundo lugar, por que é tão difícil entender a Bíblia hoje e proclamar a Palavra de Deus com profunda convicção?"

    terça-feira, 21 de outubro de 2008

    Igreja convida católicos a votar nos que respeitam princípios cristãos

    Bispos dos Estados Unidos convidam a votar em candidatos que defendam vida (Diante das próximas eleições presidenciais)

    Os bispos Dom Kevin J. Farell (Dallas) e Kevin W. Vann (Fort Woth)publicaram uma carta, difundida pela agência Fides na terça-feira passada, sobre as próximas eleições presidenciais que serão realizadas nos Estados Unidos no próximo dia 6 de novembro.

    Nesta carta, dirigida aos fiéis católicos do país, advertem que a justificação da legalização do aborto, a promoção da união entre ambos sexos, a repressão à liberdade religiosa, as políticas públicas de eutanásia, a discriminação radical ou destruição dos embriões humanos, entre outros, são atos «intrinsecamente maus» porque «sempre são incompatíveis com o amor a Deus e ao próximo». «Estas ações são tão profundamente vazias que sempre são opostas ao autêntico bem das pessoas», acrescentam.

    Advertiram que, desde a legalização do aborto nos Estados Unidos, foram praticados 48 milhões de abortos legais neste país, e acrescentaram que muitas outras vidas se perdem pelas pesquisas com embriões.

    Para os prelados, este tempo prévio às eleições deve ser aproveitado como uma oportunidade para promover a cultura da vida: «Como católicos, estamos obrigados a rezar, atuar e votar para abolir o mal do aborto nos Estados Unidos, limitando-o tanto quanto possamos até que finalmente seja erradicado». «Como católicos, devemos preocupar-nos por estes temas e trabalhar para tentar conseguir soluções justas», afirmaram, mas declarando que isso «não é moralmente equivalente aos temas que concernem aos males intrínsecos».

    «Não importa quanta razão tenha um candidato sobre estes temas, se não superar a posição inaceitável a favor de um mal intrínseco, como o aborto ou a proteção dos direitos do aborto», acrescentam.
    Afirmaram que a única possibilidade moral para que um católico possa votar conscientemente por um candidato que apóie o aborto é no caso de não existir uma opção diferente ou caso o oponente apóie medidas que superam o mal do aborto, ainda que «se este é um raciocínio moral que existe, não há um dano verdadeiramente moral ou de proporcionadas razões que possa superar os milhões de vidas inocentes que são diretamente assassinadas pelo aborto legal cada ano».

    «Votar em um candidato que apóia o mal intrínseco do aborto ou os direitos do aborto quando há uma alternativa moral aceitável, seria cooperar com o mal e, por conseguinte, é moralmente inadmissível», acrescentam.

    «As decisões que nós tomarmos no campo político e moral afetarão não só a paz geral e a prosperidade da sociedade em geral, mas também podem a salvação de cada indivíduo», concluíram os bispos.

    Fonte: Zenit

    NR: Esses bispos americanos retratam muito bem a postura que deveria ser adotada pela Igreja em todo o mundo.

    Eleições X Igreja Católica II

    Caros Irmãos, esta é a verdadeira postura da Igreja Católica. Precisamos ficar atentos para que momentos de "entusiasmo" e "paixões momentâneas" não afetem nossa caminhada de uma Igreja firme em sua determinação de levar a justiça a todos, sem discriminação.

    Dom Pedro Stringhini divulga nota sobre o manifesto “Católicos pela justiça, em favor dos mais pobres”

    Em 20/10/2008

    O bispo auxiliar de São Paulo, dom Pedro Luiz Stringhini, divulgou uma nota na tarde desta segunda-feira, 20, esclarecendo que o manifesto “Católicos pela justiça, em favor dos mais pobres”, em apoio à candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, não foi lido nas paróquias da Região Belém, pela qual é responsável. A notícia foi veiculada na imprensa, afirmando que os padres iriam distribuir o manifesto nas igrejas. “A Igreja não aprova a participação de padres em apoio a um manifesto de caráter político, partidário, eleitoral”, diz um dos trechos da nota.

    Segundo dom Stringhini, o manifesto foi resultado de uma reunião na Região Episcopal Belém, da Arquidiocese de São Paulo, da qual participaram 200 pessoas. Entre os participantes havia 40 padres dos quais somente nove pertenciam à Região Belém.  Quando soube, o bispo viajava para Itaici, interior de São Paulo. “Imediatamente, da estrada, telefonei à secretaria da Região, pedindo que avisassem aos 63 párocos da Região que estava proibida a divulgação, nas Igrejas, da referida nota”, esclarece.

    Íntegra da nota:

    NOTA DE ESCLARECIMENTO

    Informo e esclareço o que segue. No dia 17 de outubro de 2008, às 9:00 h, aconteceu, na Região Episcopal Belém, Arquidiocese de São Paulo, uma reunião, com a participação de cerca de 200 pessoas, dentre as quais 40 padres, sendo 9 padres da Região Episcopal Belém. Dessa reunião, resultou um manifesto de apoio à candidata Marta Suplicy, que disputa a Prefeitura de São Paulo, intitulado “Católicos pela Justiça, em favor dos mais Pobres”.

    Dois dias antes, quando eu soube que havia sido marcada uma reunião, para a qual os padres estavam sendo convidados, eu estava reunido com 12 padres. Expressei-lhes minha contrariedade e aconselhei a que os padres da Região não participassem.

    Na sexta-feira, enquanto acontecia a reunião (e eu me dirigia a Itaici para a Assembléia das Igrejas do Estado de São Paulo) já começaram a chegar telefonemas e mensagens de católicos e outros protestando contra a presença dos padres e o referido apoio.

    Imediatamente, da estrada, telefonei à secretaria da Região, pedindo que avisassem aos 63 párocos da Região que estava proibida a divulgação, nas Igrejas, da referida nota, pelo já tão conhecido motivo de que a participação da Igreja na sociedade existe em vista do bem comum e da justiça, mas não é partidária e, por isso mesmo, jamais se posiciona em favor deste ou daquele candidato/a. Por isso, a Igreja não aprova a participação de padres em apoio a um manifesto de caráter político, partidário, eleitoral. O evangelho, nesse domingo, exortava a “dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21). 

    Assim foi feito e, do que pude me informar, hoje, segunda-feira, de fato não ocorreu a divulgação. E o clima nas 250 comunidades da Região Belém é de grande serenidade (cf. At 9,31). O povo ama sua Igreja, participa de sua missão evangelizadora e reconhece o imenso bem que realiza, em nome de Jesus Cristo, na defesa da vida e na solidariedade aos pobres. Peço perdão aos católicos que se sentiram ofendidos e, em nome das comunidades e seus padres, desejo transmitir paz e serenidade através dos mesmos meios de comunicação, que prontamente se empenham na divulgação de incidentes como o acima relatado. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

    Em Cristo Jesus, fraternalmente,
    Dom Pedro Luiz Stringhini
    Bispo Auxiliar de São Paulo
    Região Episcopal Belém
    São Paulo, 20 de outubro de 2008.
    Ano Santo Paulino

    Fonte: site da CNBB